Nosso amor-próprio se desenvolve e evolui a partir do momento que nascemos e começa a se cristalizar na infância.
O nível de amor-próprio da criança vai variar de acordo com uma série de comportamentos dos pais: eles elogiam ou criticam a criança em tom de castigo?
Ao chamar a atenção dela, falam com carinho ou rispidez? Ela é tratada com meiguice ou é ridicularizada? Ela recebe toda a atenção positiva e o afeto necessários ou é ignorada no dia a dia?
Um estudo britânico publicado em 2013 no Journal of the American Medical Association – Pediatrics confirma que a forma de tratamento faz toda a diferença. Pesquisadores analisaram 18 bancos de dados, seis sites e material complementar publicado de 1º de janeiro de 1960 até 1º de fevereiro de 2011. Encontraram 22,669 teses relacionadas a casos de negligencia ou abuso emocional praticados por pais de crianças acima de 6 anos. As teses explicavam como o comportamento dos pais afetou o lado emocional, o comportamento e o desenvolvimento das crianças.
As conclusões foram impressionantes. De fato, as crianças que sofreram maus-tratos demonstraram autoestima negativa, raiva, mau comportamento, timidez, baixa capacidade de interação social, menos inteligencia e outros problemas, sobretudo quando os pais eram insensíveis, hostis, críticos ou desinteressados. Esse estudo é esclarecedor, embora seja também uma triste explicação do efeito negativo que pais problemáticos podem exercer sobre as crianças.
As crianças respeitadas como indivíduos, por outro lado, tendem a desenvolver mais amor-próprio conforme amadurecem e se tornam adultas. Elas são guiadas e orientadas enquanto dominam as tarefas de desenvolvimento adequadas à idade. O “EU” da criança é cultivado e tratado com carinho.
O amor incondicional – que se baseia na aceitação da pessoa pelo que ela é, e não pelo que faz – é um ingrediente-chave no desenvolvimento do amor-próprio na criança.
Dra. Cristiane Ponciano – Neuropsiquiatra
CRMRJ: 52.0104080-4