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Esporão do calcâneo


Calcâneo é o maior osso do pé humano, um dos sete que constituem o tarso, estrutura anatômica e funcional da parte superior do pé, próxima ao tornozelo. É o calcâneo que dá forma ao calcanhar. Sua principal função é oferecer suporte para grande parte do peso corporal, a fim de redistribuí-lo depois por todo o pé, quando a pessoa caminha, salta ou corre. Para tanto, possui uma camada espessa de células queratinizadas, revestida por almofada de tecido gorduroso, que dificulta a desidratação das camadas inferiores da pele e amortece o impacto.

O osso calcâneo está conectado a diversos tendões, ligamentos e à fáscia plantar, membrana de tecido conjuntivo que se estende por toda a sola do pé, desde o calcanhar até a base dos dedos. Por sua vez, o tendão de Aquiles, cordão resistente formado também por tecido conjuntivo fibroso, estabelece a conexão entre o osso calcâneo e os músculos da panturrilha (barriga da perna).

Embora haja estudos que mostrem igual prevalência do distúrbio em homens e mulheres, outros defendem que as mulheres são mais afetadas. O certo é que o esporão do calcâneo, raramente, acomete crianças e adolescentes.

Causas

O esporão do calcâneo é resultado do crescimento anormal de um pequeno segmento do osso do calcanhar, que se forma na parte de baixo ou na região posterior desse osso, próximo à inserção do tendão de Aquiles. Essa projeção óssea anômala é causada por microtraumatismos que ocorrem por encurtamento da fáscia plantar ou dos tendões, uma vez que essas estruturas passam a exercer tração excessiva e permanente sobre o periósteo (membrana resistente que recobre a face externa dos ossos) do calcanhar, por longos períodos.

Fatores de risco

São considerados também fatores de risco para o desenvolvimento de esporões do calcâneo:

  • Idade acima dos 40 anos – como a almofada de gordura que recobre o osso do calcanhar tende a desgastar-se naturalmente, com o tempo, o risco de desenvolver esporões aumenta à medida que a idade avança;
  • Obesidade e sobrepeso – o excesso de peso pode representar aumento da sobrecarga sobre os pés, o que favorece a manifestação de processos inflamatórios crônicos e a ruptura dos tecidos adjacentes;
  • Pés cavos (curvatura muito acentuada) ou chatos (planos, quase sem curvatura), alterações na marcha, má postura, uso de sapatos inadequados;
  • Prática de atividades físicas (dança, corrida, futebol, saltos) que implicam forte impacto sobre os pés sem a realização prévia de exercícios preparatórios de alongamento e aquecimento adequados;
  • Doenças como fascite plantar, artrite reumatoide, osteoartrite, gota, por exemplo, também constituem fator de risco para o desenvolvimento de esporões no calcâneo.

Sintomas

Com frequência, o esporão do calcâneo é um problema ortopédico assintomático. Em geral, o portador não apresenta sinais externos de inflamação (inchaço, vermelhidão e calor).

Quando os sintomas se manifestam, a principal queixa costuma ser dor forte na região do calcanhar, que alivia com repouso e intensifica sob esforço. É comum que surja depois de um período de descanso, assim que a pessoa se levanta e apoia o peso do corpo sobre o pé afetado ou, então, depois de ficar em pé, imóvel, por muito tempo, ou após realizar atividades físicas intensas. Nessas situações, a dor chega a ser tão forte que a pessoa não consegue ficar em pé e caminhar.

O esporão do calcâneo pode, ainda, estar associado à dor aguda e penetrante como a de uma facada, quando o centro do calcanhar é pressionado. Importante registrar que, nesses casos, o esporão não é a causa da dor nos pés. Ela é provocada pela inflamação crônica que se instalou nos tecidos ao redor da lesão óssea.

Diagnóstico

O diagnóstico leva em conta os dados obtidos no exame clínico e no levantamento da história de vida do paciente.

Embora exames como os de raios X possam não revelar a presença das alterações ósseas próprias dos esporões, se forem discretas, a ressonância magnética é bastante útil para estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que também apresentam dor nos pés como um dos sintomas predominantes. Entre elas, vale destacar: gota, artrite reumatoide e a fascite plantar. Especialmente, no que se refere a esta última, é fundamental estabelecer a distinção. A fascite plantar é uma inflamação que acomete a fáscia plantar, membrana que se estende desde o osso calcâneo até os dedos do pé. Já o esporão do calcâneo é uma saliência óssea que se projeta na base ou atrás do osso calcâneo.

Tanto o esporão do calcâneo quanto a fascite plantar podem ocorrer em momentos diferentes, ou simultaneamente.

Tratamento

Via de regra, o tratamento clínico conservador produz resultados satisfatórios no tratamento do esporão do calcâneo. Para efeito de diagnóstico, o médico leva em conta as queixas do paciente e os dados obtidos no levantamento de sua história de vida. O objetivo é buscar alívio da dor e o controle do processo inflamatório.

Repouso, compressas de gelo, elevação do membro comprometido são recursos não medicamentosos úteis para controle dos sintomas. Por sua vez, o uso de palmilhas ortopédicas de silicone sob o calcanhar (calcanheiras) é uma medida útil quando o objetivo terapêutico é amortecer o impacto da pisada no solo e diminuir a pressão sobre o esporão. O inconveniente desse tipo de órtese é o aumento da pressão que ela exerce sobre a planta do pé.

A terapia por ondas de choque (ultrassom) já se mostrou eficaz no tratamento dessas lesões.

Fisioterapia, exercícios de alongamento, massagens são medidas bem-vindas no tratamento do esporão do calcâneo. Há casos, porém, em que a indicação por um médico de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios se faz absolutamente necessária. A infiltração local de corticoides só é indicada raramente, quando não houve resposta satisfatória ao tratamento conservador.

Já a cirurgia fica reservada apenas para os quadros graves que exigem a remoção do esporão. Isso ocorre quando as outras opções terapêuticas não alcançaram os resultados esperados e os sintomas continuam incomodando.

Recomendações

  • Toda atividade esportiva deve começar por exercícios para alongar e aquecer a musculatura, mesmo que eles não sejam de grande impacto;
  • A prática dos exercícios deve ser interrompida ao primeiro sinal de dor no calcanhar;
  • A escolha do calçado que melhor se adapta ao tipo de exercício praticado deve ser uma preocupação não só dos atletas de alta performance, como a de todas as pessoas que praticam exercícios de baixo impacto no dia a dia;
  • O controle do peso corpóreo em níveis saudáveis representa uma forma de evitar que o excesso de carga recaia sobre os calcanhares;
  • Recidivas do esporão podem ocorrer quando as mudanças no estilo de vida não foram suficientes para eliminar os fatores de risco da desse distúrbio ortopédico.

Fonte: Dr. Drauzio Varella

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