Category:

Imunidade contra o novo coronavírus pode durar apenas seis meses, alerta estudo

maio 29th, 2020 by

Um estudo de longa aplicação realizado pela Universidade de Amsterdã, na Holanda, sugere que a imunidade criada pelo corpo humano após contrair o novo coronavŕus pode durar apenas seis meses.

A notícia põe em xeque a ideia ventilada por diversos países (Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Espanha e outros) de criar um “passaporte da imunidade” para quem já contraiu a Covid-19 supondo que a reinfecção pelo novo coronavírus seria impossível.

O estudo na Holanda monitorou regurlarmente um grupo de dez homens, nos últimos 35 anos, para determinar os níveis de anticorpos no corpo deles para os quatro coronavírus humanos sazonais existentes até hoje. Com idades entre 27 e 40 anos, os testes de anticorpos nesses homens foram realizados em intervalos de três ou seis meses. 

No podcast Tempo Hábil Entrevista: pesquisa revela a força dos canais de fake news sobre coronavírus no YouTube

Segundo os pesquisadores holandeses, os resultados apontam uma “duração alarmantemente curta da imunidade contra os coronavírus” com reinfecções frequentes um ano após e redução substancial dos anticorpos contra o vírus em seis meses após a primeira infecção.

“Se o SARS-CoV-2 se comportar como um coronavírus sazonal no futuro, um padrão semelhante pode ser esperado. Como a imunidade protetora pode ser perdida seis meses após a infecção, a perspectiva de atingir a imunidade funcional do rebanho por infecção natural parece muito improvável”, alertam os pesquisadores.

A Importância do Teste de PHI no Diagnóstico do Câncer de Próstata

maio 28th, 2020 by

O PHI – Índice de Saúde Prostática é um forte marcador do câncer de próstata e mostra-se superior a análise do PSA total e livre, sendo capaz de reduzir biópsias desnecessárias em 30 % (Loeb et al 201%). Quando o PHI é adicionado aos testes de PSA e PSA livre o índice de acerto passa de 30 para 90%. O proPSA (também conhecido como p2PSA) refere-se a uma série de precursores inativos do PSA e sua dosagem consiste em um ensaio de quimiluminescência.

É um exame de sangue, indicado para homens com idade acima dos 50 anos, sem alteração no exame de toque retal da próstata e com valores de PSA elevados (Antígeno Prostático Específico).

Existem cânceres de próstata menos agressivos e mais lentos na sua evolução, enquanto outros são muito agressivos e rápidos demandando intervenções urgentes do médico assistente. O PHI ajuda o clínico nesta assertividade.

O teste de PHI, oferece maior segurança pois evita que o paciente venha a utilizar uma opção mais invasiva e agressiva para a possível identificação de alguma doença.

O PHI ajuda também a flagrar as versões mais perigosas da doença. Geralmente, quanto maior o resultado do PSA, mais elevado é o risco de câncer, daí a indicação para uma biópsia da próstata.

Um brasileiro pode ser salvo a cada 4 minutos com isolamento, estima estudo

maio 27th, 2020 by

O isolamento social tem sido um dos assuntos mais discutidos na pandemia. Efetivamente, ele salva vidas? Era essa a resposta que os pesquisadores do CeMEAI (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria) Paulo José da Silva e Claudia Sagastizábal queriam ter quando iniciaram um estudo matemático em colaboração com Tiago Pereira e Alexandre Delbem e que resultou em uma página que pode ser consultada pela população.

O grupo fez ajustes do modelo epidêmico Seir, que representa a taxa de replicação do vírus sars-cov-2, tentando descobrir se ela varia no tempo. A ideia era identificar tendências na evolução da taxa de propagação do vírus e consequente aceleração ou desaceleração da epidemia depois do início dos protocolos de distanciamento social que foram implementados a partir de 24 de março.

“Fizemos a análise para o País todo e depois especializamos os resultados para os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão e para todas as grandes regiões do País”, explicou Paulo Silva, que também é professor do IMECC (Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica) da Unicamp.

Muito se discute sobre os reais números da pandemia no Brasil e no mundo, no entanto, os resultados da pesquisa estão baseados nos dados oficiais baixados a partir do site Observatório Covid-19 BR. “Esses dados sofrem de clara subnotificação e, assim, as nossas estimativas também seguirão subestimadas. Porém, acreditamos que mesmo assim é possível ter uma ideia da evolução da epidemia.”

O estudo considerou vidas que seriam salvas com o isolamento social nos próximos 14 dias, a partir de 4 de maio, e concluiu que, “até o dia 19 de maio, seriam salvas 5.513 vidas, o que dá aproximadamente uma vida a cada quatro minutos”, explicou o autor, lembrando ainda que a página atualiza as projeções automaticamente a cada dia. “Logo, os números simulados em 6 de maio irão mudar de acordo com a divulgação diária dos dados oficiais do site Observatório Covid-19 BR.”

Paulo Silva comenta ainda sobre a análise feita levando em consideração estudos específicos para cada região do país.

“O distanciamento social parece ter sido efetivo quando consideramos o Brasil inteiro, mas vem perdendo força, o que é preocupante. Essa é a tendência no Sudeste, que concentra a maior parte dos casos e também no Centro-Oeste. O Norte e o Nordeste, que já possuem regiões onde o sistema de UTIs está acima da capacidade, parecem ter entendido a dimensão do problema e passaram a adotar um distanciamento mais efetivo. Na contramão está o Sul, que sofreu um forte pico de casos reportados recentemente com causas a serem estudadas”, concluiu.

Claudia Sagastizábal, professora do IMECC, na Unicamp, comentou ainda sobre as curvas que de uma forma geral foram achatadas. “Objetivamente, esse estudo mostra a eficiência do isolamento e se torna preocupante quando analisamos os picos previstos pelo modelo Seir, que ainda são extremamente altos. Isso sugere que é imperativo que os governos busquem alternativas de controle da epidemia para que não enfrentemos colapsos nos sistemas de saúde em breve.”

Coronavírus: nova vacina é testada em voluntários na Austrália

maio 26th, 2020 by

Uma nova candidata a vacina contra o coronavírus começou a ser testada nesta terça-feira (26), desta vez em seis voluntários na Austrália, de um total de 131 que ainda participarão do estudo. Caso os resultados da primeira fase sejam positivos, estima-se liberar a imunização ainda este ano.

A chamada NVX-CoV2373 é produzida pela empresa de biotecnologia americana Novavax. Testes em animais sugeriram que a vacina é eficaz em doses baixas. A companhia poderia fabricar pelo menos 100 milhões de doses este ano e 1,5 bilhão em 2021, de acordo com o chefe de pesquisas da empresa, Dr. Gregory Glenn.

A fabricação da vacina tem sido ampliada desde março com um investimento de US$ 388 milhões da Coalizão para Inovação de Preparações para Epidemias da Noruega. A organização centraliza diferentes esforços de pesquisadores para combater o coronavírus e outras doenças de escala global.

Os resultados da primeira fase dos ensaios clínicos em Melbourne e Brisbane devem ser conhecidos em julho, segundo a Novavax. Milhares de candidatos em vários países se envolveriam em uma segunda fase de testes.

Novo tipo de vacina

A maioria das vacinas experimentais em andamento visa treinar o sistema imunológico a reconhecer a proteína S, usada pelo vírus Sars-Cov-2 para entrar nas células humanas, estimulando o organismo a reagir se exposto ao vírus real. Algumas delas são feitas usando apenas o código genético dessa proteína, já outras usam um vírus inofensivo para fornecer as informações de produção da proteína. 

A solução da Novavax entra como um novo tipo nessa lista, chamado de vacina recombinante. A empresa usou a engenharia genética para cultivar cópias inofensivas da proteína S em cubas gigantes de células de insetos em laboratório. Os cientistas extraíram, purificaram e embalaram a proteína em nanopartículas do tamanho do vírus.

“A maneira como fabricamos uma vacina é que nunca tocamos o vírus”, afirmou a companhia. Mas, em última análise, “parece um vírus para o sistema imunológico”. Este é inclusive o mesmo processo que a Novavax usou para criar uma vacina contra a gripe que passou recentemente em testes de estágio avançado.

O mistério dos ‘supercontagiantes’ do coronavírus

maio 25th, 2020 by

Entre 1900 e 1907, Mary Mallon, uma cozinheira irlandesa que trabalhava em Nova York, transmitiu tifo a dezenas de pessoas. Ela não tinha sintomas e se negou a cooperar quando George Soper, um engenheiro especializado em saneamento, identificou-a como a origem de uma série de misteriosas infecções nos bairros ricos da cidade. Não entendia por que queriam impedi-la de trabalhar se ela se sentia bem. Para secar a fonte do contágio, a mulher foi confinada no hospital Riverside até 1910. Naquele ano foi liberada com a promessa de que não voltasse a trabalhar como cozinheira. Em 1915, 25 pessoas adoeceram de tifo na Maternidade Sloan, em Manhattan. Uma investigação descobriu que uma das cozinheiras da instituição, Mary Brown, era na verdade Mary Mallon. Apelidada de Mary Tifoide pela imprensa da época, foi devolvida a Riverside, onde permaneceu até sua morte, em 1938.

O caso da pobre Mary é um dos primeiros e mais célebres de supercontagiantes, indivíduos que transmitem doenças a muita gente, em comparação a outros infectados que quase não contagiam. O fenômeno foi descrito em muitas epidemias, como as do ebola, HIV e SARS. Esta última, causada por um parente do coronavírus da covid-19, foi identificada em 2002. Uma análise do surto da doença em Singapura descobriu que, de 201 contagiados, 81% não pareciam ter contagiado ninguém. Entretanto, cinco indivíduos infectaram 10 ou mais de seus contatos. Ao todo, empregando dados do progresso da epidemia em Hong Kong e Singapura, pesquisadores da Universidade de Hong Kong calcularam que cerca de 70% das infecções se deviam a fenômenos de supercontágio. Portanto, muitos destes focos eram explicados pelo fato de a pessoa só ter sido internada mais de quatro dias depois do início dos sintomas. Aquela descoberta provou a importância de identificar os casos a tempo e isolá-los.

Com o SARS-CoV-2, o vírus responsável pela crise atual, estima-se que, se não forem aplicadas medidas de distanciamento social ou higiene, cada contagiado passa o agente patogênico a três pessoas. Mas essa é a média. Na verdade, como aconteceu com a primeira SARS, o normal é que a maioria contagie pouco ou nada, e haja alguns que contagiem muita gente. Um trabalho recente de uma equipe da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres estimava que 80% dos novos casos na atual pandemia procediam de 10% dos infectados. Na Espanha, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Santiago de Compostela (USC) e do hospital universitário dessa cidade galega (SERGAS), esses supercontagiantes poderiam estar por trás da metade de todos os casos.

A partir de uma amostra de 5.000 genomas do vírus, a equipe, liderado por Antonio Salas e Federico Martinón-Torres, observou as mutações para reconstruir o comportamento do agente patogênico desde sua origem. “Entre as coisas positivas, vimos que houve pouca variação, que é estável, e isso é melhor para que as vacinas que estão sendo desenvolvidas funcionem”, conta Martinón-Torres, pesquisador da USC e do SERGAS. Outra das conclusões da análise foi a existência de gargalos na diversidade do vírus, que a partir desse ponto se transmite a um grande número de pessoas. Daí deduzem os autores a presença de supercontagiantes, neste caso, algumas dúzias de indivíduos, que contagiam 20 ou 30 de seus contatos e explicam metade desses 5.000 contágios.

A experiência com a SARS sugere que a conclusão é plausível, mas Fernando González Candelas, pesquisador da Fundação para o Fomento da Pesquisa Sanitária e Biomédica da Comunidade Valenciana (Fisabio, na sigla em idioma valenciano) e responsável por um projeto para reunir até 20.000 sequências do genoma do vírus na Espanha, adverte que o efeito observado poderia se dever a fenômenos distintos. “Se, por exemplo, em um local de trabalho uma pessoa chega e contagia outra, que por sua vez contagia outra, e assim até 30, o que observaríamos no estudo dos genomas seria o mesmo que se uma só pessoa chegar a esse local de trabalho e contagiar 30”, explica. “É necessária uma análise epidemiológica detalhada para saber quem infectou quem”, acrescenta.

Antonio Salas concorda em que agora o interesse estaria em identificar esses possíveis supercontagiantes e analisar suas características, tanto biológicas como de comportamento social. “Seria muito interessante ter uma amostra grande de supercontagiantes, de centenas ou milhares, para compreender o que acontece com eles”, afirma Salas. Por enquanto, não há estudos amplos que possam identificar como são esses indivíduos ou em que circunstâncias se manifestam. Poderia tratar-se, por exemplo, de pessoas que por características de seu sistema imunológico tenham uma carga viral elevada, mas não apresentem sintomas e espalhem os agentes patogênicos durante muito tempo sem experimentar mal-estar algum. Também pode ocorrer que a combinação com outras doenças aumente a capacidade de transmissão do SARS-CoV-2. Isto se detectou em pessoas que além de HIV tinham herpes, o que elevava os níveis de material genético do vírus detectados no sêmen.

González Candelas considera muito relevante identificar esses supercontagiantes e conhecer suas particularidades, embora acredite que no momento “é mais fácil identificar as características dos ambientes de risco que as dos indivíduos”. “Atualmente, temos a maior parte de infecções em asilos de idosos, em hospitais e algo ainda nas famílias. É preciso fazer mais testes em determinados entornos e não em outros”, observa. “Assim, poderíamos também fortalecer as medidas de distanciamento social e o uso de máscara em lugares fechados, ou abrandá-las no exterior, desde que encontrássemos provas que assim justificassem”, sugere.

Enquanto os pesquisadores acumulam evidências sobre o comportamento do vírus e sua forma de transmissão, os gestores têm que trabalhar com os dados limitados de que dispõem. Em La Rioja (norte da Espanha) houve um dos focos de contágio mais notórios das primeiras semanas da pandemia. Em 12 de março, essa comunidade autônoma era uma das mais afetadas pela covid-19 na Espanha, com 185 casos, a grande maioria relacionada com um foco na localidade de Haro. O vírus chegou ali depois que, em 23 e 24 de fevereiro, quase cem pessoas participaram do velório e enterro de um homem em Vitoria. Enrique Ramalle, diretor-geral de Saúde Pública, Consumo e Cuidados da Comunidade de La Rioja, explica que o caso de Haro não foi atribuído a um supercontagiante. “Ali houve muitas pessoas durante dois dias, em um espaço fechado, além disso era fevereiro, que fazia frio, e as janelas estariam fechadas, e numa época em que ainda se desconhecia a possibilidade de contágio”, explica Ramalle.

“Agora, nos casos que detectamos, e talvez pelo confinamento, vimos que o número de contatos estreitos não é muito alto, uns oito ou dez por pessoa”, observa. “Até agora, o caso com mais contatos tinha 30, e houve quatro contágios”, acrescenta. Ramalle afirma desconhecer casos de supercontágio, mas recorda que as circunstâncias podem mudar com o desconfinamento. Por último, pede tato com a forma de tratar o tema de Haro.

Essa é outra das preocupações do estudo dos focos de elevado contágio e a identificação de supercontagiantes. Um recente surto na Coreia do Sul foi relacionado a boates com festas LGTB, e os contagiados em Haro pertenciam a famílias ciganas da localidade. A tendência a estigmatizar os infectados, como se fossem responsáveis pela doença, pode ser nociva para o controle da enfermidade, por levar os indivíduos a ocultarem sua condição até que seja tarde demais.

Salas considera que é preciso erradicar a ideia da culpabilidade dos contagiados, e que desenvolver um perfil dos supercontagiantes pode fornecer uma compreensão sobre a pandemia da qual agora carecemos. “O conhecimento às vezes não precisa de um objetivo concreto, e as soluções muitas vezes chegam quando sabemos mais sobre um problema, do lugar menos esperado”, conclui.

Acompanhe os dados em tempo real através de nosso site do Coronavírus.

Fonte: https://brasil.elpais.com/ciencia/2020-05-24/o-misterio-dos-supercontagiantes-do-coronavirus.html

É possível pegar o coronavírus mais de uma vez?

maio 23rd, 2020 by

No finalzinho de fevereiro, uma notícia vinda do Japão causou temor: autoridades do país nipônico anunciaram que uma guia turística tinha se recuperado totalmente da Covid-19 e, dias depois, os sintomas retornaram. Exames mostraram que ela voltou a testar positivo para o coronavírus (Sars-CoV-2). Um episódio parecido aconteceu na Coreia do Sul.

Na China, onde a pandemia iniciou, os relatos são mais fortes: ao menos 100 indivíduos que se curaram da doença voltaram a apresentar resultados positivos para a presença dessa ameaça microscópica. Será que o corpo não cria imunidade contra esse vírus, o que favoreceria uma reinfecção?

A verdade é que o mundo está aprendendo dia após dia com o coronavírus. Compreender como os pacientes se comportam até a alta é uma das questões-chave dessa história, pois isso tem o potencial de modificar as políticas públicas adotadas até o momento.

De acordo com a evidência científica atual, a probabilidade de uma reinfecção é remota. Quem aposta nisso é o médico Anthony Fauci, líder da força-tarefa contra o coronavírus dos Estados Unidos e um dos maiores especialistas do mundo em doenças infecciosas.

Numa entrevista para o programa The Daily Show, do canal da televisão americana Comedy Central, ele afirmou: “Se esse vírus age como qualquer outro que conhecemos, uma vez que você é infectado e se recupera, cria uma imunidade que protege de futuras infecções por esse mesmo agente”. 

Como explicar então esses casos na Ásia?

O coronavírus é uma família com vários integrantes. Alguns deles infectam humanos, como é o caso Sars-CoV-2, responsável pela pandemia atual. Outros preferem morcegos, bois ou galinhas. E a experiência mostra que essa turma têm a capacidade, sim, de atazanar o mesmo ser vivo mais de uma vez. “Reinfecções não são eventos tão raros entre os coronavírus”, observa o virologista Paulo Eduardo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 

Por outro lado, segundo as pesquisas disponíveis, tudo leva a crer que esse risco de um bate e volta com o Sars-CoV-2 é bem baixo. Basta levar em conta que já são mais de 1 milhão de casos no mundo todo e ao redor de 100 relatos não confirmados de reinfecção em três países. “As análises também indicam que o novo coronavírus não possui uma alta taxa de mutações, o que certamente é importante”, acrescenta o imunologista Eduardo Finger, diretor do Laboratório de Pesquisa Experimental do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista.

Para entender direitinho porque a taxa de mutação dos vírus é relevante quando pensamos na criação de uma resposta imune sustentada, vamos usar como exemplo dois vilões muito comuns: o influenza e o sarampo.

Comecemos com o influenza, o causador da gripe: sabe-se que ele se modifica o tempo todo. Isso significa que nosso sistema de defesa perde a capacidade de reconhecê-lo com certa velocidade. Essa, aliás, é a razão de tomarmos a vacina contra a gripe todos os anos: os subtipos de influenza em circulação na nova temporada de frio costumam ser diferentes daqueles que pintaram no ano anterior. 

A mesma coisa não acontece com o sarampo. Por ser um vírus mais estável, basta ter contato com ele uma vez (ou, de preferência, vacinar-se) para que o corpo o detecte e o ataque toda vez que o encontrar. Na maioria das vezes, duas doses do imunizante durante a infância são suficientes para oferecer proteção pelo resto da vida. 

Outra possibilidade: uma interpretação inadequada dos exames

Talvez o que esteja sendo visto como reinfecção, na verdade, seja uma conclusão precipitada dos testes de diagnóstico da Covid-19. Um dos métodos mais utilizados hoje no mundo se chama PCR (sigla em inglês para reação em cadeia da polimerase). Essa técnica rastreia a presença de pequenos trechos do código genético do vírus em amostras de um paciente. 

“Sabemos que pessoas que receberam alta após o tratamento para a Covid-19 continuam excretando pedaços do coronavírus, o que daria um resultado positivo num teste desses. Isso, por sua vez, poderia ser entendido como reinfecção quando, na verdade, trata-se de uma infecção primária que não se resolveu totalmente”, explica Brandão.

Que fique claro: o PCR é um dos melhores métodos de detecção. Ele é inclusive recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. O problema estaria na interpretação de seus resultados num contexto com milhares de pacientes em atendimento. 

Reinfecção ou ainda em recuperação do coronavírus?

Uma terceira explicação para esses relatos nos três países orientais seria o fato de o paciente ainda não estar 100% recomposto da Covid-19 e receber alta antes da hora. Ora, após invadir as células superficiais da boca, dos olhos ou do nariz, o bendito Sars-CoV-2 pode descer pelo sistema respiratório até alcançar os pulmões.

Acontece que o teste de diagnóstico dessa infecção é feito com o auxílio de uma haste flexível com algodão na ponta. Essa ferramenta é introduzida pelo nariz até alcançar o comecinho da garganta. A ideia é esfregar o cotonete ali para retirar um pouco da mucosa, que será analisada no laboratório para ver se há coronavírus ou não no pedaço.

Algumas pessoas que estão se recuperando podem passar por esse exame e não apresentar vírus nessa região das vias aéreas superiores. Mas o agente infeccioso pode estar escondido mais pra baixo, lá nos pulmões. Com o resultado negativo, o sujeito é liberado da internação e, sem os cuidados com a saúde, volta a apresentar os sintomas, uma vez que a carga viral sobe de novo.

Seguindo essa linha de raciocínio, não estaríamos diante de um quadro de reinfecção, mas, sim, de uma doença que não foi devidamente tratada e curada. 

Experiência com primatas

Um estudo realizado por um convênio de cientistas chineses acrescentou informações relevantes a essa história. Na experiência, quatro macacos rhesus foram infectados com o novo coronavírus e, após alguns dias, se recuperaram bem. Na sequência, eles tiveram contato novamente com o Sars-CoV-2: nenhum experimentou uma segunda infecção. Nem mesmo quando o vírus foi colocado diretamente no organismo desses primatas.

Apesar de interessante, o trabalho merece ressalvas. “Nós somos próximos de macacos, mas não somos macacos. Há uma série de doenças infecciosas em que o sistema imune deles age de uma maneira diferente do nosso”, pondera Finger. A exposição a um vírus no laboratório também não é a mesma coisa do contato natural, no dia a dia. 

Se, por um lado, não dá pra levar as conclusões do trabalho a ferro e fogo, por outro ele aponta para uma luz no fim do túnel. “O experimento sinaliza que uma futura vacina poderá ser efetiva quando estiver disponível”, analisa Brandão.

O que se tira de lição dessa história?

Em primeiro lugar, vale reforçar que cientistas, médicos e autoridades em saúde pública estão aprendendo em tempo real a combater o coronavírus e seus estragos. Portanto, é natural que as recomendações se modifiquem conforme o conhecimento avança e novas peças desse intrincado quebra-cabeça são descobertas. 

Caso o risco de reinfecção em larga escala seja verdadeiro e isso fique comprovado por estudos maiores e mais criteriosos (o que não aconteceu até agora), as políticas públicas colocadas em prática atualmente passarão por mudanças. “Esse cenário demandaria um número ainda maior de recursos diagnósticos e exigiria mais do sistema de saúde”, especula Brandão.

Por ora, as evidências indicam que a Covid-19 é mesmo uma doença que só se pega uma vez. O corpo parece que desenvolve, sim, uma memória imunológica para debelá-la caso o coronavírus tente uma segunda invasão. Em meio a um cenário tão desolador, eis ao menos uma boa notícia.

Por que a Covid-19 também é perigosa para crianças e adolescentes

maio 22nd, 2020 by

A pandemia do novo coronavírus mudou a forma como vivemos em todo o mundo. Um grupo em particular requer atenção especial dos adultos: as crianças e os adolescentes. Além do risco de contrair o vírus, com o isolamento social eles podem ficar mais expostos a situações de vulnerabilidade.

Segundo a Unesco, o fechamento de escolas impactou a vida de 1,3 bilhão de alunos em 186 países.

No Brasil, essa interrupção na vida cotidiana fez com que crianças e adolescentes perdessem o contato com adultos protetores. Infelizmente, a suposta segurança do lar não é garantia de proteção. Muitas crianças estão expostas ao aumento de tensões nas relações familiares em virtude, por exemplo, da crise econômica, do estresse e de um maior consumo de bebidas alcoólicas.

Dados do Disque 100, canal de denúncia do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, já revelam aumento da violência doméstica durante o período de isolamento social. Além disso, o uso em larga escala das plataformas digitais e a ampliação do tempo online também podem deixar crianças e adolescentes mais expostos a violações, como o aliciamento (contato através de meios digitais para fins sexuais), acesso a pornografia, cyberbullying, entre outros.

É fundamental que os adultos mostrem que estão presentes, conduzam conversas sem pré-julgamentos e orientem crianças e adolescentes sobre situações de risco e de proteção. O mesmo ocorre para o mundo digital: acompanhar o que meninos e meninas sob sua responsabilidade fazem online é uma estratégia de prevenção. É importante alertá-los que o que acontece no mundo real também pode acontecer no virtual e vice versa.

Falar sobre violência sexual ainda é um tabu na sociedade. Por isso, lançamos uma campanha de mobilização para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente e estamos apoiando outras ações de comunicação para dar ainda mais visibilidade para esse tema urgente.Logo da campanha da Childhood Brasil contra violência e abuso infantil durante a quarentena

Dados pré-pandemia identificaram que, a cada hora, pelo menos quatro crianças ou adolescentes são vítimas de violência sexual no Brasil. Número que choca e que ainda esconde o fato de que somente um em cada dez casos chega a ser reportado.

Além da prevenção e da educação, entre outras medidas protetivas, a sociedade só conseguirá combater essa violação de direitos humanos se estiver atenta ao problema.

Somente juntos poderemos acabar com esta que é uma das piores violações de direitos humanos de nossas crianças e garantir a construção de uma sociedade melhor. Por isso, se você suspeitar que uma criança ou adolescente está sendo vítima de violências, denuncie. Disque 100.

Acompanhe os dados em tempo real através de nosso site do Coronavírus.

Fonte: Saúde

Coronavírus: Dor nas costas durante o isolamento social: da prevenção ao tratamento

maio 21st, 2020 by

Os médicos ouvidos por esta reportagem e as buscas que estão bombando na internet confirmam: a quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) levou a um aumento nos relatos de dor nas costas. O incômodo surge a partir de um conjunto de fatores – mas pode ser aliviado com medidas simples.

“É totalmente esperado esse crescimento nas queixas”, começa João Paulo Bergamaschi, ortopedista do Hospital Samaritano, em São Paulo. Primeiro, entra em jogo o sedentarismo, comum na quarentena. É que a inércia enfraquece a musculatura que sustenta a coluna – as dores mais comuns são de origem muscular. Mesmo quem malhava há tempos e diminuiu o ritmo sente esse efeito.

Além disso, quem está trabalhando em casa nem sempre fica na melhor posição em termos de saúde corporal. “Sem falar na tensão e no estresse pelas incertezas do momento e no acúmulo de funções, incluindo os afazeres domésticos. Tudo isso favorece o aparecimento das dores”, completa o ortopedista Alexandre Fogaça, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Abaixo, entenda como amenizar o impacto de cada um desses fatores.

Ergonomia no trabalho

Com a pandemia, muita gente se viu obrigada a cumprir expediente no próprio lar sem ter o aparato necessário para isso. “Para essas pessoas, o ideal é montar um canto que simule o escritório da melhor maneira possível”, comenta Alberto Gotfryd, especialista em coluna pelo Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

A cadeira precisa ser confortável e oferecer algum apoio para a coluna lombar e, de preferência, para os braços. Quando estiver sentado nela, quadris e joelhos devem ficar em um ângulo de 90 graus. Se os pés não encostarem no chão, vale colocar um apoio para eles.

O certo é deixar a tela do computador na altura dos olhos, para evitar que a cabeça fique curvada para baixo, o que tensiona o pescoço. Existem suportes para notebook capazes de ajudar nesse ajuste. Invista também em teclado e mouse que fiquem na mesa, na altura do cotovelo dobrado.

Mesmo que já tenha essa estrutura, não é recomendado passar o dia sentado. Ou seja, levante a cada hora para dar uma caminhada pela casa e esticar as pernas. Isso vale inclusive para o tempo maratonando séries no sofá.

“Se você fica muito tempo na mesma posição, aumenta a pressão mecânica nos discos da coluna, que precisam de movimento. Ainda há o risco de encurtamento da musculatura, que também agrava a dor”, destaca Gotfryd.

Relaxar a mente

Com o estresse constante, contraímos os músculos sem perceber. E a coluna é uma das regiões que mais refletem a tensão do dia a dia. Dores na cervical, na lombar e no pescoço devem chamar a atenção nesse aspecto.

Práticas como ioga (que ainda melhora a flexibilidade) e meditação ajudam a restaurar o equilíbrio em tempos tão conturbados.

Atividade física é imprescindível

O exercício é uma das estratégias mais celebradas pela ciência para evitar dor nas costas, um problema tão comum que, estima-se, atinge 80% da população ao menos uma vez na vida. É mais desafiador treinar em casa, mas não impossível.

Aposte em atividades de fortalecimento da região do core (o conjunto de músculos que suporta pelve, abdômen, lombar e quadril). Entram na lista abdominais, prancha e treinos que ativam os glúteos e as pernas. Só é preciso ter cuidado para não acabar facilitando o aparecimento de alguma lesão.

“Exercícios mal feitos podem sobrecarregar a coluna”, alerta o educador físico Octávio Costa, credenciado à Associação Internacional de Ciências do Esporte (Issa, na sigla em inglês). Os que demandam mais atenção são os agachamentos, flexões de quadril, levantamento de peso e saltos. Se você não tem muita prática, comece aos poucos e, se possível, com orientação, mesmo que à distância.

Agora, uma tática mais segura para prevenir as dores é o alongamento constante da região. Confira algumas sugestões:

• Deitado de barriga para cima, traga os joelhos em direção ao peito e os abrace. Respire por alguns segundos. Saia da posição e volte para uma segunda série.

• Sentado de costas para uma parede, projete as mãos na direção da ponta dos pés, com as pernas unidas e joelhos estendidos.

• Na mesma posição, afaste as pernas estendidas e vá com as duas mãos em direção a um dos pés. Depois, repita o movimento para o outro lado.

• Deite-se de barriga para cima, coloque o joelho em noventa graus e cruze as pernas como se estivesse sentado. Puxe a perna que não está dobrada em direção ao tronco.

O que fazer quando o problema já se instalou

Geralmente, a crise de dor muscular é pontual, piora com o movimento e tende a regredir sozinha depois de alguns dias. “Nesse período, alongamentos, compressas quentes e massagens trazem alívio”, indica Bergamaschi. Analgésicos podem ser necessários, mas só devem ser tomados sob orientação médica.

Às vezes, será imprescindível buscar ajuda especializada. Fique atento aos sinais de que chegou esse momento: “Dores mais intensas e persistentes precisam de avaliação profissional”, destaca Bergamaschi. Outros pontos de alerta: perda de sensibilidade na região ou nos membros inferiores, alterações para urinar ou evacuar e queixas de dor em crianças e idosos.

Acompanhe os dados em tempo real através de nosso site do Coronavírus.

Fonte: Saúde

Covid-19 é doença sistêmica: conheça estragos e sintomas fora dos pulmões

maio 19th, 2020 by

A ideia de que a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), é um mal sistêmico já está relativamente bem estabelecida entre os profissionais. Ou seja, seus estragos e seus sintomas não se limitam às vias aéreas e aos pulmões — boa parte do corpo pode ser afetada.

Confira alguns dos sinais inciais do coronavírus:

  • Coriza
  • Dor de garganta
  • Febre
  • Falta de ar
  • Dores musculares
  • Cansaço
  • Perda de olfato e de paladar
  • Dores abdominais
  • Vômito
  • Diarreia

“Por causa da baixa oxigenação no sangue, algumas pessoas podem ainda apresentar confusão mental, irritabilidade, agitação, tontura e mal-estar”, aponta João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Isso ocorre nos casos mais avançados da doença, quando a função pulmonar já está prejudicada, mesmo que a respiração em si pareça normal.

Vale destacar, antes de tudo, que a maioria dos casos da infecção é leve. “São o que chamamos de pacientes oligossintomáticos, que quase não tem sintomas ou os apresentam de maneira discreta”, destaca Prats.

Como o coronavírus afeta os outros órgãos

O adoecimento generalizado é evidente na pequena parcela da população que desenvolve versões graves da Covid-19. O mecanismo mais conhecido até agora é a inflamação exacerbada (ou tempestade inflamatória) que algumas pessoas produzem como resposta ao vírus.

“Nessa situação, uma molécula chamada citocina é liberada aos montes na circulação. Ela chega aos órgãos e inflama o endotélio, que é o revestimento dos vasos sanguíneos”, explica Bruno Naves, cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).

Há evidências de que o Sars-CoV-2 também infecte diretamente as células do endotélio, que fazem a interface entre sangue e tecidos corporais. “E essas células estão praticamente no organismo todo.

Portanto, dá para raciocinar que, se o vírus atua ali, poderia estar em qualquer lugar”, destaca Prats.

Complicações cardiovasculares

Outro mecanismo de ação sistêmica, que também tem a ver com o endotélio, é o risco elevado de formação de trombos e coágulos sanguíneos. Existem relatos de eventos sérios como trombose venosa profunda, embolia pulmonar, AVC e infarto nos portadores, além de micro trombos que afetam o fornecimento de sangue a determinado local.

“Geralmente, pessoas que ficam muito tempo no hospital, acamadas, já estão suscetíveis aos trombos. Mas temos visto que a Covid-19 parece aumentar mais esse risco do que seria esperado”, comenta Naves.

Cérebro e sistema nervoso

Os efeitos neurológicos extrapolam a questão vascular. “A doença pode deixar os nervos adoecidos e provocar danos no cérebro. Por isso, certas pessoas com quadros graves têm, depois da alta, fraqueza muscular e dificuldades para andar, comer, se equilibrar e realizar atividades cotidianas”, destaca Prats.

Outra suspeita, ainda a ser esclarecida, é que o vírus infecte diretamente as células do sistema nervoso central.

Já se sabe que os nervos do sistema periférico responsáveis por olfato e paladar são prejudicados pelo Sars-CoV-2 — daí a perda desses sentidos. Dois estudos ainda não publicados em revistas científicas (o que diminui seu grau de confiabilidade), um norte-americano e um suíço, indicam que eles não atingem as células desses nervos em si, porém atacam o ambiente ao redor, atrapalhando seu funcionamento.

Problemas do coronavírus nos rins

Um estudo fresquinho, publicado no Journal of the American Society of Nephrology, avaliou a literatura já disponível sobre o assunto e destacou que casos severos de Covid-19 estão ligados a um maior risco insuficiência renal aguda — quando esses órgãos de repente param de trabalhar.

“Como ele é responsável por filtrar o sangue, esse monte de substâncias inflamatórias em circulação vai parar lá”, explica Prats. Se o acometimento for intenso, é preciso fazer hemodiálise. O quadro pode ser fatal.

Fora a inflamação, vale dizer que as células renais possuem mais receptores ACE2 do que os pulmões. E daí? Essas partículas servem de porta de entrada para o vírus, como destaca a publicação norte-americana.

Efeitos da Covid-19 no intestino

Alguns trabalhos mostram uma alta incidência de queixas gastrointestinais. Exemplo: um estudo retrospectivo francês, feito com 114 indivíduos e publicado no Clinics and Research in Hepatology and Gastroenterology, relata uma taxa de 50% de sintomas como diarreia. Aliás, estima-se que cerca de 3% dos infectados pelo Sars-CoV-2 apresentem somente alterações como vômito, náusea e diarreia — sem manifestações respiratórias.

“Assim como vários tipos de coronavírus, ele parece ter atração especial pela parede que reveste o intestino”, aponta Prats. Pois é, o órgão também possui receptores ACE2, que permitem a entrada do vírus nas células.

Outra coisa é que parte dos nossos linfonodos, estruturas responsáveis pela produção de células de defesa contra infecções, está no intestino e na região do abdômen. “Como a infecção inflama esses gânglios, é natural que haja um desconforto ali”, completa o infectologista.

Sintomas do coronavírus na pele

Mais recentemente, o Sars-CoV-2 tem sido associado a problemas dermatológicos como vermelhidão generalizada, manchas e os já famosos “dedos de covid”, uma complicação em que os dedos, em especial dos pés, ficam avermelhados e até arroxeados.

“Até agora, encontramos cerca de 600 casos de 12 padrões diferentes de manifestações cutâneas descritos na literatura médica”, pontua Paulo Criado, coordenador do Departamento de Medicina Interna da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Como o número é pequeno perto do total de casos da doença (passando agora dos 4 milhões), não está claro se há uma relação direta com o vírus.

No momento, sintomas dermatológicos não entraram nos guias oficiais. “Muitas das manifestações descritas até agora podem ocorrer, inclusive, como efeitos adversos de medicamentos usados no tratamento da Covid-19”, pontua Prats.

Acompanhe os dados em tempo real através de nosso site do Coronavírus.

Fonte: Saúde

Peguei a Covid-19! Posso amamentar?

maio 18th, 2020 by

Uma dúvida paira na cabeça das novas e futuras mães: o coronavírus pode passar para os bebês através da amamentação? Diante da preocupação, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou um documento sobre o assunto. “Até o momento, não existe nenhum estudo mostrando que o leite materno seja capaz de transmitir o vírus para a criança”, resume o pediatra Luciano Borges Santiago, do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP.AdChoicesPUBLICIDADE

Em consonância com as principais organizações de saúde do mundo, a instituição recomenda, então, que as mães diagnosticadas com a Covid-19 continuem amamentando. Afinal, a proteção que o leite da mulher proporciona ao bebê em diversos aspectos prevalece sobre a eventual possibilidade de transmissão.

Regrinhas para proteger o bebê

Ainda que a orientação seja manter o aleitamento, é necessário tomar algumas precauções. “Antes, as mães devem lavar as mãos ou higienizá-las com álcool em gel, além de colocar máscaras adequadas”, orienta Santiago. Quem estiver tossindo muito e não se sentir segura para oferecer o peito pode tirar o leite e pedir a um cuidador saudável que dê o alimento ao bebê em um copinho — desde que conheça a técnica correta.

(Ilustração: Arte Veja Saúde/SAÚDE é Vital)

Acompanhe os dados em tempo real através de nosso site do Coronavírus.

Fonte: Saúde