O hemograma é um dos exames mais pedidos pelos médicos e, provavelmente, você já deve ter feito esse teste algumas vezes na sua vida, não é verdade? Mas, apesar de comum, nem todo mundo sabe, de fato, o que é hemograma, e muitas pessoas o confundem com outros tipos de exames de sangue.
Você também tem dúvidas sobre esse exame? Já se perguntou para que ele serve? E por que ou quando você deve fazê-lo? Saiba que não é à toa que ele é tão famoso nos consultórios, emergências médicas e serviços de saúde em geral. O hemograma fornece informações importantíssimas sobre o paciente.
Por isso, hoje te explicarei mais a fundo sobre o exame de hemograma. Então, entenda a importância dele e como ele funciona!
Afinal, o que é hemograma e para que ele serve?
O hemograma é um exame de sangue muito solicitado para avaliar a saúde geral da pessoa. Em alguns casos, como quando ocorre febre ou sensação de fraqueza, ele também pode ser pedido pelo médico.
Além disso, o hemograma ajuda a certificar se o paciente pode ser submetido a uma cirurgia ou, ainda, se o seu organismo está reagindo bem ou não a um tratamento. Ou seja, esse exame tem múltiplas utilidades. É por isso que ele é tão importante e popular, sendo um dos exames laboratoriais mais completos.
Seu objetivo é identificar alguma desordem ou mau funcionamento do organismo, que pode se manifestar devido a uma alteração na composição do sangue. Por meio do hemograma, vários problemas podem ser identificados, por exemplo:
- anemia;
- infecções;
- doenças inflamatórias;
- doenças autoimunes;
- leucemia;
- processos alérgicos;
- problemas de coagulação;
- problemas no sistema imunológico.
Dessa forma, com o hemograma é possível não apenas diagnosticar diversos problemas, mas também acompanhar e avaliar a evolução de alguma doença já instalada no corpo do paciente.
Para fazer esse exame, o profissional do hospital ou do laboratório fará a coleta de sangue, e é tudo muito simples. Normalmente, não há nenhum preparo específico, não sendo obrigatório nem mesmo o jejum. Apenas recomenda-se que o paciente não faça exercício físico no dia anterior e evite ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas antes de fazer o hemograma.
O que o exame de hemograma detecta?
Com um processo simples e rápido – aquela picadinha na veia do braço para colher o sangue do paciente –, o hemograma avaliará o funcionamento do organismo, identificando se existe alguma alteração na quantidade e na qualidade das células sanguíneas.
Os principais grupos de células que constituem o sangue são:
- as hemácias, também chamadas de glóbulos vermelhos, responsáveis por carregar oxigênio e nutrientes para todo o corpo;
- os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, responsáveis por atuar no sistema imune, isto é, no sistema de defesa do organismo;
- e as plaquetas, responsáveis pelo processo de coagulação do sangue.
Se as hemácias estiverem baixas, isso pode indicar, por exemplo, que o paciente tem anemia, doenças autoimunes ou desnutrição. Se estiverem altas, o sangue fica mais espesso e isso pode atrapalhar o fluxo sanguíneo, pode significar desidratação ou sugerir alguma doença pulmonar ou doença cardíaca congênita.
Por sua vez, se as plaquetas estiverem alteradas, isso pode sugerir, dentre outros problemas, um caso de trombose – caracterizado pela formação de um coágulo sanguíneo que obstrui a circulação do sangue – ou presença de hemorragia – quando o número de plaquetas está muito abaixo do normal.
No caso de alteração dos leucócitos, o exame de hemograma ajuda a detectar algum tipo de infecção ou inflamação. A alta concentração desse tipo de célula pode ser um indicativo de infecção bacteriana ou de doenças inflamatórias.
A contagem desses glóbulos brancos também serve para analisar a reação do organismo a medicamentos como o antibiótico e a tratamentos como a quimioterapia ou a radioterapia.
Dentro desse grupo de glóbulos brancos, existem ainda os eosinófilos e os bastonetes, que, assim como os leucócitos, são células de defesa. Uma alta taxa de eosinófilos pode indicar algum tipo de alergia ou presença de parasitas no intestino. E os bastonetes aumentados significam que o organismo debilitado não está sendo capaz de combater uma infecção.
Quando devo fazer esse exame?
Se você tem o hábito de consultar o médico periodicamente, deve saber que o hemograma é um dos exames de rotina mais básicos. Ele pode ser solicitado tanto para adultos quanto para crianças e não existe uma frequência exata para realizá-lo.
Geralmente, não havendo sintomas ou doenças, o hemograma pode ser feito anualmente para checar se está tudo bem com o paciente. Se tiver presença de sinais e sintomas ou alguma doença sendo tratada, o médico pode solicitar o exame para investigar e acompanhar o caso. Por exemplo, nas situações em que há:
- sensação de cansaço e fraqueza;
- sangramentos no nariz ou na gengiva;
- estado anêmico;
- doenças infecciosas ou inflamatórias;
- tratamentos de quimioterapia ou radioterapia.
O ideal é seguir as recomendações do seu médico, pois ele será responsável por avaliar a necessidade e a periodicidade da realização do exame.
Vale lembrar que esse é um dos exames mais requisitado pelos médicos, porque, além de ser muito útil para detectar diversos problemas, ele não tem riscos ou contraindicações – inclusive gestantes podem fazê-lo –, e é muito simples e rápido.
Também é importante que você saiba que os valores de referência podem variar conforme o laboratório. Apresentar algumas variações pequenas nos resultados pode ser normal e não significa, necessariamente, que o paciente tenha alguma doença. Por isso, é fundamental que o laudo seja interpretado e avaliado pelo seu médico.
Além disso, é bom destacar que nem todo exame de sangue é um hemograma. Essa é uma confusão comum, mas, como expliquei anteriormente, este é apenas um tipo de exame de sangue, responsável por avaliar as células sanguíneas.
Quando o objetivo é investigar outros problemas ou outras substâncias do organismo, o médico precisa solicitar exames de sangue específicos, apontando o que deseja que seja avaliado na coleta de sangue. É o caso, por exemplo, do colesterol, da glicose sanguínea, de hormônios e de algumas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Fonte: Comigo Saúde