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Lúpus

novembro 5th, 2020 by

Lúpus eritematoso é uma doença rara autoimune, ou seja, na qual o sistema imunológico reage contra as células da própria pessoa, causando danos que podem ser nos órgãos internos (rim, pulmão, coração, cérebro e articulações) ou somente na pele.  Afeta mais as mulheres que os homens, e mais adultos jovens que crianças e idosos.  Trata-se de uma doença crônica em que é importante o tratamento contínuo e monitorização para avaliar a atividade da doença.  Como a pele é afetada em 80% dos pacientes, o médico dermatologista é frequentemente o responsável pelo diagnóstico.

Sintomas

O lúpus eritematoso pode se manifestar de formas diferentes, de acordo com o órgão afetado, e isso, às vezes, retarda seu diagnóstico.  Na pele, frequentemente se apresenta como sensibilidade ao sol, nas áreas expostas, como face, colo e braços. Manchas avermelhadas que podem descamar e deixar até cicatrizes são comuns.  Em áreas com pelos, como o couro cabeludo, pode causar queda dos cabelos.  É comum haver dor nas articulações, mal-estar, perda de apetite e de peso.  Nos casos em que afetam órgãos internos, pode haver dor e dificuldade para respirar, redução do funcionamento dos rins, desmaios, convulsões e tromboses. Geralmente, o diagnóstico depende da comprovação da agressão ao órgão afetado pelo lúpus e de exames laboratoriais.

Tratamentos

Além da proteção solar rigorosa, as diferentes formas de lúpus demandam diferentes formas de tratamento. Praticamente todos os casos se beneficiam do uso de medicamentos antimaláricos (que tratam malária, mas também reduzem a inflamação no organismo), por longo período, que reduzem a inflamação da pele, articulação e rins. O lúpus da pele pode ser tratado com cremes ou injeções locais com medicação que reduz a inflamação Formas pulmonares, renais e cerebrais de lúpus necessitam de outras drogas que reduzem a imunidade (imunossupressoras), e que, muitas vezes, requerem internação hospitalar ou infusões diretamente na veia.  Uma equipe multidisciplinar com reumatologistas, neurologistas, nefrologistas e pneumologistas pode ser necessária.

Prevenção

Como a doença ocorre por predisposição genética, não há medidas específicas que previnam seu surgimento.  Porém, o diagnóstico e início do tratamento  precoces levam a menor dano no organismo. Pacientes diagnosticados com lúpus devem se proteger do sol com atitudes que minimizem sua exposição no dia a dia e no trabalho, além do uso de filtro solar diariamente.  A exposição solar pode levar à atividade da doença.

O cigarro (fumar ou conviver com fumantes) deve ser evitado por pacientes com lúpus, pois aumenta a atividade da doença e reduz a eficácia dos tratamentos. Gravidez pode levar à piora do lúpus em metade das pacientes, além de oferecer risco de aborto.  Portanto, até que a doença esteja adequadamente controlada, a gravidez deve ser adiada.

Nas formas de lúpus que afetam apenas a pele, o prognóstico é excelente, com controle completo da doença. Finalmente, os pacientes com lúpus devem fazer seguimento médico, mesmo se estiverem sem sintomas. A doença tem caráter crônico e pode retornar de forma silenciosa.

Reumatismo: Saiba quais são as causas e como evitar

julho 27th, 2020 by

O que é?

Certamente, você já ouviu alguém falar que “tem reumatismo”, mas saiba que esse termo é muito utilizado de forma errada pela população. Reumatismo não é uma doença em si, mas, sim, um conjunto de diferentes doenças reumatológicas que surgem no sistema locomotor e afetam as cartilagens, os músculos, os tendões, os ligamentos e as articulações.

A expressão reumática significa que essas enfermidades não foram causadas por traumas e, sim, devido a falhas no próprio sistema imunológico. São mais de 200 doenças classificadas como reumáticas. Entre as mais comuns, estão a artrite reumatoide, a artrose, a fibromialgia e a osteoporose. Existem algumas causas do reumatismo ou situações que contribuem para o agravamento. Confira quais são elas e fique atento aos sintomas!

Envelhecimento

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as doenças reumatológicas não acometem só os idosos. Como o grupo de enfermidades é grande, elas podem surgir em qualquer etapa da vida, desde o bebê até o idoso. Contudo, a maioria delas, como a artrose (uma das principais anomalias desse tipo), manisfesta-se mais em pessoas mais velhas devido ao desgaste natural da cartilagem com o passar dos anos e o consequente enrijecimento progressivo das articulações.

Má postura

Não se assuste, eu explico melhor! Assim como no exemplo anterior, à medida que a idade vai avançando, as estruturas da coluna também se desgastam, podendo ocasionar uma doença reumática chamada lombalgia. Essa deterioração natural, associada ao mau uso da coluna por muito tempo, pode levar à degeneração das vértebras e articulações, contribuindo para as causas do reumatismo.

Tanto para diminuir o agravamento do enrijecimento das articulações quanto para reduzir a gravidade da lombalgia, indico a realização de atividades físicas regularmente. Fazer alongamento corporal, das mãos e das articulações também pode ajudar a aliviar dores e a manter o corpo mais sadio.

Outra dica importante é atentar para manter a postura para a saúde da coluna. Verifique se o seu local de trabalho tem uma ergonomia adequada para garantir seu bem-estar e lembre-se de manter a coluna reta e o aparelho na altura dos olhos quando for mexer no celular. Contudo, vale ressaltar que essas medidas não impedem o surgimento das doenças, mas, sim, evitam que os sintomas se agravem.

Doenças autoimunes

As doenças autoimunes são aquelas em que o próprio organismo ataca as células saudáveis. Grande parte das enfermidades reumáticas é autoimune, como a artrite reumatoide (inflamação que dói muito e pode causar até deformidade nas mãos), a esclerodermia (doença sistêmica que surge na pele) e o Lúpus Eritematoso Sistêmico (ataca vários órgãos de forma progressiva).

Como as doenças autoimunes são, muitas vezes, hereditárias e não têm prevenção, é fundamental manter o check up em dia, ter um estilo de vida saudável e equilibrado e sempre conversar com seu médico caso suspeite de algo na sua saúde. Não deixe que a correria impeça você de cuidar do seu bem-estar!

As causas do reumatismo podem ser diversas, mas, na maior parte das vezes, não podem ser evitadas, como vimos. Porém, caso você ou alguém da sua família tenham muitas dores nas mãos e nos joelhos e articulações inchadas e quentes, é hora de procurar um médico e fazer os exames para diagnosticar o problema.

Bico-de-papagaio (osteofitose)

junho 18th, 2020 by

Bico-de-papagaio ou osteofitose é uma patologia que se caracteriza pelo crescimento anormal de tecido ósseo em torno de uma articulação das vértebras cujo disco intervertebral, que deveria funcionar como amortecedor entre os ossos, está comprometida.

Essas alterações, os osteófitos ou bicos-de-papagaio, surgem como consequência da desidratação do disco intervertebral, o que favorece a aproximação das vértebras e torna possível a compressão das raízes nervosas. Na verdade, os osteófitos podem ser considerados um tipo de defesa do organismo para absorver a sobrecarga exercida sobre as articulações e estabilizar a coluna vertebral.

O nome bico-de-papagaio pelo qual a doença se tornou popularmente conhecida deve-se à semelhança dessa expansão óssea com o bico recurvado da ave.

A deformação afeta especialmente as pessoas depois dos 50 anos, mas pode manifestar-se também em pessoas mais jovens expostas aos fatores de risco.

Causas

Além do desgaste natural dos discos intervertebrais próprio da idade e da predisposição genética, estão entre as causas mais frequentes do aparecimento do bico-de-papagaio (osteófito) a má postura, a obesidade e o sedentarismo. No entanto, traumas na coluna sofridos anteriormente e doenças reumáticas podem estar associados ao aparecimento da lesão.

Sintomas

Os principais sintomas são:

  • Dor forte;
  • Limitação dos movimentos;
  • Perda da força muscular, da sensibilidade e dos reflexos;
  • Formigamento.

Diagnóstico

A avaliação clinica e o levantamento da história de vida do paciente são elementos básicos para estabelecer o diagnóstico de bico-de-papagaio. No entanto, exames de imagem como raios X, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser úteis para analisar a extensão e gravidade do problema.

Prevenção

Alguns cuidados são essenciais para prevenir a formação de bicos-de-papagaio. Como a postura incorreta pode ser considerada uma das principais causas da doença, é preciso redobrar a atenção nas atividades do dia a dia que possam favorecer a ocorrência de pequenos traumas e/ou o aumento da sobrecarga na coluna vertebral.

A manutenção do peso corpóreo nos níveis adequados e a prática regular da atividade física são consideradas também medidas preventivas indispensáveis para evitar o desenvolvimento da osteofitose. Os exercícios mais recomendados são os de baixo impacto, como hidroginástica, bicicleta, natação e alongamento, pois não forçam as articulações e aqueles que possam favorecer o fortalecimento da musculatura abdominal e da coluna.

Tratamento

Não existe tratamento para recuperar o disco intervetebral. O desgaste que sofreu é irreversível. Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser úteis para aliviar a dor, mas o fundamental é desenvolver hábitos que facilitem corrigir os problemas de postura. Fisioterapia e a prática de prática regular de exercícios físicos são recursos benéficos para controle da doença.

Casos mais graves indicativos de desalinhamento progressivo da coluna ou de distúrbio neurológico podem exigir intervenção cirúrgica.

Recomendações

  • Mudanças no estilo de vida são fundamentais para prevenir ou evitar a formação de bicos-de-papagaio, uma doença encarada como banal, mas que pode provocar dor, desconforto e restrição de movimentos;
  • A prática mal orientada de exercícios físicos, em vez de ajudar, pode ser responsável por traumas contínuos na coluna que facilitarão o aparecimento das expansões ósseas características da osteofitose;
  • Os bicos-de-papagaio constituem um processo que leva muito tempo para estabelecer-se. Quando se instala, porém, exige cuidados pela vida toda;
  • Os primeiros sintomas sugestivos da osteofitose são razão suficiente para procurar um ortopedista para controle e tratamento da enfermidade.

Osteoporose: veja os sintomas, tratamento e se tem cura

junho 18th, 2020 by

O que é Osteoporose?

A osteoporose é uma doença metabólica sistêmica que afeta os ossos, provocando a diminuição progressiva da densidade óssea e, consequentemente, o aumento do risco de fraturas.

Embora também afete os homens, a condição é muito mais comum em mulheres acima dos 45 anos, sendo que uma em cada três mulheres deve apresentar uma fratura óssea relacionada à doença durante a vida.

Como qualquer outro tecido do corpo, o osso é uma estrutura viva que precisa se manter saudável e isso acontece mediante a remodelação do osso velho em osso novo.

A osteoporose, portanto, ocorre quando o corpo deixa de formar material ósseo novo suficiente ou quando muito material dos ossos antigos é reabsorvido pelo corpo – em alguns casos, pode ocorrer as duas coisas.

Se os ossos não estão se renovando como deveriam, ficam cada vez mais fracos, porosos e finos, sujeitos a fraturas. A partir dessas fragmentações ósseas, o paciente corre o risco de ter problemas mais sérios, que comprometem sua saúde e bem-estar.

Causas

No corpo humano, existem células responsáveis pela formação óssea e outras pela reabsorção óssea. Com o passar do tempo, o tecido ósseo vai envelhecendo e acaba sendo destruído pelas células chamadas osteoclastos. Em seguida, ele é recriado pelas células reconstrutoras, os osteoblastos.

Esse processo de destruição das células é chamado de reabsorção óssea, que fica comprometido na osteoporose, pois o corpo passa a absorver mais osso do que produzir (ou então não produzir o suficiente).

Alguns problemas podem interferir na formação dos ossos, causando a osteoporose, como:

Deficiência de cálcio

O cálcio é um mineral essencial à formação dos ossos. Durante a juventude, o corpo usa a substância para produzir o esqueleto. Além disso, o osso é o nosso principal reservatório de cálcio e é ele quem fornece esse nutriente para outras funções do corpo, como o funcionamento cardíaco.

Quando o metabolismo do osso está em equilíbrio, ele retira e repõe o cálcio dos ossos sem comprometer essa estrutura. Por isso, é importante que a ingestão de cálcio seja adequada.

Além de regular a alimentação para equilibrar o consumo da substância, pode ser que o organismo não consiga absorver o cálcio ingerido. Dessa forma, a ingestão insuficiente ou a má absorção do nutriente pode ser uma das causas da osteoporose.

Envelhecimento e menopausa

Cerda de 80% dos pacientes desenvolve a osteoporose em associação ao envelhecimento ou menopausa. No caso do envelhecimento, é necessário entender que os ossos crescem somente até os 20 anos e sua densidade aumenta até os 35 anos, começando a perder-se progressivamente a partir disso.

Isso quer dizer que, até os 35 anos, há um equilíbrio entre processos de reabsorção e criação dos ossos. A partir dessa idade, a perda óssea aumenta gradativamente, como parte do processo natural de envelhecimento.

Caso o indivíduo não tenha criado um “estoque” de densidade óssea suficiente para suprir esse aumento gradativo da reabsorção, os ossos vão ficando mais frágeis e quebradiços, podendo levar à osteoporose.

Por outro lado, enquanto a mulher está em período fértil (menstruando), existe a produção acentuada do hormônio estrogênio. Quando abundante no corpo feminino, ele retarda a reabsorção do osso, além de ser responsável pela fixação do cálcio nos ossos, contribuindo para o fortalecimento do esqueleto.

Em contrapartida, durante e após a menopausa, a mulher tem uma produção muito reduzida de estrogênio, uma vez que ele não é mais necessário para o ciclo menstrual.

O hipoestrogenismo irá contribuir para a perda de massa óssea mais acelerada, principalmente nos primeiros anos da pós-menopausa. Dessa forma, a menopausa pode ser um gatilho importante para a osteoporose.

Em homens, os baixos níveis de testosterona (hipogonadismo) também podem favorecer a osteoporose, uma vez que este hormônio entra na formação do tecido ósseo no organismo masculino.

Doenças ou medicamentos

Outras condições podem levar ao surgimento da osteoporose, sendo muito comuns em pessoas mais jovens e sem outros fatores de risco. São elas:

  • Síndrome de Cushing
  • Hiperparatireoidismo primário ou terciário
  • Hipertireoidismo
  • Acromegalia
  • Mieloma múltiplo
  • Doenças renais
  • Doenças inflamatórias intestinais
  • Doença celíaca
  • Pós-gastrectomia
  • Homocistinúria
  • Hemocromatose
  • Doenças reumáticas
  • Uso de medicamentos a base de glicocorticóides, hormônios tireoidianos, heparina, warfarina, antiepilépticos (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina), lítio, metotrexato e ciclosporina.

Fatores de risco

Além das causas descritas acima, há também alguns fatores de risco que podem contribuir para o surgimento da osteoporose em homens e mulheres, tais quais:

  • Descendentes de orientais (correm mais risco de sofrer fraturas pela osteoporose por um problema anatômico no fêmur
  • Histórico familiar de osteoporose
  • Histórico prévio de fratura por trauma mínimo
  • Tabagismo
  • Baixa frequência de atividades físicas
  • Baixa ingestão de cálcio
  • Baixa exposição solar
  • Alcoolismo
  • Imobilização
  • Ausência de períodos menstruais (amenorreia) por longo período
  • Baixo peso corporal.

Sintomas

Sintomas de Osteoporose

A osteoporose é uma doença silenciosa, que dificilmente apresenta qualquer tipo de sinal e só é percebida por meio de fraturas com pouco ou nenhum trauma, mais frequentemente no punho, fêmur, colo de fêmur e coluna. Outros sintomas que podem surgir com o avanço da doença são:

  • Dor ou sensibilidade óssea
  • Diminuição de estatura com o passar do tempo
  • Dor na região lombar devido a fraturas dos ossos da coluna vertebral
  • Dor no pescoço devido a fraturas dos ossos da coluna vertebral
  • Postura encurvada ou cifótica.

Diagnóstico e Exames

Na consulta médica

Caso você tenha algum fator de risco para a osteoporose, principalmente a chegada da menopausa, é importante pensar em consultar um médico para avaliar a necessidade de fazer um exame de densitometria óssea. Um clínico geral ou ortopedista podem ajudar no diagnóstico.

Como a doença não apresenta sintomas, o especialista fará perguntas sobre o seu quadro geral, como doenças associadas, hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo e outros pontos que ele achar relevante, como a idade em que a mulher entrou na menopausa, por exemplo.

A partir dessa análise clínica, o médico poderá dizer se você está ou não em risco para osteoporose e poderá indicar a realização de alguns exames.

Diagnóstico de Osteoporose

Em geral, a perda óssea ocorre gradualmente com o passar dos anos. Na maioria das vezes, a pessoa irá sofrer uma fratura antes de que está com osteoporose. Quando isso ocorre, a doença já se encontra em um estado avançado e o dano é grave.

Por não apresentar sintomas em seu estado precoce, não é possível fazer um diagnóstico clínico da osteoporose. Dessa forma, só é possível identificar a doença por meio da densitometria óssea e radiografias. Além desses, o médico pode pedir outros exames para identificar causas secundárias da osteoporose, como dosagem de creatinina e dosagem de testosterona e estrogênio.

Exames

O principal exame para rastreamento e diagnóstico da osteoporose é a densitometria óssea, que avalia a densidade dos ossos e músculos do corpo, podendo identificar quando eles estão muito finos ou então quando a perda ainda está se iniciando. Uma radiografia também pode ser indicada para a investigação da osteoporose.

Todas as mulheres de 65 anos ou mais e homens com 70 anos ou mais devem fazer a densitometria óssea anualmente, independentemente dos fatores de risco. Mulheres na pós-menopausa com menos de 65 anos de idade e homens entre 50 e 60 anos com fatores de risco também devem fazer o exame anualmente.

Além disso, qualquer pessoa que sofreu fraturas e possui risco associado à doença tem indicação para fazer a densitometria a fim de diagnosticar uma possível osteoporose.

Tratamento e Cuidados

Tratamento de Osteoporose

A osteoporose é de cura difícil, quase impossível. No entanto, pode-se fazer da primeira fratura a última ou então evitar qualquer lesão. Se você tem uma perda óssea importante, o tratamento pode impedir o agravamento, mas não irá eliminar totalmente a doença.

Os objetivos do tratamento da osteoporose são controlar a dor, retardar ou interromper a perda óssea e prevenir fraturas. Portanto, a escolha do tratamento irá depender da causa da osteoporose e de outras doenças associadas.

Medicamentos

Existem várias medicações indicadas para o tratamento da osteoporose, que são individualizadas para cada caso, a depender da gravidade ou das causas secundárias. Alguns medicamentos comuns usados para esse fim são:

  • Raloxifeno
  • Bisfosfonatos
  • Ranelato de estrôncio
  • Teriparatida
  • Desonumab
  • Calcitonina

Terapias

  • Reposição de estrogênio: A terapia de reposição hormonal é eficaz na prevenção da osteoporose e de fraturas vertebrais e não-vertebrais. No entanto, ainda não há evidência suficiente para recomendar o tratamento na redução do risco de fraturas no tratamento da osteoporose estabelecida. Suplementação de cálcio e vitamina D: A ingestão adequada de cálcio e sua suplementação são indicados para o tratamento e prevenção da osteoporose. Já a vitamina D é um nutriente importante na manutenção da saúde óssea, uma vez que suas principais funções são a regulação da absorção intestinal de cálcio e a estimulação da reabsorção óssea. Não se recomenda o tratamento com vitamina D isolada ou em conjunto com cálcio, porém o uso complementar desses nutrientes é fundamental para uma formação óssea adequada.

Cirurgias

  • Vertebroplastia: Procedimento minimamente invasivo para tratar fraturas na coluna vertebral, melhorando a dor e a capacidade funcional dos pacientes em cerca de 90 a 95%. Ele é feito injetando cimento acrílico (polimetilmetacrilato, ou PMMA) no interior da vértebra
  • Cifoplastia: Procedimento ambulatorial usado para tratar fraturas por compressão dolorosa na coluna vertebral. Ele também é feito injetando cimento acrílico (polimetilmetacrilato, ou PMMA) no interior da vértebra. A diferença entre os dois métodos é que a cifoplastia utiliza uma espécie de balão, que é injetado na coluna e inflado, posicionando as vértebras corretamente antes da colocada do cimento ósseo.

Medicamentos para Osteoporose

Os medicamentos mais usados para o tratamento de osteoporose são:

  • Aclasta
  • Angeliq
  • Calde

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.

Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Convivendo/ Prognóstico

Além dos medicamentos e terapias disponíveis para o tratamento da osteoporose, outras mudanças de hábito devem ser feitas para evitar fraturas, dores e a progressão da doença, como:

Mantenha-se no peso ideal

Se a manutenção do peso é benéfica como um todo, para pessoas com osteoporose ela é a ainda mais importante. E não é só a obesidade que atrapalha a vida do paciente: aqueles que estão muito abaixo do peso também correm riscos.

Os pacientes acima do peso têm dificuldade de realizar exercícios e tendência a desenvolver outros problemas, como hipertensão arterial e diabetes, além de geralmente manterem uma alimentação inadequada, sem o aporte nutricional que a osteoporose pede.

Por outro lado, os pacientes de peso muito baixo têm, em geral, deficiência alimentar por pouca ou má ingestão de nutrientes. Inclusive, os mais magros são mais atingidos pela osteoporose, justamente porque a gordura periférica – presente em menor quantidade no corpo – ajuda a manter o aporte de cálcio no metabolismo do estrogênio, deixando os ossos mais fortalecidos.

Uma das explicações para isso seria o fato de que um paciente muito acima do peso se fraturaria mais facilmente ao se levantar para caminhar. Então, a natureza dá a essas pessoas uma força extra para poder aguentar o seu próprio peso. No entanto, o excesso de peso pode demandar um esforço muito grande das articulações, favorecendo dores e quedas no quadro com osteoporose.

Pratique exercícios

A atividade física é fundamental para os pacientes com osteoporose. Além de aumentar o aporte e fixação de cálcio no osso, o exercício ajuda no equilíbrio para evitar quedas.

Praticar exercícios também ajuda a manter a densidade óssea à medida que envelhecemos, diminui a dor nas articulações e ainda elimina os quilos que por ventura estão sobrando e forçando as articulações.

Exercícios de fortalecimento e flexibilidade, bem como atividades aeróbicas, são as mais indicadas para os portadores de osteoporose.

Os primeiros ajudam a manter a densidade óssea e fortalecer as articulações, já os exercícios de flexibilidade, como alongamento e ioga, além de beneficiar as articulações também ajudam a preservar a amplitude do movimento.

Por fim, as atividades aeróbicas podem ajudar a construir ossos e manter as articulações saudáveis, bem como fortalecer os músculos, coração e pulmões. No entanto, todos os pacientes devem ser avaliados para poder executar os exercícios corretos e na época adequada, especialmente os idosos.

Nutrientes em dia

A osteoporose está intimamente ligada à alimentação. Se você não está ingerindo os nutrientes na quantidade certa, o seu corpo está em risco. Os nutrientes mais importantes na luta da osteoporose são o cálcio e a vitamina D. O primeiro é essencial para a formação dos ossos, enquanto o segundo permite que o cálcio seja absorvido e atue na formação da matriz óssea.

Os dois andam sempre de mãos dadas: se você ingerir muito cálcio, mas não tiver vitamina D, de nada adianta, pois esse não será absorvido. O mesmo vale para quem ingere muita vitamina D, mas não tem a quantidade de cálcio suficiente para ser absorvida.

A recomendação diária de cálcio para adultos varia entre 1.000mg e 1.200mg, enquanto a vitamina D tem sua dose de 800 a 1.200 UI por dia. Boas fontes de cálcio são leite e seus derivados, bem como vegetais verdes escuros e produtos fortificados. Quanto a vitamina D, a melhor forma de obtê-la é se expondo ao sol no mínimo 30 minutos por dia.

Pare de fumar

O tabagismo é um fator de risco e também um agravante da osteoporose. Isso porque a fumaça do cigarro, quando chega à corrente sanguínea, interfere no funcionamento das células osteoblásticas, responsáveis por construir e reparar a matriz óssea.

Portanto, saiba que nunca é tarde para largar o vício, pois, ao parar de fumar, o risco de baixa densidade óssea e fraturas tende a se reduzir com o passar do tempo.

Evite o álcool

O consumo excessivo de bebida alcoólica diminui as reservas de cálcio e, como consequência, faz com que os ossos fiquem mais fracos. Além disso, consumir álcool acarreta no aumento dos níveis do paratormônio, que é um hormônio responsável por equilibrar a quantidade de cálcio nos ossos.

O álcool em excesso também interfere na absorção de cálcio e vitamina D pelo pâncreas, ambos nutrientes essenciais para os ossos. Por isso, procure evitar ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas.

Faça adaptações em casa

Manter uma casa segura é muito importante para prevenir quedas ou fraturas no paciente com osteoporose. Evitar tapetes soltos, sapatos de salto deslizante e pisos derrapantes em áreas como banheiro e cozinha é fundamental para quem tem a doença.

A colocação de apoio com barras fixas nas paredes também ajuda na movimentação dentro de casa. Prender ao solo móveis que podem escorregar é outro artifício eficiente. É importante ainda manter todos os objetos dentro do campo de visão, principalmente no caso dos idosos, que apresentam uma redução do seu campo visual.

Outro ponto essencial é manter interruptores de luz ou abajures próximos da cama e portas, para que o paciente não precise andar no escuro em nenhum momento, correndo o risco de tropeçar e cair.

Faça a densitometria óssea regularmente

O exame de densitometria óssea é usado para medir a densidade de nossos ossos (massa óssea), avaliando o grau da osteoporose e acusando a probabilidade de fraturas. O controle com o exame geralmente é anual, mas a frequência pode mudar conforme orientação.

De olho nas causas secundárias

Se a osteoporose estiver associada a outra condição, como o hiperparatireoidismo, doenças renais ou uso de medicamentos com corticoides, é importante tratar também esses problemas. Converse com seu médico e procure realizar o melhor tratamento.

Complicações possíveis

As principais complicações da osteoporose são as fraturas por compressão na coluna vertebral, no fêmur, nos quadris e nos punhos. Uma fratura nos quadris ou fêmur, por exemplo, pode gerar invalidez ou perda da capacidade de andar.

A coluna e o fêmur são as áreas que mais recebem um desgaste ósseo e mais correm risco, sendo a fratura proximal de fêmur a mais grave, podendo resultar até mesmo em morte.

Cerca de metade dos pacientes com fratura de fêmur não consegue mais andar e um quarto necessita de cuidado domiciliar prolongado. Um paciente que não consegue mais andar e fica acamado corre um risco maior de sofrer infecções e fica mais suscetível a doenças mentais, como depressão.

Prevenção

Embora não seja fácil de ser identificada em seu estágio inicial, a osteoporose pode ser evitada (ou retardada) com a ajuda de algumas ações simples que fazem a diferença na vida dos pacientes, como:

  • Siga uma dieta balanceada, com as quantidades adequadas de cálcio e vitamina D
  • Evite o consumo de álcool em excesso
  • Não fume
  • Pratique exercícios físicos regularmente
  • Faça a reposição hormonal quando indicada pelo médico
  • Faça a densitometria óssea anualmente a partir dos 50 anos

Visão Geral

Perguntas frequentes

Quem não gosta de leite apresenta maior risco de ter osteoporose?

Não. Uma das dicas de prevenção da doença é preocupar-se com a ingestão mínima de cálcio necessário para manter os ossos saudáveis. Assim, são recomendados 1.200 mg por dia e, para quem não gosta de leite, é só recorrer a outros laticínios, como queijo e iogurte.

Quem tem osteoporose não pode praticar atividade física?

Pelo contrário. Praticar exercícios físicos regularmente é essencial para os pacientes com osteoporose. Nesse caso, o ideal é realizar exercícios como caminhada e musculação, sempre com indicação e acompanhamento de especialistas.

Devo me preocupar com a osteoporose somente após a menopausa?

Não. Sua prevenção deve ser uma preocupação ao longo de toda a vida. Por isso, é importante ingerir vitamina D diariamente, através do consumo de verduras e laticínios fortificados, que fornecem este tipo de nutriente.

A osteoporose é uma doença feminina?

Mulheres têm mais chances de desenvolver a osteoporose do que os homens, pois têm os ossos mais finos e mais leves e apresentam perda óssea importante durante a menopausa. No entanto, homens com deficiência de cálcio e vitaminas estão sujeitos à doença. Inclusive, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) criou o Programa de Osteoporose Masculina (PROMA) em 2004, com o objetivo de quantificar as vítimas da doença para tratá-las e estudar a sua incidência.

A osteoporose é hereditária?

Nem sempre uma pessoa com histórico familiar favorável à osteoporose vai desenvolver a doença. Mas é importante, sim, identificar se os pais são portadores de osteoporose. Em caso positivo, deve-se ter cuidado redobrado na prevenção da doença.

Explicação: a vitamina D é mais eficiente na absorção do cálcio em algumas pessoas do que em outras – e essa característica é hereditária. Descendentes de pessoas que têm menor capacidade de absorção do cálcio no organismo e que apresentaram osteoporose quando adultas têm maior probabilidade de ter a doença. Mas nada que bons hábitos alimentares e atividade física não possam mudar.

Falando de Osteoporose

março 24th, 2019 by

Você sabe o que é osteoporose?

É perda acelerada de massa óssea que ocorre principalmente durante o envelhecimento, causada pela diminuição da absorção de cálcio e minerais, e prevalente no sexo feminino pós menopausa.

A prevalência da osteoporose, acompanhada da morbidade e mortalidade de suas fraturas, aumenta a cada ano. A maioria das fraturas ocorre na região do quadril (bacia e fêmur) e vertebrais. A osteoporose acontece quando o organismo deixa de formar material ósseo novo suficiente ou quando muito material dos ossos antigos é reabsorvido pelo corpo. Em alguns casos pode ocorrer os dois eventos. Sem a renovação do material, o osso fica cada vez mais fraco, fino e sujeito a fraturas.

Quanto a alimentação, são recomendados a ingestão de 1200g de cálcio por dia que podem ser encontrados em leite e derivados.

Recomenda-se também a realização de atividades físicas diárias.

A osteoporose deve ser prevenida mesmo antes da menopausa, pois a redução do hormônio feminino estrogênio é responsável pela reabsorção óssea. Logo, uma boa alimentação, a prática de atividades físicas e a ingestão de vitamina D previnem bastante o risco de desenvolver a doença. Não se pode negar que exista um fator hereditário. Por isso, pessoas com histórico familiar devem monitorizar melhor a sua massa óssea.

A explicação para essa deficiência decorre pela maior reabsorção de cálcio pelo tecido ósseo envelhecido pelos osteoclastos (células reabsorvedoras) do que pela produção da matriz óssea pelos osteoblastos (células produtoras).

Principais causas que interferem na formação óssea:

  • Deficiência de Cálcio;
  • Menopausa;
  • Doenças ou medicamentos (Ex: Sindrome de Cushing, Hiperparatireoidismo primário e Terciário, Hipertireoidismo, Acromegalia, Mieloma Múltiplo, uso crônico de corticoides, heparina, warfarina).

Fatores de risco para osteoporose:

  • Mulheres e homens orientais possuem maior risco de fratura de fêmur por problemas anatômicos do fêmur;
  • História Familiar;
  • Tabagismo;
  • Sedentarismo;
  • Baixa ingestão de cálcio;
  • Baixa exposição solar;
  • Etilismo;
  • Amenorreia prolongada;
  • Imobilização por longos períodos;
  • Baixo peso corporal.

A investigação de osteoporose é realizada através da densitometria óssea. Após os 60 anos deve ser realizada anualmente. Outros exames complementares são: radiografias e exames laboratoriais.

O tratamento é feito com:

  • Raloxifeno;
  • Bifosfonatos (Alendronato, Residronato, Ibandronato e Zolendronato*);
  • Ralenato de Estrôncio (Estimula os osteoblastos e diminui a ação dos osteoclastos, logo reduz a reabsorção óssea);
  • Calcitonina (Inibe a ação do PTH);
  • Terapias: Reposição de estrogênio, suplementação oral de cálcio e vitamina D .

*Zolendronato: feito por infusão venosa.