junho 21st, 2023 by Centro Médico H3Med
O diabetes é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo processa a glicose. É uma condição séria que requer cuidados adequados para garantir uma vida saudável. Neste artigo, discutiremos o que é o diabetes, os principais tipos da doença e as medidas essenciais de cuidados para aqueles que vivem com essa condição.
Tipos de Diabetes:
Existem quatro tipos principais de diabetes: pré-diabetes, diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 e diabetes gestacional.
Pré-Diabetes
Condição em que os níveis de açúcar no sangue estão elevados, mas não o suficiente para ser diagnosticado como diabetes tipo 2. Pessoas com pré-diabetes têm um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 e outras complicações de saúde. Alguns sintomas comuns da pré-diabetes incluem fadiga, aumento da sede, micção frequente, visão embaçada e cicatrização lenta de feridas.
Diabetes Tipo 1
Condição autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas. Os sintomas do diabetes tipo 1 podem se desenvolver rapidamente e incluem sede excessiva, micção frequente, perda de peso inexplicada, fome intensa, fadiga, visão turva e feridas que demoram a cicatrizar.
Diabetes Tipo 2
Tipo mais comum de diabetes e ocorre quando o corpo não produz insulina suficiente ou não a utiliza de forma eficaz. Os sintomas do diabetes tipo 2 podem se desenvolver gradualmente e incluem aumento da sede, micção frequente, fadiga, visão embaçada, formigamento ou dormência nas mãos ou nos pés, infecções frequentes e cicatrização lenta de feridas.
Diabetes Gestacional
Ocorre durante a gravidez e geralmente desaparece após o parto. No entanto, mulheres com diabetes gestacional têm um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 posteriormente na vida. Os sintomas do diabetes gestacional podem ser semelhantes aos do diabetes tipo 2 e podem incluir sede excessiva, micção frequente, fadiga e visão turva.
Cuidados Essenciais para uma Vida Saudável: Para gerenciar o diabetes e promover uma vida saudável, é importante adotar algumas medidas-chave. A monitorização regular dos níveis de glicose no sangue é fundamental para controlar os níveis de açúcar e ajustar o tratamento, seja por meio de testes de glicemia capilar ou uso de dispositivos contínuos de monitorização de glicose.
Uma alimentação saudável desempenha um papel crucial no controle do diabetes e na promoção do bem-estar. Seguir uma dieta equilibrada, rica em vegetais, frutas, proteínas magras e fibras, evitando alimentos açucarados e processados, é fundamental. A contagem de carboidratos pode ser uma estratégia útil para controlar a ingestão de açúcar e manter os níveis de glicose estáveis.
A prática regular de atividade física também é essencial para quem vive com diabetes. Exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida ou natação, ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina e a controlar o peso corporal. Consultar um profissional de saúde, como um endocrinologista ou um educador físico, para orientação sobre o tipo e intensidade de exercícios mais adequados é recomendado.
Além disso, é importante manter um acompanhamento médico regular e seguir as orientações do profissional de saúde. Isso inclui tomar medicamentos prescritos corretamente, controlar a pressão arterial e os níveis de colesterol, e realizar exames de rotina.
No Centro Médico H3Med, contamos com uma equipe de especialistas em diabetes, incluindo endocrinologistas e nutricionistas, prontos para oferecer o diagnóstico correto, tratamento adequado e acompanhamento personalizado. Nosso foco é promover a saúde e bem-estar e garantir uma vida saudável para todos os nossos pacientes com diabetes. Agende uma consulta conosco e dê os primeiros passos em direção a um estilo de vida equilibrado e saudável, cuidando da sua saúde e bem-estar.
setembro 2nd, 2020 by Centro Médico H3Med
Diminuição da pressão arterial e resistência a insulina são alguns dos benefícios
Comer menos vezes ao longo do dia ajuda a emagrecer. Essa frase parece óbvia, não é mesmo? Mas infelizmente não é tão simples assim.
O chamado jejum intermitente, prática na qual se omite uma ou mais de uma refeição(ões) do dia, ficando o praticante por até 24 horas sem se alimentar, tem ganhado cada vez mais adeptos no Brasil à reboque da febre da dieta paleolítica e também em função de algumas celebridades terem se declarado publicamente entusiastas do método. Porém, é necessário que haja muito cuidado na hora de falar sobre o assunto.
Para isso, darei eco ao posicionamento da Associação Americana do Coração (AHA, sigla para American Heart Association), publicado em fevereiro de 2017 na revista Circulation, acerca da relação entre jejum intermitente e obesidade.
Ao se analisar este tema é importante não se ater a questão do peso corporal. Afinal de contas, ao se manipular o número de refeições no dia e horário das mesmas, pode-se produzir também uma série de efeitos metabólicos – benéficos ou não – que precisam ser levados em conta. Exemplos disso seriam as alterações na glicemia (taxa de açúcar no sangue), no colesterol e em parâmetros hormonais. Dito isso, vamos a um resumo dos principais pontos do posicionamento da AHA que dizem respeito ao jejum intermitente.
Existem estudos sobre a aplicação do jejum intermitente para pessoas com obesidade?
Não é de hoje que a prática do jejum é usada com a finalidade de produzir perda de peso. Isto ocorre há muito tempo nos chamados “spas”. Ao se hospedar em um spa, alguns pacientes são submetidos a períodos de jejum com foco no emagrecimento.
Além disso, em algumas religiões, o jejum periódico é prática comum há séculos. Nesse sentido, estudos feitos com pessoas que se auto-declararam praticantes de jejum intermitente por razões religiosas, encontraram um risco menor de desenvolvimento de diabetes mellitus bem como de doença cardiovascular. No entanto, tais estudos são de natureza observacional, ou seja, de menor qualidade do ponto de vista científico. Estudos que não permitem estabelecer uma relação de causalidade, apenas de associação.
Tais estudos são incapazes de ajustar os grupos que foram comparados (pacientes que fizeram jejum intermitente versus pacientes que não fizeram) para fatores como: nível de atividade física, idade e tabagismo – reconhecidamente relacionados ao risco de diabetes e de doença cardiovascular. Além disso, estes trabalhos só avaliaram pessoas que jejuavam uma vez por mês.
O mesmo benefício pode ser visto em quem faz jejum de forma mais frequente?
Alguns estudos, tais como o “Malmo Diet and Cancer Study”, feito com 1.355 homens e 1.654 mulheres, mostrou que, em homens, o risco de obesidade era 2,42 vezes maior naqueles que faziam 3 refeições ou menos por dia em comparação com aqueles que faziam 6 ou mais refeições por dia. Estranho, não? Quem comia menos vezes ao dia tinha um risco maior de obesidade.
Será que estes indivíduos comiam menos vezes ao dia, mas uma quantidade calórica maior no final das contas? Estas informações não podem ser obtidas destes estudos. Outra pergunta: por que apenas em homens esta relação foi vista? Haveria alguma influência do sexo nesta questão? Também não sabemos. Isto mostra o quanto esta questão ainda tem muitas arestas a serem aparadas. Mostra o quanto o assunto é complicado. Parece simples, mas não é.
Com relação a estudos de intervenção, ou seja, estudos mais bem desenhados do que os chamados estudos observacionais, dois tipos de jejum intermitente foram analisados:
- Jejum em dias alternados: que consiste em comer no máximo 25% das necessidades calóricas diárias em um dia (no dia do “jejum”) seguido por um dia no qual se pode comer à vontade por 24 horas
- Jejum periódico: caracterizado por jejuar por 1 a 2 dias na semana enquanto se come normalmente nos demais 5 a 6 dias da semana.
Ao compararmos um método com o outro, observamos que o jejum em dias alternados produz uma perda de peso mais pronunciada. No entanto, ambos os métodos foram capazes de reduzir o peso corporal. Pode-se dizer que perde-se em média 0,75 kg por semana com o jejum em dias alternados enquanto que apenas 0,25 kg por semana com o jejum periódico. Sendo a perda de peso, no jejum periódico, obviamente, diretamente relacionada com o número de dias de jejum na semana.
Benefícios do jejum intermitente
Outros benefícios verificados com a prática do jejum intermitente foram:
- Redução consistente nos níveis de triglicérides, da ordem de 16 a 42%. Tanto melhor quanto maior a perda de peso obtida
- Diminuição da pressão arterial sistólica (máxima) e diastólica (mínima), variando de 3 a 8 % e 6 a 10 % respectivamente. Benefício este verificado apenas nos estudos que atingiram uma perda de ao menos 6% do peso corporal inicial
- Melhora da resistência à insulina, ou seja, o jejum intermitente foi capaz de melhorar a ação da insulina no corpo dos praticantes. Por outro lado, vale ressaltar que não foi constatado benefício nos níveis de HDL colesterol (o bom colesterol), e os resultados em termos de colesterol total, LDL e glicemia foram muito variáveis.
Havendo estudos que mostraram benefícios enquanto que outros não, podemos concluir que ainda há falhas nas evidências disponíveis. Os estudos existentes não apresentam em sua maioria um grupo controle, ou seja, um grupo de pacientes que tenham feito o tratamento tido como padrão. Além disso, a duração máxima destes trabalhos foi de 52 semanas (cerca de 1 ano). O que será que ocorre após um período de observação maior? Ou ainda: o que será que ocorre após cinco ou mesmo dez anos de prática de jejum intermitente? Haveria algum malefício ao se prolongar a prática do jejum?
Apesar de todos os benefícios descritos, não queremos que este artigo pareça um estímulo para que as pessoas façam jejum intermitente. Entendemos que dietas que estimulam comportamentos extremos, que dificilmente podem ser mantidas no longo prazo, assim como modismos ou mesmo terapias divulgadas como panaceias, devem ser desencorajados.
Permanece como recomendação o método convencional, ou seja, uma dieta equilibrada, prescrita por uma nutricionista, associada a um programa de exercício físico regular orientado por professor de educação física. Sempre tendo o endocrinologista como centralizador das ações de saúde e chefe da equipe multiprofissional.
Por outro lado, acreditamos que seguir estudando este assunto tão interessante seja de suma importância. Mais estudos, bem desenhados e com seguimento de longo prazo são muito bem-vindos, podem nos ajudar a entender melhor o tema e a tirar lições que possam ser aplicadas no tratamento da obesidade.
junho 29th, 2020 by Centro Médico H3Med
Quando falo em consultar com um nutricionista, qual é a primeira coisa que vem à sua mente? Se algo relacionado a “emagrecer” tiver surgido, é natural. No entanto, as consultas não devem acontecer somente diante do desejo de perder alguns quilos.
A alimentação é uma das ações mais importantes para o ser humano e, por isso, tem que ser feita corretamente. Dependendo das suas necessidades ou interesses, o que vai ao prato deve ser diferente. Fato é que somente o especialista consegue identificar o melhor tipo de alimento é para cada pessoa.
A seguir, apresento 7 motivos para você se convencer dos benefícios de consultar com um nutricionista. Confira!
1. Reeducação alimentar
Sabe aquela ideia de fazer dietas malucas, altamente restritivas e que prometem muitos quilos a menos? Além de serem perigosas, elas são pouco efetivas. Uma vez que a proibição acaba, há o risco de recuperar o que eliminou — e até mais. Além de tudo, não dá para viver para sempre com restrições.
A única saída é criar hábitos melhores, viáveis e que são mantidos sem sofrimento. Isso é possível, justamente, por meio da reeducação alimentar. Ao aprender a fazer trocas inteligentes e conhecer os ingredientes, você passa a ter uma relação otimizada com a comida.
O papel do nutricionista é conduzir o paciente rumo a essa mudança de vida. Especialista no processo de nutrição humana, ele define as necessidades de nutrientes para cada pessoa e ainda auxilia a montar cardápios e sugestões de pratos. Além de isso ajudar a eliminar alguns quilos extras, é uma forma de ter uma alimentação saudável.
2. Manutenção do peso adequado
Uma alimentação inadequada leva a riscos de sobrepeso e até de obesidade. O aumento de gordura corporal se reflete na silhueta e se torna incômodo para muita gente. No entanto, a consulta com um nutricionista de forma regular ajuda a resolver essa questão.
O acompanhamento do profissional permite, como visto, estabelecer um plano alimentar adequado. Além da reeducação, o nutricionista considera os objetivos, como perder peso.
Depois que o patamar desejado é atingido, a atuação permanece relevante. Afinal, com a abordagem profissional, você tem a chance de se manter no peso ideal. Isso evita o chamado “efeito sanfona” e dá origem a uma vida muito mais feliz.
3. Aumento da disposição física
Muita gente acha que o nutricionista cuida só da alimentação dos pacientes. No entanto, o profissional também é capaz de prescrever recomendações específicas para treinos e atividades físicas treinos e recomendações específicas.
Para quem deseja sair do sedentarismo, é uma ótima forma de aumentar o condicionamento físico. Para quem pretende ter uma atuação reforçada na musculação, as indicações profissionais melhoram a resistência e a performance.
Além disso, a eliminação dos quilos extras e, principalmente, a mudança no estilo de vida são determinantes. Graças a esses fatores, é possível ter mais disposição para aproveitar o dia a dia e colocar novas atividades em prática.
4. Prevenção de doenças
Cuidar do organismo é essencial para você estar sempre bem-disposto e capaz de realizar as suas obrigações. Sem a atenção necessária à alimentação e a todo o processo de nutrição, entretanto, aumentam os riscos de doenças surgirem.
Muitos quadros podem ser evitáveis, como a obesidade, a diabetes tipo 2, e mesmo a hipertensão. Com o reforço do sistema imunológico, é mais difícil ficar doente. Por isso, digo que a consulta com um nutricionista também tem o papel de proteger o seu bem-estar e qualidade de vida.
Pense em alguém que tem hábitos ruins e entra em um quadro de pré-diabetes. Com a ajuda do especialista, é possível evitar a consolidação da doença. Graças à atenção personalizada, previnem-se outros problemas, como câncer, gastrite, úlceras, dificuldades intestinais e assim por diante.
5. Controle de condições corporais
Quando certos quadros já estão instalados, muitas vezes eles podem ser contornados com o suporte de um nutricionista. É o caso da obesidade infantil. Por meio da orientação correta, a criança pode ficar no peso certo e desenvolver hábitos positivos.
Outro exemplo tem a ver com os níveis de colesterol e de triglicerídeos. Ter um volume maior de gordura ruim no sangue aumenta o risco cardiovascular, então é preciso se cuidar. A consulta com o especialista permite “dissolver” toda essa gordura extra, de modo a melhorar a circulação.
O mesmo vale para quem tem pressão alta, diabetes, intestino sensível, alergias alimentares e assim por diante. O especialista, então, ajuda a garantir um cotidiano com muito mais qualidade.
6. Nutrição adequada em casos especiais
Dependendo do organismo, a nutrição precisa seguir algumas recomendações especiais. Como visto, certas condições de saúde demandam uma atenção direcionada por parte do nutricionista.
Porém, também quero falar sobre as diferentes fases da vida. As crianças, por exemplo, precisam de certas vitaminas para o seu desenvolvimento. Já os adolescentes, por causa da influência dos hormônios, têm outras necessidades.
No período adulto, certos hábitos levam a dietas que precisam ser desenhadas de forma específica. As grávidas ou as mulheres que pretendem engravidar têm que cuidar da nutrição do corpo. Isso leva a uma gravidez segura e sem dificuldades.
Na menopausa, é preciso diminuir os calores, ao mesmo tempo em que os ossos devem ser reforçados. Já na terceira idade, os idosos exigem outros nutrientes para que tenham mais autonomia. Então, um dos benefícios de contar com o profissional é, justamente, ter todos esses pontos considerados e garantir uma nutrição adequada nas diferentes fases da vida.
7. Melhoria da qualidade de vida
Além do mais, posso dizer que a consulta com um nutricionista de maneira regular tem impactos em todo o cotidiano. Quem conta com o apoio do profissional coloca o corpo na direção certa e aproveita ao máximo a própria realidade.
Quem come bem e se exercita, normalmente, tem disposição, consegue controlar o humor e se mostra interessado pelos desafios. Também é um meio de viver mais e de forma menos preocupada, já que você sabe que está protegido. Então, marcar a visita é um ato de amor consigo e com a sua família!
A consulta com um nutricionista é essencial para otimizar todos os aspectos da realidade do paciente. Ao recorrer a esse especialista, posso garantir que você se sentirá melhor e terá novos motivos para aproveitar a vida.
Fonte: Comigo Saúde
junho 18th, 2020 by Centro Médico H3Med
O que é Obesidade?
A obesidade (CID 10 E66.0) é o acúmulo de gordura no corpo causado quase sempre por um consumo excessivo de calorias na alimentação, superior ao valor usada pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades do dia a dia. Ou seja: a obesidade acontece quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente.
O excesso de gordura pode levar ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, doenças do coração, pressão alta, artrite, apnéia e derrame. Por causa do risco envolvido, é bom que você perca peso mesmo que não esteja se sentindo mal agora. É difícil mudar seus hábitos alimentares e fazer exercícios. Mas, se você planejar, pode conseguir.
Quando você ingere mais calorias do que gasta, você ganha peso. O que você come e as atividades que você faz ao longo do dia influenciam nisso. Se seus familiares são obesos, você tem mais chances de também ser. Além disso, a família também ajuda na formação dos hábitos alimentares.
A vida corrida também torna mais difícil planejar refeições e fazer alimentações saudáveis. Para muitos, é mais fácil comprar comidas prontas e comer fora. Não há soluções de curto prazo para a obesidade. O segredo para perder peso é ingerir menos calorias do que você gasta. (1)
Obesidade infantil
A obesidade infantil acontece quando uma criança está com peso maior que o recomendado para sua idade e altura. De acordo com o IBGE, atualmente uma em cada três crianças no Brasil está pesando mais do que o recomendado. As faixas de Índice de Massa Corporal (IMC) determinadas para crianças são diferentes dos adultos e variam de acordo com gênero e idade.
Obesidade infantil: que fatores indicam o risco da criança se tornar obesa?
Os quilos extras podem ter consequências para as crianças até a sua vida adulta, mesmo que a obesidade seja revertida nesse período. Doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto são algumas consequências da obesidade infantil não tratada. A condição também pode levar a baixa autoestima e depressão nas crianças.
Obesidade no Brasil
Em 2015, o Brasil já tinha cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas.
Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou uma pesquisa que revela que quase metade da população brasileira está acima do peso. Segundo o estudo, 42,7% da população estava acima do peso no ano de 2006. Em 2011, esse número passou para 48,5%.
O levantamento é da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), e os dados foram coletados em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
Tipos
A obesidade pode ser classificada de diversas formas, por exemplo, quanto ao tipo, sendo: (3)
- Homogênea: É aquela em que a gordura está depositada de forma homogênea, tanto em membros superiores e inferiores quanto na região abdominal
- Andróide: É a obesidade em formato de maçã, mais característica do sexo masculino ou e mulheres após a menopausa e nesse caso há um acúmulo de gordura na região abdominal e torácica, aumentando os riscos cardiovasculares
- Ginecóide: É a obesidade em formato de pera, mais característica do sexo feminino e nesse caso há um acúmulo de gordura na região inferior do corpo, se concentrando nas nádegas, quadril e coxas. Está associada a maior prevalência de artrose e varizes.
Além disso, a obesidade pode ser classificada quanto o grau do IMC:
1 – Entre 25 e 29,9 kg/m² = Sobrepeso;
2 – Entre 30 e 34,9 kg/m² = Obesidade grau I;
3 – Entre 35 e 39,9 kg/m² =Obesidade Grau II;
4 – = 40 kg/m² = Obesidade Grau III.
Pode ainda ser classificada como:
- Primária: quando o consumo de calorias é maior que o gasto energético
- Secundária quando é resultante de alguma doença.
Causas
A obesidade pode às vezes ser atribuída a uma causa médica, como a síndrome de Prader-Willi, a síndrome de Cushing e outras doenças. No entanto, esses distúrbios são raros e, em geral, as principais causas da obesidade são:
- Inatividade: Se você não é muito ativo, você não queima tantas calorias. Com um estilo de vida sedentário, você pode facilmente ingerir mais calorias todos os dias do que com exercícios e atividades diárias normais
- Dieta não saudável e hábitos alimentares: O ganho de peso é inevitável se você comer regularmente mais calorias do que você queima. E a maioria das dietas dos americanos é muito rica em calorias e está cheia de fast food e bebidas de alto teor calórico.
Fatores de risco
Obesidade geralmente resulta de uma combinação de causas e fatores contribuintes, incluindo: (4)
- Genética: Seus genes podem afetar a quantidade de gordura corporal que você armazena e onde essa gordura é distribuída. A genética também pode desempenhar um papel na eficiência com que seu corpo converte alimentos em energia e como seu corpo queima calorias durante o exercício
- Estilo de vida familiar: A obesidade tende a correr em famílias. Se um ou ambos os seus pais são obesos, o risco de ser obeso é aumentado. Isso não é só por causa da genética. Os membros da família tendem a compartilhar hábitos alimentares e de atividade semelhantes
- Inatividade: Se você não é muito ativo, você não queima tantas calorias. Com um estilo de vida sedentário, você pode facilmente ingerir mais calorias todos os dias do que com exercícios e atividades diárias de rotina. Ter problemas médicos, como artrite, pode levar à diminuição da atividade, o que contribui para o ganho de peso
- Dieta não saudável: Uma dieta rica em calorias, carente de frutas e vegetais, cheia de fast food e carregada de bebidas hipercalóricas e porções grandes contribui para o ganho de peso
- Problemas médicos: Em algumas pessoas, a obesidade pode ser atribuída a uma causa médica, como a síndrome de Prader-Willi, a síndrome de Cushing e outras condições. Problemas médicos, como artrite, também podem levar à diminuição da atividade, o que pode resultar em ganho de peso
- Medicamentos: Alguns medicamentos podem levar ao ganho de peso se você não compensar por meio de dieta ou atividade. Estes medicamentos incluem alguns antidepressivos, medicamentos anti-convulsivos, medicamentos para diabetes, medicamentos antipsicóticos, esteróides e beta-bloqueadores
- Idade: A obesidade pode ocorrer em qualquer idade, mesmo em crianças pequenas. Mas à medida que você envelhece, mudanças hormonais e um estilo de vida menos ativo aumentam o risco de obesidade. Além disso, a quantidade de músculo em seu corpo tende a diminuir com a idade. Esta menor massa muscular leva a uma diminuição do metabolismo. Essas mudanças também reduzem as necessidades de calorias e podem dificultar a manutenção do excesso de peso. Se você não controlar conscientemente o que come e se tornar mais ativo fisicamente com a idade, provavelmente ganhará peso
- Gravidez: Durante a gravidez, o peso de uma mulher aumenta necessariamente. Algumas mulheres acham difícil perder esse peso depois que o bebê nasce. Esse ganho de peso pode contribuir para o desenvolvimento da obesidade em mulheres
- Parar de fumar: Parar de fumar é frequentemente associado ao ganho de peso. E para alguns, pode levar a ganho de peso suficiente para que a pessoa se torne obesa. No longo prazo, no entanto, parar de fumar ainda é um benefício maior para sua saúde do que continuar a fumar
- Problemas para dormir: Não dormir o suficiente ou dormir demais pode causar alterações nos hormônios que aumentam o apetite. Você também pode desejar alimentos ricos em calorias e carboidratos, o que pode contribuir para o ganho de peso
- Substâncias químicas: Os desreguladores endócrinos (DE) ou disruptores endócrinos são substâncias químicas são capazes de exercer efeito semelhante ao de hormônios presentes em nosso organismo. De acordo com pesquisa existe uma relação destas substâncias com o ganho de peso e a obesidade
Mesmo se você tiver um ou mais desses fatores de risco, isso não significa que você está destinado a se tornar obeso. Você pode neutralizar a maioria dos fatores de risco por meio de dieta, atividade física e exercícios e mudanças de comportamento.
Sintomas de Obesidade
A obesidade não causa sinais e sintomas e sim manifestações decorrentes da doença instalada que são cansaço, limitação de movimentos, suor excessivo, dores nas colunas e pernas.
A obesidade é uma doença que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura no organismo e se diferencia principalmente pela gravidade e pela localização desse acúmulo.
Buscando ajuda médica
Se você acha que pode ser obeso e, especialmente, se estiver preocupado com problemas de saúde relacionados ao peso, consulte seu médico. Desta forma, poderá ser avaliado seus riscos à saúde e discutir suas opções de perda de peso.
O acompanhamento médico também é importante para, por exemplo, identificar alterações que possam contribuir para o ganho de peso. Lembrando que o tratamento da obesidade deve ser multiprofissional. (3,4)
Diagnóstico e Exames
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar a obesidade são: (4)
- Clínico geral
- Endocrinologista
- Nutricionista.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quais eventos da vida podem ter sido associados ao ganho de peso?
- O que e quanto você come em um dia típico?
- Quanta atividade você faz em um dia típico?
- Durante que períodos da sua vida você ganhou peso?
- Quais são os fatores que você acredita que afetam seu peso?
- Como sua vida diária é afetada pelo seu peso?
- Quais dietas ou tratamentos você tentou perder peso?
- Quais são seus objetivos de perda de peso?
- Você está pronto para fazer mudanças em seu estilo de vida para perder peso?
- O que você acha que pode impedir que você perca peso?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para obesidade, algumas perguntas básicas incluem:
- Quais hábitos alimentares ou de atividade provavelmente estão contribuindo para minhas preocupações de saúde e ganho de peso?
- O que posso fazer sobre os desafios que enfrento ao gerenciar meu peso?
- Eu tenho outros problemas de saúde causados pela obesidade?
- Eu deveria ver um nutricionista?
- Devo ver um conselheiro comportamental com experiência em gerenciamento de peso?
- Quais são as opções de tratamento para a obesidade e meus outros problemas de saúde?
- A cirurgia para perda de peso é uma opção para mim?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de Obesidade
A obesidade é determinada pelo Índice de Massa Corporal (IMC) que é calculado dividindo-se o peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros). O resultado revela se o peso está dentro da faixa ideal, abaixo ou acima do desejado – revelando sobrepeso ou obesidade.
Classificação do IMC:
- Menor que 18,5 – Abaixo do peso
- Entre 18,5 e 24,9 – Peso normal
- Entre 25 e 29,9 – Sobrepeso (acima do peso desejado)
- Igual ou acima de 30 – Obesidade.
Cálculo do IMC:
- IMC=peso (kg) / altura (m) x altura (m)
- Exemplo: João tem 83 kg e sua altura é 1,75 m
- Altura x altura = 1,75 x 1,75 = 3.0625
- IMC = 83 divididos por 3,0625 = 27,10
- O resultado de 27,10 de IMC indica que João está acima do peso desejado (sobrepeso).
Exames
Os exames para o diagnóstico da obesidade geralmente incluem:
- Colesterol total e frações
- Glicemia de jejum
- Exames de sangue para verificar se desequilíbrios hormonais.
Tratamento de Obesidade
Como a obesidade é provocada por uma ingestão de energia que supera o gasto do organismo, a forma mais simples de tratamento é a adoção de um estilo de vida mais saudável, com menor ingestão de calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança não só provoca redução de peso e reversão da obesidade, como facilita a manutenção do quadro saudável.
Alimentação saudável
Embora a correria do dia a dia dificulte a realização de uma alimentação saudável, pequenas mudanças já podem fazer uma grande diferença na sua saúde: (4)
- Invista nas frutas, legumes e vegetais
- Prefiro alimentos integrais aos refinados
- Evite alimentos como biscoitos, bolachas e refeições prontas. Elas são ricas em açúcar, sódio e gorduras – tudo o que sua filha ou filho não pode comer em exagero
- Limite o consumo de bebidas adoçadas, incluindo os sucos industrializados. Essas bebidas são muito calóricas e oferecem poucos ou nenhum nutriente
- Reduza o número de vezes em que a família vai comer fora, especialmente em restaurantes de fast-food
- Muitas das opções do menu são ricas em gordura e calorias
- Sirva porções adequadas.
Prática de atividade física
Aumentar a prática de atividade física ou é uma parte essencial do tratamento da obesidade. A maioria das pessoas que conseguem manter a perda de peso por mais de um ano faz exercício físico regular, mesmo que seja apenas caminhando.Para aumentar seu nível de atividade:
- Faça exercícios: pessoas com sobrepeso ou obesas precisam ter pelo menos 150 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada para evitar mais ganho de peso ou para manter a perda de uma quantidade modesta de peso. Para conseguir uma perda de peso mais significativa, você pode precisar se exercitar 300 minutos ou mais por semana. Você provavelmente precisará aumentar gradualmente a quantidade que você exercita à medida que sua resistência e aptidão melhoram
- Caminhe mais: mesmo que o exercício aeróbico regular seja a maneira mais eficiente de queimar calorias e perder peso, qualquer movimento extra ajuda a queimar calorias. Fazer alterações simples ao longo do dia pode resultar em grandes benefícios. Estacione mais longe das entradas das lojas, aprimore suas tarefas domésticas, faça jardinagem, levante-se e mova-se periodicamente, e use um pedômetro para acompanhar quantos passos você realmente toma ao longo de um dia.
Como prevenir o aumento de peso após o tratamento?
Infelizmente, é comum recuperar o peso, independentemente dos métodos de tratamento da obesidade que você tente. Se você toma medicamentos para perda de peso, provavelmente irá recuperar o peso quando parar de tomá-los. Você pode até mesmo recuperar o peso após a cirurgia de perda de peso se continuar a comer demais ou abusar de alimentos altamente calóricos. Mas isso não significa que seus esforços de perda de peso sejam fúteis.
Uma das melhores maneiras de evitar recuperar o peso que você perdeu é fazer atividade física regularmente, aproximadamente 60 minutos por dia.
Mantenha o controle de sua atividade física, se isso ajuda você a ficar motivado e em curso. À medida que você perder peso e melhorar sua saúde, converse com seu médico sobre quais atividades adicionais você pode fazer e, se apropriado, como estimular sua atividade e exercitar-se.
Você deve sempre ficar atento ao seu peso. Manter uma dieta saudável e atividades físicas são as melhores maneiras de manter o peso que você perdeu a longo prazo.
Medicamentos
A utilização de medicamentos contribui de forma modesta e temporária no caso da obesidade, e nunca devem ser usados como única forma de tratamento. Boa parte das substâncias usadas atuam no cérebro e podem provocar reações adversas graves, como: nervosismo, insônia, aumento da pressão sanguínea, batimentos cardíacos acelerados, boca seca e intestino preso. Um dos riscos mais preocupantes dos remédios para obesidade é o de se tornar dependente. Por isso, o tratamento medicamentoso da obesidade deve ser acompanhado com rigor e restrito a alguns tipos de pacientes.
Cirurgias para Obesidade
Pessoas com obesidade mórbida e comorbidades, como diabetes e hipertensão, podem optar por fazer a cirurgia de redução de estômago para controlar o peso e sair da obesidade. Existem quatro técnicas diferentes de cirurgia bariátrica para obesidade reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM): Banda Gástrica Ajustável, Gastrectomia Vertical, Bypass Gástrico e Derivação Bileopancreática. A escolha da cirurgia dependerá do quadro do paciente, do grau de obesidade e das doenças relacionadas.
Medicamentos para Obesidade
Alguns dos medicamentos mais usados para o tratamento de problemas e sintomas relacionados à obesidade são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Obesidade tem cura?
A obesidade é uma doença crônica que pode ser tratada e controlada com a alimentação e prática de exercícios físicos, mas não tem cura. (3)
Complicações possíveis
A obesidade infantil aumenta o risco de uma série de condições, incluindo: (1,3)
- Colesterol alto
- Hipertensão
- Doença cardíaca
- Diabetes tipo 2
- Problemas ósseos
- Síndrome metabólica
- Distúrbios do sono
- Esteatose hepática não alcoólica
- Depressão
- Asma e outras doenças respiratórias
- Condições de pele como brotoeja, infecções fúngicas e acne
- Baixa autoestima
- Problemas de comportamento.
Convivendo/ Prognóstico
Você pode adotar algumas estratégias para lidar melhor com a obesidade, como:
- Não deposite as esperanças do tratamento da obesidade apenas no medicamento ou cirurgia, pois o resultado depende principalmente das mudanças nos hábitos de vida (dieta e atividade física)
- Com o tempo o medicamento para obesidade pode passar a perder o efeito. Se isso ocorrer, consulte seu médico e nunca aumente a dose por conta própria
- Existem muitas propagandas irregulares de medicamentos para emagrecer nos meios de comunicação, por isso não acredite em promessas de emagrecimento rápido e fácil
- Não compre medicamentos para obesidade pela internet ou em academias de ginástica, pois muitos não são autorizados pelo Ministério da Saúde e podem fazer mal a quem utiliza
- Clínicas e consultórios não podem vender medicamentos para obesidade. O paciente tem a liberdade de escolher a farmácia de sua confiança para comprar ou manipular o medicamento prescrito
- Fórmulas de emagrecimento com várias substâncias misturadas são proibidas pelo Ministério da Saúde e já provocaram mortes.
Lembre-se sempre:
Não existe mágica! Para manter o peso dentro dos valores desejáveis e controlar a obesidade, a melhor opção é ter uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas regularmente.
Prevenção
A estratégia preventiva deve ter início no nascimento, reforçando que o leite materno é um fator de prevenção contra a obesidade e combatendo mitos de que a criança deve comer muito, mesmo quando está satisfeita e que criança saudável é aquela com “dobrinhas”. (3)
As medidas de prevenção da obesidade são muito importantes especialmente pela gravidade das consequências e incluem 2 fatores principais:
1 – Adequação do consumo energético, ou seja é necessário consumir calorias que estejam de acordo com o gasto calórico e pra quem precisa perder peso é necessário um planejamento alimentar que priorize alimentos que deem mais saciedade e que tenham o valor calórico menor possível.
2 – Incluir atividades físicas na rotina. Atualmente cerca de 80% da população é sedentária e muitos associam as atividades de lazer a atividades de baixo gasto calórico, como ver televisão, jogar videogame, ficar no computador e isso é um fator relevante para desencadear a obesidade, em contrapartida, o exercício físico intenso ou de longa duração tem efeito inibitório no apetite.