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Erisipela

novembro 5th, 2020 by

A erisipela é uma condição inflamatória que atinge a derme e o panículo adiposo (tecido celular subcutâneo) da nossa pele, com grande envolvimento dos vasos linfáticos. Representa uma forma superficial da celulite, pois atinge predominantemente a derme e a parte superior da gordura subcutânea. Acomete, predominantemente, os membros inferiores de pacientes da terceira idade, cuja circulação venosa e linfática estão debilitadas. Porém, pode atingir pessoas de qualquer idade e outras regiões da pele.

Habitualmente, a erisipela está relacionada a um fator chamado “porta de entrada”, como úlcera venosa crônica, pé de atleta, picada de insetos, ferimento cutâneo traumático e manipulação inadequada das unhas. Por meio desta porta de entrada, bactérias penetram na pele , atingindo as camadas cutâneas inferiores  e se espalhando facilmente com muita velocidade. A principal bactéria envolvida é o Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, porém, outras bactérias também podem estar envolvidas. Pessoas com baixa condição imunológica, obesas e com má circulação são as mais suscetíveis.

Sintomas

Muitas vezes, o quadro tem início súbito com mal-estar geral, fadiga, febre e calafrios, antes mesmo do surgimento de sinais na pele infectada. Em seguida, instalam-se achados locais, como avermelhamento, dor, inchaço e aumento da temperatura. O aparecimento de adenomegalia inflamatória é comum. Em casos mais graves podem surgir formação de bolhas, escurecimento do segmento acometido e até quadros de septicemia, ou seja, infecção generalizada com risco de morte.

Tratamentos

O tratamento deve ser instituído o mais breve possível, tendo como base o uso de antibióticos, repouso, elevação do membro afetado e tratar o fator desencadeante. O antibiótico mais usado é a penicilina procaína ou cristalina. Outros antibióticos podem ser administrados, na dependência do perfil de resistência bacteriana. Por vezes, faz-se necessária abordagem cirúrgica, removendo e drenando grandes áreas necróticas e com pus.

Prevenção

As melhores medidas preventivas consistem em: investir em medidas de limpeza local; evitar as “portas de entrada”, como traumas, picadas de insetos, dermatoses cutâneas tipo pé de atleta; ter atitudes que reduzam a insuficiência linfática e venosa; ter um melhor controle do diabetes. Em pacientes contaminados, deve-se descolonizar a pele. Aplicar penicilina benzatina intramuscular a cada 21 dias, nos casos de erisipela de repetição.

Esporotricose

novembro 5th, 2020 by

A esporotricose é uma micose causada pelo fungo universal da espécie Sporothrix spp, mas causa doenças especialmente em indivíduos que residem em países de clima tropical e subtropical. O fungo Sporotrhix spp habita a natureza e está presente no solo, palha, vegetais, espinhos, madeira.  A esporotricose, em sua forma clássica, foi por muito tempo conhecida como “a doença do jardineiro”.

Isso porque era comum acometer esses profissionais, assim como também agricultores ou outras profissões e indivíduos que tivessem contato durante atividades de lazer com plantas e solo em ambientes naturais onde o fungo estivesse presente. Além de atingir seres humanos, também acomete várias espécies de animais silvestres e domésticos, principalmente o gato e o cachorro. Enquanto os cachorros adquirem uma forma de baixa virulência, semelhante a dos humanos, os gatos geralmente adquirem uma forma grave e disseminada da doença.

Quando o profissional ou o cuidador tem contato com o gato, por meio de arranhões ou trato respiratório, ou com a pele contaminada, esse indivíduo pode adquirir a esporotricose zoonócia, transmitida por felinos. Não há relatos de transmissão de homem para homem e de cachorro para homem. A maioria dos relatos é de transmissão de gato para homem e de gato para cachorro. Especialistas admitem que a doença hoje, é considerada a maior infecção por animais no mundo. No Brasil a doença também é transmitida pela espécie, exclusiva, Sporothrix brasiliensis.

Atualmente, a esporotricose zoonótica já é considerada uma hiperendemia na cidade do Rio de Janeiro. Isso se deve à transmissão pelo contato com felinos doentes que são abandonados ou que vivem nas ruas. Gatos apresentam alto potencial de transmissão, pois os fungos estão presentes em grande quantidade no aparelho respiratório por meio de secreções, e nas lesões cutâneas e de outros tecidos em casos mais graves.

A transmissão pode ocorrer pelo contato com gotículas de secreção respiratória do gato afetado na fase inicial da doença, com a pele sadia, porém contaminada com o fungo, com as lesões no pelo, unhas, olhos, boca e patas, como também por meio de mordeduras ou arranhaduras de gatos enfermos. Esses animais têm o costume de se esfregar e lamber uns nos outros, e esse comportamento colabora para a disseminação da esporotricose – não só entre eles, mas também entre gatos e humanos. Mas não é só a cidade do Rio de Janeiro que tem apresentado casos.

Em São Paulo, já em 2015, foram relatados surtos em um bairro da zona leste, Itaquera. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) recebeu uma denúncia e, por meio de uma busca na região, encontrou mais de 100 felinos com esporotricose. Na época, cerca de 13 pessoas que tiveram contato com os animais foram diagnosticadas com a doença e encaminhadas para tratamento. Há outros casos descritos na região centro-oeste e região sudeste e sul. É muito importante se atentar para estas informações a seguir: quando um gato é diagnosticado com a doença em estágio inicial, é possível que, após longo tratamento, atinja a cura. Todavia, caso o animal morra, ele não pode ser enterrado, pois isso propagaria o fungo no meio ambiente.

O corpo precisa ser cremado. Porém, na maioria dos casos, mesmo com o tutor presente, o animal é erroneamente abandonado para vir a falecer na rua. Já os animais que vivem em situação de rua, acabam morrendo e sendo deixados ao ar livre. Essas duas situações perpetuam a doença porque permitem que o fungo se espalhe e se reproduza no meio ambiente, acometendo outros gatos abandonados e sadios que vivem nas ruas.  

Sintomas

Nos felinos, os sintomas são variados. Os sinais mais comuns são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. Em seres humanos, normalmente, a infecção é benigna e se limita apenas à pele, mas há casos em que ela se espalha por meio da corrente sanguínea e atinge ossos e órgãos internos. O período de incubação do fungo no organismo pode levar de sete a 30 dias, podendo chegar até a seis meses após a infecção. Os sintomas variam de acordo com a forma com que se manifesta, ou seja, se ela é cutânea ou extracutânea.

O mais comum é que primeiro apareça um pequeno nódulo doloroso, bem similar a uma picada de inseto. Ele pode ser na cor vermelha, na rosa ou na roxa; ser purulento ou não, e o mais corriqueiro é que surja no dedo, na mão ou no braço em que o fungo penetrou. Na versão extracutânea, como o fungo pode comprometer diversas áreas do organismo, os sintomas variam de acordo com a que foi afetada. Se afetar os ossos e as articulações, os sintomas são similares ao de uma artrite infecciosa. Já quando atinge os pulmões, por exemplo, os sintomas se assemelham bastante aos da tuberculose. Nos casos das formas cutâneas, ela pode surgir em três tipos diferentes:

  • Cutâneo-linfática: é a mais frequente e se caracteriza por um nódulo ulcerado que, geralmente, ocorre no sítio de inoculação, ou seja, na mordedura, no arranhão, o local de contato com o animal doente. Dele, se forma um cordão endurecido que segue por um vaso linfático em direção aos gânglios. Ao longo desse cordão, outros nódulos são formados, e também podem ulcerar, fistulizar ou drenar pus.
  • Cutâneo-disseminada: espalham-se por toda a pele e são mais frequentes em pacientes imunodeprimidos como doentes renais e pessoas contaminadas pelo vírus HIV.
  • Cutâneo-localizada ou cutânea-fixa: caracteriza-se por um nódulo avermelhado e pode ser duro com superfície áspera ou ulcerada. Além dos membros superiores, pode atingir também as mucosas, como os olhos e a boca.

Tratamentos

A doença não é considerada grave e tem cura. Porém, seu tratamento deve começar logo. São raros os registros de mortes em humanos. Eles são mais comuns em pessoas com a imunidade baixa, como alcoólatras, portadores de HIV, aquelas submetidas à quimioterapia para tratamento de câncer ou com doenças renais e diabetes. Quando não tratada corretamente, a doença pode levar também o animal à morte. Em humanos, o diagnóstico é feito por um médico dermatologista e o tratamento pode ser longo, por volta de três a seis meses, podendo chegar a um ano.

E, em momento algum, deve ser abandonado. Há uma série de medicamentos que podem ser prescritos no tratamento: iodeto de potássio, foi a primeira droga eficaz usada, mas pode causar inúmeros efeitos colaterais. Levando isso em conta, o medicamento mais receitado é o antifúngico itraconazol, inclusive para os animais. Além desses dois medicamentos, há a possibilidade do tratamento ser feito à base de terbinafina, fluconazol e antofericina B. Atenção: a automedicação nunca deve ser feita.

Prevenção

A esporotricose é considerada uma doença negligenciada e um problema de saúde pública. Ela decorre da ausência de um programa ou de ações de controle; da falta de medicação gratuita para o tratamento, tanto em humanos quanto em animais; e do desconhecimento da população sobre as medidas de controle. O gato não é o vilão. Na verdade, é a maior vítima da doença. Por enquanto, infelizmente, não há nenhuma vacina (para humanos ou animais) contra a esporotricose. Porém, em 2016, a Unesp (Universidade do Estado de São Paulo) divulgou que está desenvolvendo uma vacina veterinária, indicada aos gatos, contra a doença. No caso de o animal de estimação apresentar a doença, o ideal é que ele seja isolado e receba tratamento.

É importante frisar, novamente, que em caso de morte do animal com esporotricose, o corpo precisa ser cremado e não enterrado, para que o fungo não se espalhe pelo solo e outros animais, e até mesmo pessoas, possam ser contaminados. O ideal é que o gato não saia de casa, evitando, assim, que contraia esta ou outras doenças. Para quem trabalha ou gosta de jardinagem ou de mexer na terra, para atenuar os riscos de contrair a doença, é importante que se use roupas e luvas protetoras ao manusear o jardim ou outros materiais que possam estar contaminados com fungos.   

Hemangioma

novembro 5th, 2020 by

O hemangioma infantil, ou hemangioma da infância (HI), é o tumor benigno mais comum nessa faixa etária. As lesões podem raramente estar presentes ao nascimento, mas praticamente todos os hemangiomas estão visíveis ao final do primeiro mês de vida. Acomete mais meninas que meninos (proporção de 5:1), recém-nascidos prematuros e de baixo peso, e crianças cujas mães se submeteram a exames invasivos (biópsia de placenta, aspiração de líquido amniótico) durante a gravidez.

As lesões podem ser únicas ou múltiplas, e se localizam preferencialmente na face, couro cabeludo e no tronco. Hemangiomas superficiais apresentam uma coloração avermelhada e brilhante, semelhante à cor do morango ou da framboesa. Quando se localizam mais profundamente, apresentam uma tonalidade azulada ou violácea.

O HI apresenta uma evolução bem característicaDurante o primeiro ano de vida, especialmente nos quatro primeiros meses, observa-se um crescimento rápido da área e do volume. A partir de então, a lesão interrompe seu crescimento e começa uma lenta e longa involução. Portanto, todos os hemangiomas, de forma completa ou praticamente completa, desaparecem espontaneamente ao longo da vida. Esse fato faz com que, na maioria dos casos, o tratamento possa se limitar a apenas observar a evolução do HI, sem necessidade de medicamentos ou cirurgias.

Porém, pode haver complicações e a mais comum é a ulceração. Além de ser muito dolorosa, pode resultar em sangramentos e infecções secundárias. Os HI com maior risco de ulceração são aqueles localizados em áreas de atrito (área das fraldas, cotovelos, ombro e joelhos), nos lábios, e as lesões de grandes dimensões. Hemangiomas na área dos olhos podem comprometer a visão, especialmente os localizados na pálpebra superior. Lesões acometendo as metades direita e esquerda da face apresentam risco aumentado de hemangioma da laringe, o que pode levar à obstrução respiratória. Todos os pacientes que apresentam mais de cinco lesões de HI devem ser avaliados com exames de imagem (ultrassom, tomografria ou ressonância) para detectar a presença de hemangiomas em órgãos internos, especialmente o fígado. Lesões de grandes dimensões, quando não tratadas adequadamente, podem resultar em importante comprometimento estético. Hemangiomas de grandes dimensões e localizados na face podem se associar a alterações neurológicas, cardíacas e oculares (síndrome PHACES).

Sintomas

As lesões são assintomáticas, a não ser que ulcerem e apresentem dor.

Tratamentos

As lesões de pequenas dimensões e não ulceradas, aquelas que não apresentam risco de comprometimento estético e não prejudiquem o funcionamento de um órgão, podem ser simplesmente acompanhadas em intervalos regulares. A droga mais empregada atualmente para os casos que requerem tratamento são betabloqueadores orais (propranolol). Caso haja indicação de tratamento, o que é determinado pelo médico, ele deve ser iniciado o mais precocemente possível já que os hemangiomas atingem 80% do seu volume total nos primeiros quatro meses, e deve ser mantido durante todo o primeiro ano de vida. Outros métodos que podem ser utilizados incluem os betabloqueadores tópicos (colírios), lasers, corticoides orais e cirurgia.

Prevenção

Não há como prevenir.

Hiperidrose

novembro 5th, 2020 by

É uma condição que provoca suor excessivo, na qual os pacientes podem transpirar muito até mesmo em repouso. A sudorese é uma condição normal do nosso corpo e ajuda a manter a temperatura. É normal suar quando se está calor, durante a prática de atividades físicas ou em certas situações específicas, como momentos de raiva, nervosismo ou medo. Porém, a sudorese excessiva ocorre mesmo sem a presença de qualquer desses fatores. Isso porque as glândulas sudoríparas dos pacientes são hiperfuncionantes. A hiperidrose pode decorrer de diferentes causas, como fatores emocionais, hereditários ou doenças. Diferentes regiões do corpo podem ser acometidas: axilas, palmas das mãos, rosto, cabeça, plantas dos pés e virilha. Quando há transpiração extrema, esta pode ser embaraçosa, desconfortável, indutora de ansiedade e se tornar incapacitante. Pode perturbar todos os aspectos da vida de uma pessoa, desde a escolha da carreira e atividades recreativas até relacionamentos, bem-estar emocional e autoimagem.

Sintomas

O principal sintoma da hiperidrose é o suor excessivo, seja em todo o corpo ou em áreas localizadas, como axilas, mãos, pés ou rosto. Há dois tipos de hiperidrose, primária focal e secundária generalizada:

Hiperidrose primária focal: aparece na infância ou adolescência, geralmente, nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto. As pessoas não suam quando dormem ou em repouso. Normalmente, há mais pessoas na mesma família com o mesmo problema. Ela afeta de 2% a 3% da população, no entanto, menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.

Hiperidrose secundária generalizada: causada por uma condição médica ou pelo efeito colateral de uma medicação. Ao contrário da focal primária, as pessoas com a secundária suam em todas as áreas do corpo ou em regiões incomuns. Outra diferença fundamental entre os dois tipos é que no caso da secundária, as pessoas podem transpirar excessivamente também durante o sono. Ela costuma surgir na fase adulta.   Há dois testes para se descobrir a área específica da hiperidrose: o teste de amidoiodo, que consiste em aplicar uma solução de iodo na área suada e, após a secagem, o amido é aspergido sobre a zona. A combinação do amido e do iodo com o suor na região resulta na cor azul escura. O outro método é o do papel de teste:  um papel especial é colocado sobre a área afetada para absorver o suor e, depois, é pesado. Quanto mais peso apresentar, mais suor se acumulou.

Tratamentos

É preciso determinar a causa da condição, diagnosticando alguma doença ou uso de medicação. No caso de hiperidrose primária, existem alguns tratamentos disponíveis como os que seguem:

  • Antitranspirantes: sudorese excessiva pode ser controlada com fortes antitranspirantes;
  • Medicamentos: drogas anticolinérgicas ajudam a impedir a estimulação das glândulas sudoríparas, mas, embora eficazes para alguns pacientes, são pouco receitadas. Os efeitos colaterais incluem boca seca, tonturas e problemas com a micção. Os betabloqueadores ou benzodiazepínicos podem ajudar a reduzir a transpiração relacionada ao estresse;
  • Iontoforese: procedimento que usa eletricidade para “desligar” temporariamente a glândula do suor e é mais eficaz para a transpiração das mãos e dos pés. As mãos e os pés são colocados em água e, em seguida, liga-se uma leve corrente elétrica. Esta é gradualmente aumentada até que o paciente sinta uma sensação de formigamento. A terapia dura entre 10 e 20 minutos, e requer várias sessões. Os efeitos colaterais, embora raros, incluem bolhas e rachaduras da pele;
  • Toxina botulínica tipo A: toxina botulínica purificada pode ser injetada na axila, nas mãos ou nos pés para bloquear temporariamente a sudorese, sendo seu principal inconveniente a dor na aplicaçãoç
  • Simpatectomia torácica endoscópica (STE): em casos graves, que não respondem aos tratamentos clínicos, pode-se recomendar um procedimento cirúrgico executado por cirurgião tóraxico ou vascular.  Este procedimento desliga o sinal que avisa  ao corpo para suar excessivamente. Sua melhor indicação é para os casos nos quais as palmas das mãos ou plantas dos pés são acometidas.  A principal complicação é começar a suar em outras áreas do corpo, o que chamamos de hiperidrose compensatória;
  • Curetagem e liposucção: em alguns casos de hiperidrose axilar pode ser feita uma “raspagem”, ou mesmo uma liposucção das glândulas sudoríparas e da gordura que está abaixo da pele da axila, aliviando, desta forma, a sudorese.

Lúpus

novembro 5th, 2020 by

Lúpus eritematoso é uma doença rara autoimune, ou seja, na qual o sistema imunológico reage contra as células da própria pessoa, causando danos que podem ser nos órgãos internos (rim, pulmão, coração, cérebro e articulações) ou somente na pele.  Afeta mais as mulheres que os homens, e mais adultos jovens que crianças e idosos.  Trata-se de uma doença crônica em que é importante o tratamento contínuo e monitorização para avaliar a atividade da doença.  Como a pele é afetada em 80% dos pacientes, o médico dermatologista é frequentemente o responsável pelo diagnóstico.

Sintomas

O lúpus eritematoso pode se manifestar de formas diferentes, de acordo com o órgão afetado, e isso, às vezes, retarda seu diagnóstico.  Na pele, frequentemente se apresenta como sensibilidade ao sol, nas áreas expostas, como face, colo e braços. Manchas avermelhadas que podem descamar e deixar até cicatrizes são comuns.  Em áreas com pelos, como o couro cabeludo, pode causar queda dos cabelos.  É comum haver dor nas articulações, mal-estar, perda de apetite e de peso.  Nos casos em que afetam órgãos internos, pode haver dor e dificuldade para respirar, redução do funcionamento dos rins, desmaios, convulsões e tromboses. Geralmente, o diagnóstico depende da comprovação da agressão ao órgão afetado pelo lúpus e de exames laboratoriais.

Tratamentos

Além da proteção solar rigorosa, as diferentes formas de lúpus demandam diferentes formas de tratamento. Praticamente todos os casos se beneficiam do uso de medicamentos antimaláricos (que tratam malária, mas também reduzem a inflamação no organismo), por longo período, que reduzem a inflamação da pele, articulação e rins. O lúpus da pele pode ser tratado com cremes ou injeções locais com medicação que reduz a inflamação Formas pulmonares, renais e cerebrais de lúpus necessitam de outras drogas que reduzem a imunidade (imunossupressoras), e que, muitas vezes, requerem internação hospitalar ou infusões diretamente na veia.  Uma equipe multidisciplinar com reumatologistas, neurologistas, nefrologistas e pneumologistas pode ser necessária.

Prevenção

Como a doença ocorre por predisposição genética, não há medidas específicas que previnam seu surgimento.  Porém, o diagnóstico e início do tratamento  precoces levam a menor dano no organismo. Pacientes diagnosticados com lúpus devem se proteger do sol com atitudes que minimizem sua exposição no dia a dia e no trabalho, além do uso de filtro solar diariamente.  A exposição solar pode levar à atividade da doença.

O cigarro (fumar ou conviver com fumantes) deve ser evitado por pacientes com lúpus, pois aumenta a atividade da doença e reduz a eficácia dos tratamentos. Gravidez pode levar à piora do lúpus em metade das pacientes, além de oferecer risco de aborto.  Portanto, até que a doença esteja adequadamente controlada, a gravidez deve ser adiada.

Nas formas de lúpus que afetam apenas a pele, o prognóstico é excelente, com controle completo da doença. Finalmente, os pacientes com lúpus devem fazer seguimento médico, mesmo se estiverem sem sintomas. A doença tem caráter crônico e pode retornar de forma silenciosa.

Micose

novembro 5th, 2020 by

Micoses são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. São particularmente frequentes nos trópicos, onde existem condições ideais de calor e umidade, necessárias para o desenvolvimento dos fungos. São exemplos de micoses superficiais a pitiríase vesicolor, as tineas, a candidíase e as onicomicoses. 1) Pitiríase Versicolor Doença muito comum, especialmente entre jovens, de evolução crônica e recorrente. Indivíduos de pele oleosa são mais susceptíveis a apresentar esse tipo de micose, também conhecida como micose de praia ou pano branco, e que é causada por fungos do gênero Malassezia1.1) Tineas (tinhas) Doenças causadas por um grupo de fungos que vive às custas da queratina da pele, pelos e unhas. Estes fungos podem ser zoofílicos (encontrados em animais), geofílicos (encontrados no solo) e antropofílicos (encontrados nos homens). 1.2) Candidíase Infecção pela cândida pode comprometer isoladamente ou conjuntamente a pele, mucosas e unhas. É um fungo oportunista, assim, existem situações que favorecem seu desenvolvimento, como baixa da imunidade, uso prolongado de antibióticos, diabetes e situação de umidade e calor. 2) Onicomicoses Principal causa de alteração ungueal vista no consultório. Acomete tanto as unhas dos pés quanto as das mãos. São raras na infância com predomínio no adulto maior de 55 anos. Geralmente a unha se descola do leito e se torna mais espessa. Pode também haver mudança na coloração e na forma.

Sintomas

Pitiríase versicolor: apresenta-se clinicamente como manchas brancas, descamativas, que podem estar agrupadas ou isoladas. Normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto. Ocasionalmente, podem se apresentar como manchas escuras ou avermelhadas, daí o nome versicolor.

Tineas (tinhas): manifestam-se como manchas vermelhas de superfície escamosa, crescem de dentro para fora, com bordas bem delimitadas, apresentando pequenas bolhas e crostas. O principal sintoma é coceira.

Candidíase: pode se manifestar de diversas formas, como placas esbranquiçadas na mucosa oral, comum em recém-nascidos (“sapinho”); lesões fissuradas no canto da boca (queilite angular) mais comum no idoso; placas vermelhas e fissuras localizadas nas dobras naturais (inframamária, axilar e inguinal), ou envolver a região genital feminina (vaginite) ou masculina (balanite), provocando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada.

Onicomicoses: geralmente a unha se descola do leito e se torna mais espessa. Pode também haver mudança na coloração e na forma.

Tratamentos

  • Pitiríase versicolor: o tratamento pode ser feito com medicamentos antifúngicos tópicos ou orais.
  • Tineas: no tratamento das tineas podem ser utilizados antifúngicos locais ou orais.
  • Candidiase: no tratamento da candidíase, deve-se sempre considerar os fatores predisponentes, tentando corrigi-los. Antifúngicos tópicos e sistêmicos devem ser empregados sob orientação médica.
  • Onicomicose: o tratamento é difícil e muito prolongado. Pode feito com medicamentos locais ou orais.

Atenção: na suspeita de micose deve-se procurar auxílio médico. Os médicos dermatologistas possuem treinamento especializado e atualizado para diagnosticar e tratar as micoses.

Prevenção

Hábitos higiênicos são importantes na prevenção das micoses. Usar somente o próprio material ao ir à manicure. Secar-se sempre muito bem após o banho, principalmente nas dobras, como as axilas, as virilhas e os dedos dos pés. Evitar o contato prolongado com água e sabão. Evitar andar descalço em locais que sempre estão úmidos, como vestiários, saunas e lava-pés de piscinas. Não ficar com roupas molhadas por muito tempo. Não compartilhar toalhas, roupas, escovas de cabelo e bonés, pois esses objetos podem transmitir doenças. Não usar calçados fechados por longos períodos e optar pelos mais largos e ventilados. Evitar roupas muito quentes e justas e aquelas feitas em tecidos sintéticos, pois não absorvem o suor, prejudicando a transpiração da pele  

Molusco

novembro 5th, 2020 by

Também conhecido como molusco contagioso é uma infecção viral contagiosa relativamente comum nas crianças. São pequenas pápulas da cor da pele, com umbilicação central (depressão patológica em formato similar ao do umbigo) muitas vezes confundida com verrugas vulgares. É causado pelo poxvírus, um parente da varíola. O contato direto é a forma de contágio mais comum que existe para esse tipo de infecção. Mais comum de ocorrer em pessoas já com o sistema imunológico propício, e muitas vezes enfraquecido, como no caso de soropositivos, e em crianças, especialmente as que têm a pele seca, e alérgicas, como na dermatite atópica.

Sintomas

As lesões surgem nas áreas mais sensíveis com pequenas pápulas brilhosas da cor da pele, translúcidas e indolores, medindo, em média, 5 mm. Podem estar isoladas ou agrupadas, serem de variados tamanhos, e terem como característica principal a presença de umbilicação central. Nem sempre são numerosas e se localizam, preferencialmente, no tronco, podendo, contudo, ocorrer em qualquer parte da pele. Essas pápulas podem surgir em forma de linhas. São lesões autoinoculáveis, que surgem principalmente nas áreas de trauma, provavelmente de coçadura. Elas provocam o aparecimento de lesões lineares e recebem o nome de fenômeno de Koebner. A coceira, nem sempre frequente, mas presente, ou outra irritação, acaba levando o vírus a se espalhar para outras partes do corpo. Em adultos, é comum que essas lesões sejam observadas nos genitais, abdômen e parte interna das coxas, daí serem consideradas por alguns autores também como doença sexualmente transmissível.

Tratamentos

Em pessoas saudáveis e com produção normal de anticorpos, o molusco contagioso normalmente desaparece sozinho em meses ou anos sem que haja necessidade de tratamento. Porém, é comum que uma terapia seja indicada para todos os casos. O tempo de cura irá variar conforme a pessoa. Pessoas com um sistema imunológico comprometido necessitam de tratamento especializado, exames de investigação imunológica e clínica. As lesões individuais podem ser removidas de diversas maneiras: de acordo com a idade, condições e fatores individuais de cada paciente. É importante a orientação familiar sobre os aspectos da doença e a possibilidade da cura espontânea. Situações sociais envolvidas na patologia, como o paciente frequentar creches e escolas, faz com que seja mandatória a remoção das lesões. Vários procedimentos são válidos, como a extração manual com profissional habilitado ou em casa pela família; remoção cirúrgica, por raspagem, curetagem ou congelamento; ou por meio de eletrocirurgia com agulhas. É importante o paciente estar ciente que procedimentos cirúrgicos podem deixar cicatrizes. Medicamentos, como os utilizados para remover verrugas, podem auxiliar na remoção de lesões maiores. Já para tratar lesões muito pequenas, nas quais a remoção mecânica se torna inviável, ou crianças maiores, o imiquimode pode ser empregado como coadjuvante na terapia. É importante também lembrar que se trata de uma doença viral e que, nos casos rebeldes, a investigação da saúde do paciente é fundamental.

Prevenção

Evitar contato direto com pessoas que tenham essas lesões de pele, como, por exemplo, crianças ou pacientes susceptíveis. Evitar também o compartilhamento de toalhas e de objetos de uso íntimo, assim como manter relações sexuais desprotegidas.

Psoríase

novembro 5th, 2020 by

Doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa. É cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente.  Sua causa é desconhecida, mas se sabe que pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética. Acredita-se que ela se desenvolve quando os linfócitos T (células responsáveis pela defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias e formadoras de vasos. Iniciam-se, então, respostas imunológicas que incluem dilatação dos vasos sanguíneos da pele e infiltração da pele com células de defesa chamadas neutrófilos, como as células da pele estão sendo atacadas, sua produção também aumenta, levando a uma rapidez do seu ciclo evolutivo, com consequente grande produção de escamas devido à imaturidade das células.

Esse ciclo faz com que ambas as células mortas não consigam ser eliminadas eficientemente, formando manchas espessas e escamosas na pele. Normalmente, essa cadeia só é quebrada com tratamento. É importante ressaltar: a doença não é contagiosa e o contato com pacientes não precisa ser evitado.   É frequente a associação de psoríase e artrite psoriática, doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor. A patogênese das comorbidades em pacientes com psoríase permanece desconhecida. Entretanto, há hipóteses de que vias inflamatórias comuns, mediadores celulares e susceptibilidade genética estão implicados.

Sintomas

Variam de paciente para paciente, conforme o tipo da doença, mas podem incluir:

  • Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas;
  • Pequenas manchas brancas ou escuras residuais pós lesões;
  • Pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento;
  • Coceira, queimação e dor;
  • Unhas grossas,  sulcadas, descoladas e com depressões puntiformes;
  • Inchaço e rigidez nas articulações.

Em casos de psoríase moderada pode haver apenas um desconforto por causa dos sintomas; mas, nos casos mais graves, pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes.

Além disso, alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa adquirir a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles:

  • Histórico familiar – entre 30% e 40% dos pacientes de psoríase têm histórico familiar da doença.
  • Estresse – pessoas com altos níveis de estresse possuem sistema imunológico debilitado.
  • Obesidade – excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolver um tipo de psoríase, a invertida, mais comum em indivíduos negros e HIV positivos.
  • Tempo frio – pois a pele fica mais ressecada; a psoríase tende a melhorar com a exposição solar.
  • Consumo de bebidas alcoólicas.
  • Tabagismo: o cigarro não só aumenta as chances de desenvolver a doença, como também a gravidade da mesma quando se manifesta.

Há vários tipos de psoríase, e o dermatologista poderá identificar a doença, classificá-la e indicar a melhor opção terapêutica.  Dependendo do tipo de psoríase e do estado do paciente, os ciclos de psoríase duram de algumas semanas a meses.

Tipos de psoríase

Psoríase em placas ou vulgar: manifestação mais comum da doença. Forma placas secas, avermelhadas com escamas prateadas ou esbranquiçadas. Essas placas coçam e, algumas vezes, doem, podendo atingir todas as partes do corpo, inclusive genitais. Em casos graves, a pele em torno das articulações pode rachar e sangrar.

Psoríase ungueal: afeta as unhas das mãos e dos pés. Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse, escame, mude de cor e até se deforme. Em alguns casos, a unha chega a descolar do leito ungueal.

Psoríase do couro cabeludo: surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar. O paciente pode perceber os flocos de pele morta em seus cabelos ou em seus ombros, especialmente depois de coçar o couro cabeludo. Assemelha-se à caspa.

Psoríase gutata: geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. É caracterizada por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo. As feridas são cobertas por uma fina escama, diferente das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos.

Psoríase invertida: atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais. São manchas inflamadas e vermelhas. O quadro pode agravar em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região.

Psoríase pustulosa: nesta forma  de psoríase, podem ocorrer manchas, bolhas ou pústulas (pequena bolha que parece conter pus) em todas as partes do corpo ou em áreas menores, como mãos, pés ou dedos (chamada de psoríase palmoplantar). Geralmente,  se desenvolve rápido, com bolhas de pus que aparecem poucas horas depois de a pele tornar-se vermelha. As bolhas secam dentro de um dia ou dois, mas podem reaparecer durante dias ou semanas. A psoríase pustulosa generalizada pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga.

Psoríase eritodérmica: é o tipo menos comum. Acomete todo o corpo com manchas vermelhas que podem coçar ou arder intensamente, levando a manifestações sistêmicas. Ela pode ser desencadeada por queimaduras graves, tratamentos intempestivos (como uso ou retirada abrupta de corticosteróides), infecções ou por outro tipo de psoríase mal-controlada.

Psoríase artropática: além da inflamação na pele e da descamação, a artrite psoriática, como também é conhecida, causa fortes dores nas articulações. Afeta mais comumente as articulações dos dedos dos pés e mãos, coluna e juntas dos quadris e pode causar rigidez progressiva e até deformidades permanentes. Também pode estar associada a qualquer forma clínica da psoríase.

Tratamentos

Cada tipo e gravidade de psoríase podem responder melhor a um tipo diferente de tratamento (ou a uma combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra, dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado.

Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase.
O tratamento é essencial para manter uma qualidade de vida satisfatória. Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição diária ao sol, nos horários e tempo adequados e seguros, são suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas.

Nos casos moderados, quando apenas as medidas acima não melhorarem os sintomas, o tratamento com exposição à luz ultravioleta A (PUVA)  ou ultravioleta B (banda estreita) em cabines faz-se necessário. Essa modalidade terapêutica utiliza combinação de medicamentos que aumentam a sensibilidade da pele à luz, os psoralenos (P), com a luz ultravioleta A (UVA), geralmente em uma câmara emissora da luz. A sessão da Puvaterapia demora poucos minutos e a dose de UVA é aumentada gradualmente, dependendo do tipo de pele e da resposta individual de cada paciente à terapia. O tratamento também pode ser feito com UVB de banda estreita, com menores efeitos adversos, podendo, inclusive, ser indicado para gestantes. Já em casos graves, é necessário iniciar tratamentos com medicação via oral ou injetável.

Tipos de tratamento mais comuns:

•    Tratamento tópico: medicamentos em cremes e pomadas, aplicados diretamente na pele. Podem ser usados em conjunto com outras terapias ou isoladamente, em casos de psoríase leve.  
•    Tratamentos sistêmicos: medicamentos em comprimidos ou injeções, geralmente indicados para pacientes com psoríase de moderada a grave e/ou com artrite psoriásica.
•    Tratamentos biológicos: medicamentos injetáveis, indicados para o tratamento de pacientes com psoríase moderada a grave. Existem diversas classes de tratamentos biológicos para psoríase já aprovadas no Brasil: os chamados anti-TNFs (como adalimumabe, etanercepte e infliximabe), anti-interleucina 12 e 23 (ustequinumabe) ou anti-interleucina 17 (secuquinumabe).
•    Fototerapia: consiste na exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão médica. O tratamento precisa ser feito por profissionais especializados.

A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro. Assim, o acompanhamento psicológico é indicado em alguns casos. Outros fatores que impulsionam a melhora e até o desaparecimento dos sintomas são uma alimentação balanceada e a prática de atividade física. O paciente nunca deve interromper o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação.

Prevenção

Um estilo de vida saudável pode ajudar na diminuição da progressão ou melhora da psoríase, mas pessoas que possuem histórico familiar da doença devem ter atenção redobrada a possíveis sintomas. É importante estar atento aos sinais. Caso perceber qualquer um dos sintomas, procurar o dermatologista imediatamente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais fácil será o tratamento.  

Dermatite de Contato

novembro 5th, 2020 by

A dermatite de contato (ou eczema de contato) é uma reação inflamatória na pele decorrente da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Existem dois tipos de dermatite de contato a irritativa e a alérgica:

Irritativa

Causada por substâncias ácidas ou alcalinas, como sabonetes, detergentes, solventes ou outras substâncias químicas. Pode aparecer na primeira vez em que entramos em contato com o agente causador, o que ocorre com um grande número de pessoas. As lesões da pele geralmente são restritas ao local do contato.

Alérgica

Surge após repetidas exposições a um produto ou substância. Depende de ações do sistema de defesa do organismo, e por esse motivo pode demorar de meses a anos para ocorrer, após o contato inicial.

Essa forma de dermatite de contato aparece, em geral, pelo contato com produtos de uso diário e frequente, como perfumes, cremes hidratantes, esmaltes de unha e medicamentos de uso tópico, entre outros. As lesões da pele acometem o local de contato com a pele, podendo se estender à distância.   Alguns produtos causam reações somente após exposição solar concomitante, como o sumo de frutas cítricas e perfumes. 

Outros itens podem entrar em contato com a pele quando carregados pelo ar, como inseticidas em spray e perfumes para ambientes. As dermatites de contato podem ocorrer tanto no ambiente doméstico como nas atividades de lazer e no trabalho. Neste último, é chamada de dermatite de contato ocupacional.   Veja a lista a seguir contendo algumas substâncias que podem causar alergia:

  • Plantas;
  • Metais: níquel ou outros presentes em bijuterias, relógios e adornos de roupas ou calçados;
  • Medicamentos tópicos: antibióticos, anestésicos e antifúngicos;
  • Cosméticos: perfumes, xampus, condicionadores, cremes hidratantes e esmaltes de unhas;
  • Roupas e tecidos sintéticos;
  • Detergentes e solventes;
  • Adesivos;
  • Cimento, óleos, graxas e tinta de parede.

O diagnóstico pode ser esclarecido pelo teste alérgico de contato (patch-test) que consiste na aplicação de 30-40 substâncias na pele das costas. Esses adesivos ficam na pele por 48 horas; depois se observa se causaram alergia no local.  De acordo com a substância testada, pode ser sugerida a causa da dermatite de contato.      

Sintomas

Os sintomas são variáveis e dependem da causa: ardor ou queimação até intensa coceira (prurido). As reações alérgicas podem ocorrer repentinamente ou meses após a exposição a uma substância, o que pode dificultar na descoberta do agente causador da alergia ou irritação. A dermatite alérgica, muitas vezes, provoca uma erupção vermelha no(s) local(is) no qual a substância entrou em contato. A reação alérgica surge de 24 a 48 horas após a exposição. A lesão pode ser vermelha, inchar e apresentar pequenas bolhas; ser quente; ou formar crostas espessas.

Na dermatite irritante, os sintomas são mais discretos, com pouca coceira e sensação de dor e queimação. Ela torna a pele seca, vermelha e áspera, sendo que fissuras podem se formar no local. As mãos são um local comum da dermatite de contato. Vários agentes podem ser os causadores, como produtos de limpeza, cosméticos (cremes e loções hidratantes). As mãos, aliás, são frequentemente afetadas em atividades profissionais, como cabeleireiros, auxiliares de limpeza e pedreiros.

Tratamentos

O tratamento, feito por um médico, depende muito da extensão e da gravidade do quadro, e as medidas poderão ser apenas locais ou incluir a utilização de medicações via oral ou injetável. Um dos primeiros passos inclui a higienização com água para remover qualquer vestígio do irritante ou alérgeno que possa ter permanecido na pele. Quando as lesões estão muito úmidas, geralmente na fase aguda, pode-se utilizar compressas úmidas, secativas ou antissépticas.

Cremes ou pomadas de corticosteroides são utilizados para reduzir a inflamação da pele. É fundamental seguir atentamente as instruções ao usar esses produtos. Isso porque, em excesso, mesmo os itens mais fracos podem deixar a pele dependente. Adicionalmente, ou para substituir os corticosteroides, o médico pode prescrever os chamados imunomoduladores tópicos, como tacrolimus. Em casos nos quais a pessoa sinta muita coceira, e/ou nos mais graves, pode ser necessário o uso de antialérgicos orais ou corticosteroides orais ou injetáveis.

Emolientes e hidratantes ajudam a manter a pele úmida e também auxiliam em sua reparação e proteção.  Eles são utilizados nas fases de resolução, quando a pele começa a descamar e secar, além de ser parte fundamental para a prevenção e o tratamento da dermatite de contato, principalmente aquelas que envolvem contato frequente com água. Em caso de alergia, a pessoa jamais deve se automedicar ou buscar “soluções mágicas”, pois elas podem agravar ainda mais o problema. O correto é procurar sempre um médico.

Prevenção

Deve-se identificar o agente irritante ou alergênico que desencadeou a dermatite e evitá-lo. Usar produtos hipoalergênicos e lavar as mãos após a exposição a substâncias que podem provocar a irritação também ajuda na prevenção. Nos casos de problemas que surgiram no ambiente de trabalho, é indicado o uso de vestimentas adequadas como luvas, calçados e uniformes, por exemplo.

Hanseníase

novembro 5th, 2020 by

A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, tendo sido identificada no ano de 1873 pelo cientista Armauer Hansen. É uma das doenças mais antigas, com registro de casos há mais de 4000 anos, na China, Egito e Índia. A doença tem cura, mas, se não tratada, pode deixar sequelas. Hoje, em todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, visando que a doença deixe de ser um problema de saúde pública. Atualmente, os países com maior detecção de casos são os menos desenvolvidos ou com superpopulação. Em 2016, o Ministério da Saúde registrou no Brasil mais de 28.000 casos novos da doença.

A transmissão do M. leprae se dá por meio de convivência muito próxima e prolongada com o doente da forma transmissora, chamada multibacilar, que não se encontra em tratamento, por contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz. Tocar a pele do paciente não transmite a hanseníase. Cerca de 90% da população têm defesa contra a doença. O período de incubação (tempo entre a aquisição a doença e da manifestação dos sintomas) varia de seis meses a cinco anos. A maneira como ela se manifesta varia de acordo com a genética de cada pessoa.

A suspeição da hanseníase é feita pela equipe de saúde e pelo próprio paciente. O diagnóstico é feito pelo médico e envolve a avaliação clínica dermatoneurológica do paciente, por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora etc. Se necessário, será feita a baciloscopia, que corresponde à coleta da serosidade cutânea, colhida em orelhas, cotovelos e da lesão de pele, e ainda pode ser realizada biópsia da lesão ou de uma área suspeita.

Sintomas

Podemos classificar a doença em hanseníase paucibacilar, com poucos ou nenhum bacilo nos exames, ou multibacilar, com muitos bacilos. A forma multibacilar não tratada possui potencial de transmissão. A hanseníase pode se apresentar com manchas mais claras, vermelhas ou mais escuras, que são pouco visíveis e com limites imprecisos, com  alteração da sensibilidade no local associado à perda de pelos e ausência de transpiração. Quando o nervo de uma área é afetado, surgem dormência, perda de tônus muscular e retrações dos dedos, com desenvolvimento de incapacidades físicas. Nas fases agudas, podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés.

Classificação da hanseníase: 

  1. Paucibacilar:

1.a. Hanseníase indeterminada: estágio inicial da doença, com um número de até cinco manchas de contornos mal definidos e sem comprometimento neural. 1.b. Hanseníase tuberculoide: manchas ou placas de até cinco lesões, bem definidas, com um nervo comprometido. Podendo ocorrer neurite (inflamação do nervo).

  1. Multibacilar

2.a. Hanseníase borderline ou dimorfa: manchas e placas, acima de cinco lesões, com bordos às vezes bem ou pouco definidos, com comprometimento de dois ou mais nervos, e ocorrência de quadros reacionais com maior frequência. 2.b. Hanseníase virchowiana: forma mais disseminada da doença. Há dificuldade para separar a pele normal da danificada, podendo comprometer nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos. Pode haver a ocorrência de neurite e eritema nodoso (nódulos dolorosos) na pele.

Tratamentos

O tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Varia de seis meses nas formas paucibacilares a um ano nos multibacilares, podendo ser prorrogado ou feita a substituição da medicação em casos especiais. O tratamento é eficaz e cura. Após a primeira dose da medicação não há mais risco de transmissão durante o tratamento e o paciente pode conviver em meio à sociedade.  

Prevenção

Naturalmente, ter hábitos saudáveis, alimentação adequada, evitar o álcool e praticar atividade física associada a condições de higiene, contribuem para dificultar o adoecimento pela Hanseníase.  A melhor forma de prevenção é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, assim como o exame clínico e a indicação de vacina BCG para melhorar a resposta imunológica dos contatos do paciente. Desta forma, a cadeia de transmissão da doença pode ser interrompida.