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Erisipela

novembro 5th, 2020 by

A erisipela é uma condição inflamatória que atinge a derme e o panículo adiposo (tecido celular subcutâneo) da nossa pele, com grande envolvimento dos vasos linfáticos. Representa uma forma superficial da celulite, pois atinge predominantemente a derme e a parte superior da gordura subcutânea. Acomete, predominantemente, os membros inferiores de pacientes da terceira idade, cuja circulação venosa e linfática estão debilitadas. Porém, pode atingir pessoas de qualquer idade e outras regiões da pele.

Habitualmente, a erisipela está relacionada a um fator chamado “porta de entrada”, como úlcera venosa crônica, pé de atleta, picada de insetos, ferimento cutâneo traumático e manipulação inadequada das unhas. Por meio desta porta de entrada, bactérias penetram na pele , atingindo as camadas cutâneas inferiores  e se espalhando facilmente com muita velocidade. A principal bactéria envolvida é o Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, porém, outras bactérias também podem estar envolvidas. Pessoas com baixa condição imunológica, obesas e com má circulação são as mais suscetíveis.

Sintomas

Muitas vezes, o quadro tem início súbito com mal-estar geral, fadiga, febre e calafrios, antes mesmo do surgimento de sinais na pele infectada. Em seguida, instalam-se achados locais, como avermelhamento, dor, inchaço e aumento da temperatura. O aparecimento de adenomegalia inflamatória é comum. Em casos mais graves podem surgir formação de bolhas, escurecimento do segmento acometido e até quadros de septicemia, ou seja, infecção generalizada com risco de morte.

Tratamentos

O tratamento deve ser instituído o mais breve possível, tendo como base o uso de antibióticos, repouso, elevação do membro afetado e tratar o fator desencadeante. O antibiótico mais usado é a penicilina procaína ou cristalina. Outros antibióticos podem ser administrados, na dependência do perfil de resistência bacteriana. Por vezes, faz-se necessária abordagem cirúrgica, removendo e drenando grandes áreas necróticas e com pus.

Prevenção

As melhores medidas preventivas consistem em: investir em medidas de limpeza local; evitar as “portas de entrada”, como traumas, picadas de insetos, dermatoses cutâneas tipo pé de atleta; ter atitudes que reduzam a insuficiência linfática e venosa; ter um melhor controle do diabetes. Em pacientes contaminados, deve-se descolonizar a pele. Aplicar penicilina benzatina intramuscular a cada 21 dias, nos casos de erisipela de repetição.

Esporotricose

novembro 5th, 2020 by

A esporotricose é uma micose causada pelo fungo universal da espécie Sporothrix spp, mas causa doenças especialmente em indivíduos que residem em países de clima tropical e subtropical. O fungo Sporotrhix spp habita a natureza e está presente no solo, palha, vegetais, espinhos, madeira.  A esporotricose, em sua forma clássica, foi por muito tempo conhecida como “a doença do jardineiro”.

Isso porque era comum acometer esses profissionais, assim como também agricultores ou outras profissões e indivíduos que tivessem contato durante atividades de lazer com plantas e solo em ambientes naturais onde o fungo estivesse presente. Além de atingir seres humanos, também acomete várias espécies de animais silvestres e domésticos, principalmente o gato e o cachorro. Enquanto os cachorros adquirem uma forma de baixa virulência, semelhante a dos humanos, os gatos geralmente adquirem uma forma grave e disseminada da doença.

Quando o profissional ou o cuidador tem contato com o gato, por meio de arranhões ou trato respiratório, ou com a pele contaminada, esse indivíduo pode adquirir a esporotricose zoonócia, transmitida por felinos. Não há relatos de transmissão de homem para homem e de cachorro para homem. A maioria dos relatos é de transmissão de gato para homem e de gato para cachorro. Especialistas admitem que a doença hoje, é considerada a maior infecção por animais no mundo. No Brasil a doença também é transmitida pela espécie, exclusiva, Sporothrix brasiliensis.

Atualmente, a esporotricose zoonótica já é considerada uma hiperendemia na cidade do Rio de Janeiro. Isso se deve à transmissão pelo contato com felinos doentes que são abandonados ou que vivem nas ruas. Gatos apresentam alto potencial de transmissão, pois os fungos estão presentes em grande quantidade no aparelho respiratório por meio de secreções, e nas lesões cutâneas e de outros tecidos em casos mais graves.

A transmissão pode ocorrer pelo contato com gotículas de secreção respiratória do gato afetado na fase inicial da doença, com a pele sadia, porém contaminada com o fungo, com as lesões no pelo, unhas, olhos, boca e patas, como também por meio de mordeduras ou arranhaduras de gatos enfermos. Esses animais têm o costume de se esfregar e lamber uns nos outros, e esse comportamento colabora para a disseminação da esporotricose – não só entre eles, mas também entre gatos e humanos. Mas não é só a cidade do Rio de Janeiro que tem apresentado casos.

Em São Paulo, já em 2015, foram relatados surtos em um bairro da zona leste, Itaquera. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) recebeu uma denúncia e, por meio de uma busca na região, encontrou mais de 100 felinos com esporotricose. Na época, cerca de 13 pessoas que tiveram contato com os animais foram diagnosticadas com a doença e encaminhadas para tratamento. Há outros casos descritos na região centro-oeste e região sudeste e sul. É muito importante se atentar para estas informações a seguir: quando um gato é diagnosticado com a doença em estágio inicial, é possível que, após longo tratamento, atinja a cura. Todavia, caso o animal morra, ele não pode ser enterrado, pois isso propagaria o fungo no meio ambiente.

O corpo precisa ser cremado. Porém, na maioria dos casos, mesmo com o tutor presente, o animal é erroneamente abandonado para vir a falecer na rua. Já os animais que vivem em situação de rua, acabam morrendo e sendo deixados ao ar livre. Essas duas situações perpetuam a doença porque permitem que o fungo se espalhe e se reproduza no meio ambiente, acometendo outros gatos abandonados e sadios que vivem nas ruas.  

Sintomas

Nos felinos, os sintomas são variados. Os sinais mais comuns são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. Em seres humanos, normalmente, a infecção é benigna e se limita apenas à pele, mas há casos em que ela se espalha por meio da corrente sanguínea e atinge ossos e órgãos internos. O período de incubação do fungo no organismo pode levar de sete a 30 dias, podendo chegar até a seis meses após a infecção. Os sintomas variam de acordo com a forma com que se manifesta, ou seja, se ela é cutânea ou extracutânea.

O mais comum é que primeiro apareça um pequeno nódulo doloroso, bem similar a uma picada de inseto. Ele pode ser na cor vermelha, na rosa ou na roxa; ser purulento ou não, e o mais corriqueiro é que surja no dedo, na mão ou no braço em que o fungo penetrou. Na versão extracutânea, como o fungo pode comprometer diversas áreas do organismo, os sintomas variam de acordo com a que foi afetada. Se afetar os ossos e as articulações, os sintomas são similares ao de uma artrite infecciosa. Já quando atinge os pulmões, por exemplo, os sintomas se assemelham bastante aos da tuberculose. Nos casos das formas cutâneas, ela pode surgir em três tipos diferentes:

  • Cutâneo-linfática: é a mais frequente e se caracteriza por um nódulo ulcerado que, geralmente, ocorre no sítio de inoculação, ou seja, na mordedura, no arranhão, o local de contato com o animal doente. Dele, se forma um cordão endurecido que segue por um vaso linfático em direção aos gânglios. Ao longo desse cordão, outros nódulos são formados, e também podem ulcerar, fistulizar ou drenar pus.
  • Cutâneo-disseminada: espalham-se por toda a pele e são mais frequentes em pacientes imunodeprimidos como doentes renais e pessoas contaminadas pelo vírus HIV.
  • Cutâneo-localizada ou cutânea-fixa: caracteriza-se por um nódulo avermelhado e pode ser duro com superfície áspera ou ulcerada. Além dos membros superiores, pode atingir também as mucosas, como os olhos e a boca.

Tratamentos

A doença não é considerada grave e tem cura. Porém, seu tratamento deve começar logo. São raros os registros de mortes em humanos. Eles são mais comuns em pessoas com a imunidade baixa, como alcoólatras, portadores de HIV, aquelas submetidas à quimioterapia para tratamento de câncer ou com doenças renais e diabetes. Quando não tratada corretamente, a doença pode levar também o animal à morte. Em humanos, o diagnóstico é feito por um médico dermatologista e o tratamento pode ser longo, por volta de três a seis meses, podendo chegar a um ano.

E, em momento algum, deve ser abandonado. Há uma série de medicamentos que podem ser prescritos no tratamento: iodeto de potássio, foi a primeira droga eficaz usada, mas pode causar inúmeros efeitos colaterais. Levando isso em conta, o medicamento mais receitado é o antifúngico itraconazol, inclusive para os animais. Além desses dois medicamentos, há a possibilidade do tratamento ser feito à base de terbinafina, fluconazol e antofericina B. Atenção: a automedicação nunca deve ser feita.

Prevenção

A esporotricose é considerada uma doença negligenciada e um problema de saúde pública. Ela decorre da ausência de um programa ou de ações de controle; da falta de medicação gratuita para o tratamento, tanto em humanos quanto em animais; e do desconhecimento da população sobre as medidas de controle. O gato não é o vilão. Na verdade, é a maior vítima da doença. Por enquanto, infelizmente, não há nenhuma vacina (para humanos ou animais) contra a esporotricose. Porém, em 2016, a Unesp (Universidade do Estado de São Paulo) divulgou que está desenvolvendo uma vacina veterinária, indicada aos gatos, contra a doença. No caso de o animal de estimação apresentar a doença, o ideal é que ele seja isolado e receba tratamento.

É importante frisar, novamente, que em caso de morte do animal com esporotricose, o corpo precisa ser cremado e não enterrado, para que o fungo não se espalhe pelo solo e outros animais, e até mesmo pessoas, possam ser contaminados. O ideal é que o gato não saia de casa, evitando, assim, que contraia esta ou outras doenças. Para quem trabalha ou gosta de jardinagem ou de mexer na terra, para atenuar os riscos de contrair a doença, é importante que se use roupas e luvas protetoras ao manusear o jardim ou outros materiais que possam estar contaminados com fungos.   

Hanseníase

novembro 5th, 2020 by

A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, tendo sido identificada no ano de 1873 pelo cientista Armauer Hansen. É uma das doenças mais antigas, com registro de casos há mais de 4000 anos, na China, Egito e Índia. A doença tem cura, mas, se não tratada, pode deixar sequelas. Hoje, em todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, visando que a doença deixe de ser um problema de saúde pública. Atualmente, os países com maior detecção de casos são os menos desenvolvidos ou com superpopulação. Em 2016, o Ministério da Saúde registrou no Brasil mais de 28.000 casos novos da doença.

A transmissão do M. leprae se dá por meio de convivência muito próxima e prolongada com o doente da forma transmissora, chamada multibacilar, que não se encontra em tratamento, por contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz. Tocar a pele do paciente não transmite a hanseníase. Cerca de 90% da população têm defesa contra a doença. O período de incubação (tempo entre a aquisição a doença e da manifestação dos sintomas) varia de seis meses a cinco anos. A maneira como ela se manifesta varia de acordo com a genética de cada pessoa.

A suspeição da hanseníase é feita pela equipe de saúde e pelo próprio paciente. O diagnóstico é feito pelo médico e envolve a avaliação clínica dermatoneurológica do paciente, por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora etc. Se necessário, será feita a baciloscopia, que corresponde à coleta da serosidade cutânea, colhida em orelhas, cotovelos e da lesão de pele, e ainda pode ser realizada biópsia da lesão ou de uma área suspeita.

Sintomas

Podemos classificar a doença em hanseníase paucibacilar, com poucos ou nenhum bacilo nos exames, ou multibacilar, com muitos bacilos. A forma multibacilar não tratada possui potencial de transmissão. A hanseníase pode se apresentar com manchas mais claras, vermelhas ou mais escuras, que são pouco visíveis e com limites imprecisos, com  alteração da sensibilidade no local associado à perda de pelos e ausência de transpiração. Quando o nervo de uma área é afetado, surgem dormência, perda de tônus muscular e retrações dos dedos, com desenvolvimento de incapacidades físicas. Nas fases agudas, podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés.

Classificação da hanseníase: 

  1. Paucibacilar:

1.a. Hanseníase indeterminada: estágio inicial da doença, com um número de até cinco manchas de contornos mal definidos e sem comprometimento neural. 1.b. Hanseníase tuberculoide: manchas ou placas de até cinco lesões, bem definidas, com um nervo comprometido. Podendo ocorrer neurite (inflamação do nervo).

  1. Multibacilar

2.a. Hanseníase borderline ou dimorfa: manchas e placas, acima de cinco lesões, com bordos às vezes bem ou pouco definidos, com comprometimento de dois ou mais nervos, e ocorrência de quadros reacionais com maior frequência. 2.b. Hanseníase virchowiana: forma mais disseminada da doença. Há dificuldade para separar a pele normal da danificada, podendo comprometer nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos. Pode haver a ocorrência de neurite e eritema nodoso (nódulos dolorosos) na pele.

Tratamentos

O tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Varia de seis meses nas formas paucibacilares a um ano nos multibacilares, podendo ser prorrogado ou feita a substituição da medicação em casos especiais. O tratamento é eficaz e cura. Após a primeira dose da medicação não há mais risco de transmissão durante o tratamento e o paciente pode conviver em meio à sociedade.  

Prevenção

Naturalmente, ter hábitos saudáveis, alimentação adequada, evitar o álcool e praticar atividade física associada a condições de higiene, contribuem para dificultar o adoecimento pela Hanseníase.  A melhor forma de prevenção é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, assim como o exame clínico e a indicação de vacina BCG para melhorar a resposta imunológica dos contatos do paciente. Desta forma, a cadeia de transmissão da doença pode ser interrompida.  

Micose

novembro 5th, 2020 by

Micoses são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. São particularmente frequentes nos trópicos, onde existem condições ideais de calor e umidade, necessárias para o desenvolvimento dos fungos. São exemplos de micoses superficiais a pitiríase vesicolor, as tineas, a candidíase e as onicomicoses. 1) Pitiríase Versicolor Doença muito comum, especialmente entre jovens, de evolução crônica e recorrente. Indivíduos de pele oleosa são mais susceptíveis a apresentar esse tipo de micose, também conhecida como micose de praia ou pano branco, e que é causada por fungos do gênero Malassezia1.1) Tineas (tinhas) Doenças causadas por um grupo de fungos que vive às custas da queratina da pele, pelos e unhas. Estes fungos podem ser zoofílicos (encontrados em animais), geofílicos (encontrados no solo) e antropofílicos (encontrados nos homens). 1.2) Candidíase Infecção pela cândida pode comprometer isoladamente ou conjuntamente a pele, mucosas e unhas. É um fungo oportunista, assim, existem situações que favorecem seu desenvolvimento, como baixa da imunidade, uso prolongado de antibióticos, diabetes e situação de umidade e calor. 2) Onicomicoses Principal causa de alteração ungueal vista no consultório. Acomete tanto as unhas dos pés quanto as das mãos. São raras na infância com predomínio no adulto maior de 55 anos. Geralmente a unha se descola do leito e se torna mais espessa. Pode também haver mudança na coloração e na forma.

Sintomas

Pitiríase versicolor: apresenta-se clinicamente como manchas brancas, descamativas, que podem estar agrupadas ou isoladas. Normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto. Ocasionalmente, podem se apresentar como manchas escuras ou avermelhadas, daí o nome versicolor.

Tineas (tinhas): manifestam-se como manchas vermelhas de superfície escamosa, crescem de dentro para fora, com bordas bem delimitadas, apresentando pequenas bolhas e crostas. O principal sintoma é coceira.

Candidíase: pode se manifestar de diversas formas, como placas esbranquiçadas na mucosa oral, comum em recém-nascidos (“sapinho”); lesões fissuradas no canto da boca (queilite angular) mais comum no idoso; placas vermelhas e fissuras localizadas nas dobras naturais (inframamária, axilar e inguinal), ou envolver a região genital feminina (vaginite) ou masculina (balanite), provocando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada.

Onicomicoses: geralmente a unha se descola do leito e se torna mais espessa. Pode também haver mudança na coloração e na forma.

Tratamentos

  • Pitiríase versicolor: o tratamento pode ser feito com medicamentos antifúngicos tópicos ou orais.
  • Tineas: no tratamento das tineas podem ser utilizados antifúngicos locais ou orais.
  • Candidiase: no tratamento da candidíase, deve-se sempre considerar os fatores predisponentes, tentando corrigi-los. Antifúngicos tópicos e sistêmicos devem ser empregados sob orientação médica.
  • Onicomicose: o tratamento é difícil e muito prolongado. Pode feito com medicamentos locais ou orais.

Atenção: na suspeita de micose deve-se procurar auxílio médico. Os médicos dermatologistas possuem treinamento especializado e atualizado para diagnosticar e tratar as micoses.

Prevenção

Hábitos higiênicos são importantes na prevenção das micoses. Usar somente o próprio material ao ir à manicure. Secar-se sempre muito bem após o banho, principalmente nas dobras, como as axilas, as virilhas e os dedos dos pés. Evitar o contato prolongado com água e sabão. Evitar andar descalço em locais que sempre estão úmidos, como vestiários, saunas e lava-pés de piscinas. Não ficar com roupas molhadas por muito tempo. Não compartilhar toalhas, roupas, escovas de cabelo e bonés, pois esses objetos podem transmitir doenças. Não usar calçados fechados por longos períodos e optar pelos mais largos e ventilados. Evitar roupas muito quentes e justas e aquelas feitas em tecidos sintéticos, pois não absorvem o suor, prejudicando a transpiração da pele  

Molusco

novembro 5th, 2020 by

Também conhecido como molusco contagioso é uma infecção viral contagiosa relativamente comum nas crianças. São pequenas pápulas da cor da pele, com umbilicação central (depressão patológica em formato similar ao do umbigo) muitas vezes confundida com verrugas vulgares. É causado pelo poxvírus, um parente da varíola. O contato direto é a forma de contágio mais comum que existe para esse tipo de infecção. Mais comum de ocorrer em pessoas já com o sistema imunológico propício, e muitas vezes enfraquecido, como no caso de soropositivos, e em crianças, especialmente as que têm a pele seca, e alérgicas, como na dermatite atópica.

Sintomas

As lesões surgem nas áreas mais sensíveis com pequenas pápulas brilhosas da cor da pele, translúcidas e indolores, medindo, em média, 5 mm. Podem estar isoladas ou agrupadas, serem de variados tamanhos, e terem como característica principal a presença de umbilicação central. Nem sempre são numerosas e se localizam, preferencialmente, no tronco, podendo, contudo, ocorrer em qualquer parte da pele. Essas pápulas podem surgir em forma de linhas. São lesões autoinoculáveis, que surgem principalmente nas áreas de trauma, provavelmente de coçadura. Elas provocam o aparecimento de lesões lineares e recebem o nome de fenômeno de Koebner. A coceira, nem sempre frequente, mas presente, ou outra irritação, acaba levando o vírus a se espalhar para outras partes do corpo. Em adultos, é comum que essas lesões sejam observadas nos genitais, abdômen e parte interna das coxas, daí serem consideradas por alguns autores também como doença sexualmente transmissível.

Tratamentos

Em pessoas saudáveis e com produção normal de anticorpos, o molusco contagioso normalmente desaparece sozinho em meses ou anos sem que haja necessidade de tratamento. Porém, é comum que uma terapia seja indicada para todos os casos. O tempo de cura irá variar conforme a pessoa. Pessoas com um sistema imunológico comprometido necessitam de tratamento especializado, exames de investigação imunológica e clínica. As lesões individuais podem ser removidas de diversas maneiras: de acordo com a idade, condições e fatores individuais de cada paciente. É importante a orientação familiar sobre os aspectos da doença e a possibilidade da cura espontânea. Situações sociais envolvidas na patologia, como o paciente frequentar creches e escolas, faz com que seja mandatória a remoção das lesões. Vários procedimentos são válidos, como a extração manual com profissional habilitado ou em casa pela família; remoção cirúrgica, por raspagem, curetagem ou congelamento; ou por meio de eletrocirurgia com agulhas. É importante o paciente estar ciente que procedimentos cirúrgicos podem deixar cicatrizes. Medicamentos, como os utilizados para remover verrugas, podem auxiliar na remoção de lesões maiores. Já para tratar lesões muito pequenas, nas quais a remoção mecânica se torna inviável, ou crianças maiores, o imiquimode pode ser empregado como coadjuvante na terapia. É importante também lembrar que se trata de uma doença viral e que, nos casos rebeldes, a investigação da saúde do paciente é fundamental.

Prevenção

Evitar contato direto com pessoas que tenham essas lesões de pele, como, por exemplo, crianças ou pacientes susceptíveis. Evitar também o compartilhamento de toalhas e de objetos de uso íntimo, assim como manter relações sexuais desprotegidas.

Endocardite

novembro 5th, 2020 by

O que é?

A endocardite é uma infecção do revestimento interno do coração, chamado de endocárdio. Ela acontece quando uma bactéria ou germe de outra parte do corpo se espalham pelo sistema sanguíneo se ligando ao coração doente. É incomum que a endocardite afete pessoas com o coração saudável. Se não for tratada a doença pode danificar e destruir as válvulas do coração.

Causas

Em sua maioria, os casos de infecção do endocárdio são ocasionados por uma bactéria, mas fungos e outros microrganismos podem desencadear a doença. Os agentes infecciosos entram na corrente sanguínea pela gengiva e dentes não saudáveis, áreas de infecções, intestinos, materiais perfurantes como cateteres e agulhas e procedimentos dentais. Normalmente o sistema imunológico se encarrega de destruir as bactérias e mesmo que elas alcancem o coração, não necessariamente causarão uma infecção. Para que isso aconteça o indivíduo já apresenta algum dano no coração, especialmente nas válvulas, que dão condições para que a endocardite ocorra. Pessoas com problemas nas válvulas cardíacas, válvulas artificiais no coração, defeitos congênitos, histórico de endocardite anterior, com outros problemas cardíacos, com cáries e problemas nos dentes e gengivas, ou com histórico de uso de drogas injetáveis são mais propensas a desenvolver endocardite.

Sintomas

A endocardite pode causar febre e calafrios, fadiga, falta de ar, dores nos músculos e articulações, sudorese e tosse noturnas, perda de peso, palidez, pequenas manchas roxas ou vermelhas na pele, manchas branca nos olhos e/ ou dentro da boca.

Tratamento

O médico pode suspeitar de endocardite baseado no histórico médico e nos sintomas. Com um estetoscópio ele pode escutar o coração procurando por um sopro novo ou alteração de sopro que já existia. Outros testes para endocardite como exame de sangue, ecocardiograma transesofágico, eletrocardiograma, raios-x do tórax, ajudam na identificação da doença.

Complicações

A endocardite, assim como outros problemas que atingem o coração, pode ter complicações. Insuficiência cardíaca, danos em órgãos e tecidos além de infecções no cérebro, rins, baço e fígado são as mais comumente registradas.

Celulite infecciosa: definição, sintomas, causas e tratamento

julho 28th, 2020 by

Todos estamos suscetíveis a ferimentos e lesões leves na pele, que, geralmente, não necessitam de muito cuidado e se recuperam em poucos dias. Porém, caso se agravem, podem atingir o quadro de celulite infecciosa.

Este tipo de infecção é mais comum do que se imagina e possui sintomas similares a outras doenças, como a erisipela, podendo causar sérios danos ao paciente. Para que você conheça quais são os sintomas, as formas de prevenção e o tratamento para celulite inflamada, acompanhe o artigo abaixo.

O que é celulite infecciosa?

“A celulite infecciosa é uma infecção que consegue atingir as camadas mais profundas da pele, por meio de bactérias que se instalam no tecido gorduroso, mediante a cortes, feridas, bolhas e micoses na região. Essa condição pode causar, inclusive, uma infecção geral no organismo, colocando o paciente em perigo”, explica o Dr. Felipe Folco.

“Diferente da celulite comum, que causa apenas alguns furos na pele, de modo superficial, a celulite infecciosa na perna ou em outras partes do corpo pode comprometer a saúde do paciente como um todo. Por isso, necessita de diagnóstico e tratamento rápido”, acrescenta o médico.

Quais são as causas da celulite infecciosa?

Esse tipo de celulite com infecção é causada com a instalação de duas bactérias na pele, sendo elas: Staphylococcus e Streptococcus. Assim, pessoas com feridas cirúrgicas, cortes ou picadas, que não receberam tratamento adequado, podem alojar estes micro-organismos e desenvolver a doença.

“Pessoas que possuem sistema imunológico enfraquecido ou doenças de pele, como dermatite, micose ou eczema, também podem adquirir a celulite infecciosa. No geral, qualquer ferimento leve, que não for tratado adequadamente, pode abrigar bactérias”, salienta o Dr. Felipe Folco.

Esse tipo de infecção dermatológica não é contagiosa, porém, caso o paciente que possua ferimentos e lesões tenha contato com as bactérias que causam a condição, a chance de desenvolver a celulite infecciosa é maior.

Sintomas principais

Como toda doença, esse tipo de infecção dá sinais ao paciente. Os principais sintomas de celulite infecciosa são: dor, vermelhidão e inchaço, tanto na área afetada, quanto em suas proximidades, febre acima de 38ºC e pequenos caroços próximos à infecção.

Em casos graves, o paciente pode apresentar tremores, arrepios, fadiga, transpiração excessiva e dores musculares. Se houver outras reações, como sonolência, aparecimento de bolhas ou raios vermelhos, é indício de que a doença está se agravando.

Diagnóstico da doença

O diagnóstico é feito por um dermatologista, que avaliará o estado do paciente e os sintomas, para indicar o tratamento adequado. Contudo, nem sempre isto é o bastante, já que a celulite infecciosa possui sinais parecidos com os de outras infecções de pele, como a erisipela, por exemplo.

Desse modo, o especialista poderá solicitar exames de sangue para avaliar com mais precisão a condição do paciente e se há presença das bactérias que causam a celulite infecciosa ou de micro-organismos que desenvolvem outras doenças.

Tratamento

É necessária a orientação de um especialista para realizar os tratamentos para celulite infecciosa. Na maioria dos casos, a infecção é tratada com o uso de antibióticos por um período de 10 a 21 dias. Também podem ser indicados analgésicos, para aliviar os sintomas durante o tratamento.

Além disso, podem ser aplicados curativos e pomadas na região, para garantir a recuperação, que, em geral, acontece em até 10 dias após o início do tratamento. Em casos mais graves, o paciente poderá ser internado e receber medicação intravenosa.

Berne (miíase ou bicheira)

junho 18th, 2020 by

Miíase (berne ou bicheira) é uma palavra de origem grega (myia = “mosca” + sufixo iasys = “moléstia”) que designa uma infestação parasitária causada por larvas de várias espécies de moscas que invadem o tecido cutâneo ou orifícios naturais (olhos, nariz, ouvidos, vagina etc.) do organismo de animais vertebrados de sangue quente, incluindo os seres humanos.

A doença, portanto, é uma zoodermatose. Dependendo do tipo de mosca que deposita os ovos, quando eclodem, as larvas penetram através da pele íntegra e utilizam o tecido saudável como recurso alimentar para seu desenvolvimento. Chamadas de larvas biontófagas, nas infestações mais extensas elas chegam a comprometer as condições de saúde do hospedeiro. Já as denominadas larvas necrobiontófagas proliferam somente em tecidos mortos, necrosados, ou em matéria orgânica em decomposição. No passado, estas últimas foram consideradas até úteis, uma vez que devoram o material em putrefação das feridas.

Moscas têm predileção por ambientes úmidos e de clima quente. Seu ciclo de vida possui quatro fases: ovo, larva, pupa e mosca adulta. Além de doenças de pele, como o berne e a bicheira, trabalho divulgado pela Fapesp revelou que cerca de 30% dos micro-organismos encontrados nas moscas-varejeiras são capazes de causar doenças nos seres humanos.

Classificação do berne

O berne pode ser classificado em primário e secundário, segundo a forma como os ovos são depositados nos novos hospedeiros.

Miíase primária

Na miíase primária, ou furunculoide, especialmente as fêmeas das moscas Dermatobia hominis — conhecidas popularmente como moscas-varejeiras ou moscas-berneiras — e mais raramente as moscas Calletroga americana, depositam seus ovos diretamente na pele íntegra de pessoas e animais ou, então, no corpo de insetos que se alimentam de sangue, que passam a servir de vetores para disseminar a infestação.

As moscas-varejeiras têm maior tamanho, duas asas grandes e corpo azul ou verde metálico. Em contato com o calor da pele de uma pessoa ou animal, de 12 a 24 horas depois os ovos eclodem e surgem larvas minúsculas, que darão continuidade ao ciclo evolutivo do inseto. Assim que se veem livres, elas invadem o tecido subcutâneo do hospedeiro através da abertura do folículo piloso ou de uma pequena escoriação na pele.

O termo berne (nome científico dermatobiose) designa a lesão nodular semelhante a um furúnculo, com um pequeno orifício no centro de onde flui uma secreção amarelada ou sanguinolenta. É por esse orifício que a larva da mosca consegue respirar.

Bernes podem aparecer em qualquer região do corpo humano, mas as áreas mais afetadas são as pernas, os braços e o couro cabeludo. As larvas permanecem sob a pele, valendo-se do tecido subcutâneo como fonte de alimentação. Caso não sejam extraídas, depois de aproximadamente 50 dias elas atingem a maturidade e caem no solo, onde dão andamento ao ciclo evolutivo até se tornarem insetos adultos.

Miíase secundária

Na miíase secundária, os ovos – mais de 200, 300 de cada vez – são depositados em feridas abertas ou em mucosas e cavidades ulceradas (como fossas e seios nasais, condutos auditivos, globos oculares) de hospedeiros vivos. Causada pelas moscas Cochliomyia hominivorax, Callitroga macelaria e espécies do gênero Lucilia, assim que os ovos eclodem as larvas se instalam no ferimento e passam a alimentar-se com o tecido vivo ou necrosado que encontram no local.

Existem diferentes tipos de miíase secundária, popularmente conhecida como bicheira. Merecem destaque a forma cutânea, quando as larvas podem ser vistas na superfície de feridas na pele; e a cavitária, quando grandes quantidades de larvas habitam orifícios como ânus, vagina, nariz etc.

Sem tratamento, à medida que a infestação progride, os vermes devoram os tecidos até atingirem os ossos. A doença é comum em pessoas que vivem em condições precárias de higiene e saúde, principalmente indivíduos com deficiências mentais ou transtornos psiquiátricos que dificultem a busca e acesso a serviços de saúde. O pé do diabético é um fator de risco para esse tipo de problema, que nos casos em que resulta em infecção, pode ser mortal.

Embora pouco frequente, existe também um tipo de miíase humana, chamada acidental ou pseudomiíase, cuja transmissão se dá pela ingestão de líquidos ou alimentos contaminados com ovos ou larvas dessas moscas. Após o consumos, os parasitas vão se alojar em órgãos internos, especialmente no trato urinário e nos intestinos.

Sintomas de berne

Os sintomas variam de intensidade conforme e localização e o tamanho da infestação, mas em geral incluem:

  • Coceira;
  • Dor;
  • Sensação de movimento sob a pele;
  • Queimação ou fisgada na área da lesão.

Diagnóstico de berne

Tanto na miíase primária quanto na secundária, o diagnóstico é basicamente clínico e leva em conta os sinais e sintomas da doença, que não é contagiosa. Em grande parte dos casos, é possível enxergar a larva do berne quando ela aflora para respirar. Nas formas secundárias, as larvas são visíveis na superfície atingida. Esses são achados importantes para definir o diagnóstico.

É importante esclarecer o diagnóstico diferencial com furúnculos, terçol, otites, rinites, abcessos ou lesões provocadas pela presença de corpos estranhos, que podem ter aspecto semelhante.

Tratamento do berne

O tratamento da miíase primária consiste na retirada mecânica da larva. Para tanto, fechar a abertura por onde ela respira com uma camada grossa de vaselina, esmalte de unha, ou cobri-la com esparadrapo (em alguns lugares, é comum usarem toucinho defumado para atrair a larva) força a saída da larva, que pode então ser retirada com uma pinça.

Mesmo com essas manobras, em alguns casos é necessário alargar o orifício cirurgicamente para extrair a larva totalmente e evitar que parte dele permaneça sob a pele, o que pode facilitar infecções. Para evitar esse mesmo risco, especialistas também desaconselham comprimir o local com os dedos para expulsar o parasita.

A extração mecânica das larvas intactas com pinça é também uma das condutas prescritas para o tratamento da miíase secundária. No entanto, a conduta vai depender da extensão e profundidade da ferida, já que estruturas importantes do corpo (vasos, músculos, ligamentos) podem estar sendo destruídas pela voracidade da larvas.

Em qualquer caso, a indicação do antiparasitário Ivermectina em dose única, por via oral, que provoca paralisação e morte das larvas, mesmo das regiões mais profundas, garante melhor resultado na retirada dos vermes.

Tanto na forma primária quanto na secundária, o tratamento da miíase visa a prevenir a reinfecção por larvas e as infecções bacterianas secundárias. O local da lesão deve ser mantido limpo e coberto por curativos que devem ser trocados todos os dias, de acordo com orientação médica.

Recomendações para evitar berne

Bernes podem ocorrer em praticamente todo o território brasileiro, em virtude das condições climáticas favoráveis à proliferação de insetos. Sua frequência é maior nas zonas rurais.

A prevenção está diretamente associada ao combate às moscas vetores, aos cuidados com a higiene pessoal, do ambiente e à implantação do saneamento básico adequado. Algumas orientações ajudam a prevenir:

  • Use roupas que cubram a maior parte do corpo e passe repelente naquelas que permanecerem expostas;
  • Lave as mãos com frequência, especialmente antes das refeições, depois de usar o banheiro, depois de lidar com terra, plantas e adubos orgânicos;
  • Coloque telas nas janelas e mosquiteiros ao redor das camas;
  • Passe ferro quente nas roupas que foram colocadas no varal para secar para eliminar quaisquer possibilidade de ovos terem sido implantados nas peças ;
  • Procure um médico tão logo surja a suspeita da infestação;
  • Sob nenhum pretexto recorra à automedicação;
  • Mantenha o lixo doméstico em sacos resistentes e bem fechados;
  • Evite a exposição de ferimentos que possam atrair o ataque de moscas;
  • Tome a vacina contra o tétano se ainda não foi imunizado.

Perguntas frequentes sobre berne

Berne de cachorros passa para humanos?

Não. Os humanos só são infectados diretamente pelas larvas das moscas.

Berne pode ser tratado com toucinho?

Na cultura popular, o toucinho é utilizado para atrair a larva para fora da pele, mas esse método não tem garantia de eficácia, além de haver risco de parte do parasita ficar sob a pele, o que aumenta o risco de infecção. O ideal é procurar um pronto atendimento para realizar o procedimento de forma segura.

Herpes Zóster, Popular Cobreiro

junho 18th, 2020 by

A Herpes Zoster, também conhecida popularmente como cobreiro, é uma infecção viral provocada pelo mesmo vírus da Catapora, o Varicela-zoster.

O vírus fica alojado à coluna espinhal podendo permanecer lá inativo ou em estado latente, e ser reativado quando a pessoa passar dos 50 anos de idade.

Ainda não se sabe ao certo qual o motivo do vírus ser reativado.

Uma das hipóteses é a redução da imunidade em pessoas com mais de 50 anos, o que geralmente ocorre durante os tratamentos de quimioterapia e radioterapia, por causa de doenças debilitantes ou nos períodos de estresse intenso.

Na maioria dos casos, o Cobreiro se manifesta uma única vez e desaparece após algumas semanas.

As pessoas que já tiveram catapora, devem ter um cuidado redobrado, pois podem desenvolver um episódio de cobreiro.

Como a Cobreiro se manifesta?

Cobreiro é uma infecção viral que provoca bolhas na pele e dor intensa. Pode aparecer em qualquer região do corpo, sendo o tronco e o rosto as mais comuns.

Essas lesões, na maioria dos casos, aparecem na forma de uma faixa em um dos lados do corpo.

Apesar de não representar um risco de vida iminente, o Cobreiro pode provocar a incapacidade física do membro por ela atingido.

A transmissão da doença é algo raro. Mas, pode ocorrer por meio do contato direto com as lesões da pele do indivíduo infectado.

Uma vez contaminada, a pessoa poderá desenvolver Catapora e, no futuro, Cobreiro (Herpes Zóster).

Principais sintomas do Cobreiro

Os principais sintomas causados pelo Cobreiro, são:

  • Coceira;
  • Formigamento;
  • Dor de cabeça;
  • Febre;
  • Distúrbios gastrointestinais;
  • Dor nevrálgica;
  • Dores muito fortes que seguem o caminho do nervo e podem persistir após o desaparecimento das lesões cutâneas;
  • Aparecimento de bolhas na pele;

As bolhas são semelhantes às mesma causadas por infecção do herpes humano simples. Elas são cheias de líquido que contém o vírus varicela zóster.

Quando aparecem no rosto seguem o feixe de enervação e atingem o nervo trigêmeo e, nos casos mais graves, podem provocar cegueira e surdez.

Possíveis complicações do Cobreiro

A complicação mais comum do Cobreiro é a neuralgia pós-herpética.

Ela é uma continuação da dor que acomete o paciente após o desaparecimento das bolhas na pele e se estende por várias semanas ou meses.

neuralgia pós-herpética é mais frequente em pessoas com mais de 60 anos, e causa incapacidade para a realização de atividades tidas como normais.

O Cobreiro ainda pode ter outras complicações, a depender do local afetado, como:

  • Pneumonia;
  • Problemas de audição;
  • Inflamação na córnea e problema de visão (é uma complicação menos comum, mas acontece quando o vírus varicela-zoster atinge o olho).
  • Cegueira;
  • Inflamação no cérebro.

A doença pode levar à morte. Mas, apenas em casos muito raros e geralmente em pessoas idosas, com idade superior a 80 anos.

Ou nas pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, em caso de AIDS, leucemia ou tratamento contra o câncer.

Cobreiro, na maioria dos casos, é diagnosticado com base nas informações fornecidas pelo paciente e com o diagnóstico clínico, examinando as bolhas.

Tratamentos para Cobreiro

tratamento para Cobreiro tem o objetivo de reduzir a duração da manifestação da doença e prevenir possíveis complicações.

Assim que o diagnóstico for feito, o médico especialista poderá recomendar o tratamento mais adequado, que geralmente é feito com:

  • O uso de medicamentos antivirais, que atuam na redução da proliferação do vírus varicela zóster, na redução das bolhas, na duração e intensidade da doença.
  • O uso de medicamentos analgésicos, para aliviar a dor causada pelas bolhas;
  • Banhos frios ou frescos e fazer compressas úmidas na região das lesões podem ajudar a aliviar a coceira e dor.

Na maioria dos casos, o Cobreiro evolui para a cura espontânea. Mas, caso a dor persista por mais de um mês após o desaparecimento das bolhas, procure o médico.

Ele pode diagnosticar a neuralgia pós-herpética, complicação mais comum da Herpes Zóster ou Cobreiro.

Nesse caso, alguns tratamentos específicos, dependendo da gravidade do caso, podem ser prescritos.

Importante: Sempre siga à risca as orientações do seu médico, sem interromper o tratamento e NUNCA se automedique.

Vacina contra o Cobreiro

Desde abril de 2014, é disponibilizado no Brasil a vacina contra Cobreiro.

vacina Zostavax, possui aprovação da Anvisa e deve ser ministrada em dose única por via subcutânea, em indivíduos com idade superior aos 50 anos.

Essa idade é estipulada, pois representa a fase em que as pessoas apresentam maior risco de desenvolver a doença.

A vacina é um importante instrumento de prevenção contra o Cobreiro, além de prevenir as complicações causadas pela doença.

vacina Zostavax não é ofertada pelo SUS, somente pelas redes particulares.

A vacina é contraindicada para as pessoas que fazem parte dos seguintes grupos:

  • Mulheres grávidas;
  • Pessoas que tomam corticoides;
  • Pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.

Crianças vacinadas contra a Varicela, popular Catapora, já estarão imunizadas contra um futuro risco de desenvolver o Cobreiro.

Verruga genital (condiloma acuminado)

junho 18th, 2020 by

O condiloma acuminado é uma infecção sexualmente transmissível causada pelo HPV (papilomavírus humano da família Papilloma viridae), que infecta pele e mucosas dos seres humanos e provoca o aparecimento de verrugas nos órgãos genitais, ânus e região oral. De tamanho, número e forma variados, essas lesões tendem a agrupar-se e acabam formando um bloco grande com aspecto semelhante ao de uma couve-flor. Daí os nomes populares crista de galo, cavalo de crista, figueira, verrugas venéreas e verrugas genitais, pelos quais também é conhecido o condiloma acuminado, a mais comum das IST que acomete os humanos.

Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV; 40% deles infectam o trato genital de homens e mulheres. Estudos já mostraram que mais da metade das pessoas sexualmente ativas, em algum momento da vida, entrou em contato com esse vírus. Os tipos variam muito. Alguns infectam primariamente a pele; outros têm preferência pelas mucosas da região genital e há aqueles associados ao desenvolvimento de tumores malignos no colo do útero, vagina, pênis e ânus. Os subtipos 6 e 11, considerados de baixo risco, costumam ser identificados em 90% dos diagnósticos de verrugas genitais.

Não é incomum encontrar pessoas infectadas por diferentes tipos de HPV ao mesmo tempo. Na maior parte dos casos, o sistema imune se encarrega de eliminar o vírus e, muitas vezes, as pessoas nem sequer ficam sabendo que já entraram em contato com o HPV. Em geral, as manifestações clínicas (lesões aparentes) ou subclínicas (microscópicas só percebidas por meio de exames laboratoriais ou de imagem) ocorrem quando os mecanismos de defesa do organismo estão enfraquecidos.

As verrugas genitais são quase sempre benignas. Mesmo assim, ninguém está livre de ser infectado por certos tipos de HPV de alto risco para o câncer do colo uterino, pênis e ânus, especialmente durante as relações sexuais desprotegidas.

Causas de verruga genital

Verrugas genitais externas são causadas principalmente pelos subtipos 6 e 11 do vírus HPV e não são tão relacionadas ao risco de câncer.

Importante destacar que essa lesão difere da que ocorre no condiloma plano (manchas vermelhas ou rosadas na pele da boca, sola dos pés e palmas das mãos), comum na fase secundária da sífilis, doença infectocontagiosa transmitida pela bactéria Treponema pallidum, que requer tratamento com antibióticos específicos.

Período de incubação do HPV

O período de incubação varia bastante. O HPV pode ficar em estado latente dentro de uma célula por semanas, meses e anos como se estivesse adormecido, sem que haja qualquer sinal ou sintoma da doença. Em média, as verrugas genitais começam a surgir somente de 2 a 8 meses depois do contato com o vírus.

Transmissão das verrugas genitais

A principal forma de transmissão do HPV ocorre durante a relação sexual desprotegida, seja por via vaginal, anal ou oral, com ou sem penetração, especialmente se as verrugas forem visíveis. Mulheres infectadas pelo HPV podem transmitir o vírus para o feto durante a gestação e no momento do parto.

A infecção pode, ainda, ser transmitida através da pele íntegra em contato com a pele de parceiro/a infectado/a e, embora com menos frequência, pelo uso compartilhado de roupas íntimas, toalhas, do vaso sanitário e de banheiras. Portanto, mesmo sem apresentar sinais da infecção pelo HPV, a pessoa pode transmitir o agente viral do condiloma acuminado.

Sintomas das verrugas genitais

Na maioria dos casos, a infecção pelo HPV é assintomática e regride espontaneamente. Quando se manifesta, o faz sob a forma de verrugas úmidas, macias, rosadas ou acinzentadas e com superfície irregular e áspera.

De tamanhos variados, elas possuem uma pequena crista e se alojam geralmente em grupos, na maioria das vezes na glande (cabeça do pênis) abaixo do prepúcio e na saída da uretra no homem, e na vulva, vagina e períneo na mulher.

Nos dois gêneros, a região anal, boca, garganta, pés e mãos são outras partes do corpo que podem ser afetadas. É raro eles surgirem em outro  local.

Essas lesões não doem, mas podem espalhar-se rapidamente e virem acompanhadas de sangramento, ardência e muita coceiraEm geral, é a própria pessoa quem primeiro percebe a presença dos condilomas no corpo.

Caso você note uma diferença na direção do fluxo ao urinar, pode ser indicativo de uma verruga interna, e em tais casos é recomendável marcar uma consulta com urologista.

Fatores de risco de verruga genital

São considerados fatores de risco associados ao condiloma acuminado:

  • Idade: pessoas sexualmente ativas entre 15 e 30 anos, com múltiplos parceiros e que habitualmente não fazem uso do preservativo;
  • Sistema imunológico deprimido: gestantes, portadores de HIV/Aids, transplantados, pacientes recebendo quimioterapia ou radioterapia, por exemplo, são mais vulneráveis à infecção pelo HPV e ao aparecimento das verrugas genitais;
  • Tabagismo.

Diagnóstico de verruga genital

O diagnóstico do condiloma acuminado é feito pela observação das verrugas e leva em conta fatores de risco para a doença, histórico do paciente e aspecto e localização das lesões clínicas, se existirem.

Alguns exames laboratoriais — exames de sangue, peniscopia, colposcopia, anuscopia, captura híbrida, colonoscopia e biópsia – são importantes para esclarecer a presença e as características das lesões subclínicas, principalmente quando se trata de verrugas internas. O tese de reação da cadeia da polimerase (PCR) pode até mesmo identificar o tipo de HPV para um tratamento mais eficaz.

Do mesmo modo, estabelecer o diagnóstico diferencial entre o condiloma acuminado, o condiloma plano da sífilis e alguns tipos de carcinomas, é requisito básico para conduzir o tratamento adequado dessas enfermidades.

Nunca será demais repetir ainda que, quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será a resposta ao tratamento e menor a probabilidade de desenvolver complicações graves.

Tratamento

A verruga genital pode regredir espontaneamente, já que, em grande parte dos casos, o sistema imunológico é capaz de destruir o HPV responsável pelo aparecimento da lesão. No entanto, há situações em que as características do condiloma exigem cuidados médicos. O objetivo sempre é remover o tecido doente e impedir a transmissão do vírus para outras pessoas.

As opções do tratamento, que variam de acordo com as necessidades de cada paciente, incluem:

  • Uso tópico ou sistêmico de medicamentos para fortalecer o sistema imune, conter o crescimento das verrugas e a proliferação do vírus HPV (antivirais);
  • Procedimentos cirúrgicos, como a crioterapia utilizando nitrogênio líquido, a cauterização e a aplicação de laser.

Vale ressaltar que para muitas pessoas, medicamentos e procedimentos tópicos não são tão eficazes para as verrugas externas. Podem ser necessários semanas ou meses de aplicação, e tais tratamentos  frequentemente causam desconforto e efeitos colaterais, como irritação, dor e queimação.

Também é importante lembrar que curar as lesões do HPV não significa que o vírus tenha sido definitivamente eliminado do organismo. Em condições especiais, a diminuição da resistência do organismo pode facilitar a multiplicação do vírus que permanecia em estado latente e as lesões clínicas e subclínicas reaparecem.

Prevenção das verrugas genitais

Não existe um método absolutamente seguro contra a infecção pelo HPV. Nem mesmo o preservativo, que deve ser usado em todas a relações sexuais, garante proteção absoluta. Sabe por quê? Porque o HPV também pode estar alojado na pele de regiões que não são protegidas pela camisinha, masculina ou feminina, como o ânus e a região genital Isso está longe de dizer que seu uso é desnecessário. Ao contrário, o preservativo deve ser sempre utilizado, porque diminui o risco de contágio não só do papilomavírus humano, mas de muitas outras IST.

Embora o exame de Papanicolaou não esteja correlacionado com a prevenção do condiloma acuminado, ele costuma ser rotineiramente solicitado, porque detecta alterações celulares microscópicas sugestivas de tumores no colo do útero, principal complicação causada pelo HPV. Por isso, mulheres sexualmente ativas, mesmo sem sintomas, devem repetir esse exame com regularidade.

Vacina do HPV

Atualmente, as vacinas representam a medida mais eficaz para a prevenção contra a infecção pelos tipos mais frequentes do grupo HPV. A bivalente imuniza contra os tipos 16 e 18; a quadrivalente, contra os tipos 6, 11, 16 e 18. São necessárias 2 doses da vacina, com intervalo de 6 meses entre elas.

A vacina quadrivalente é distribuída gratuitamente pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos, para meninos de 11 a 14 anos, para pessoas de 9 a 26 anos com HIV/Aids e para pacientes oncológicos ou transplantados (este último grupo precisa de prescrição médica para vacinar-se e teve tomar três doses da vacina).

Perguntas frequentes sobre verrugas genitais

Verrugas genitais podem virar câncer?

Os tipos de HPV que causam as verrugas externas não são tão relacionados ao câncer. Os tipos 16 e 18, muito associados a cânceres no colo do útero, vulva, pênis e garganta, geralmente provocam verrugas internas, pouco visíveis a olho nu.

É possível ter verruga genital mesmo sem estar sexualmente ativo?

Sim. O contato com o vírus do HPV pode ocorrer em um momento e somente anos depois, em um momento de baixa na imunidade, as verrugas aparecerem.

O que devo fazer se verrugas genitais apareceram no meu parceiro sexual?

Procure um médico ginecologista ou urologista, mesmo que você não tenha qualquer sintoma.

Verrugas genitais são perigosas na gravidez? 

Em geral, a infecção pelo HPV não oferece risco para a evolução da gestação. Porém, se a mãe estiver com a doença ativa no momento do parto, o bebê pode se infectar ao passar pelo canal vaginal. Caso o bebê seja infectado, geralmente seu organismo se encarrega de eliminar o vírus, como ocorre nos adultos. Em casos muito raros, a doença pode provocar verrugas na boca, no nariz e nas cordas vocais, provocando dificuldades respiratórias (papilomatose respiratória recorrente). Para evitar tais problemas, pode ser indicada a cesárea.

É essencial informar ao seu médico caso você note verrugas, pois determinados medicamentos e procedimentos podem ser contraindicados para grávidas.

Pomadas e cremes para verrugas vendidos em farmácias funcionam para verrugas genitais?

Não use esse tipo de produto. Eles foram desenvolvidos para outro tipo de verruga.

Existem cremes caseiros para verrugas genitais?

Não. Não passe nenhum produto feito em casa nas verrugas. Consulte um médico.

Posso fazer sexo enquanto tenho verrugas?

Não, pois essa é a principal forma de transmissão do problema. Evite ter relações enquanto durar o tratamento.